No dia 1º de julho, a secretaria de saúde do município de Formoso do Araguaia/TO, proibiu a entrada de indígenas da etnia Javaé no espaço espaço urbano, com prerrogativa de estar zelando pela saúde do povo e evitando a proliferação do coronavírus. De forma extremamente segregatória e racista, agentes sanitários, a mando do prefeito Wagner Coelho de Oliveira (PRTB), barraram o trânsito dos Javaé nos arredores de Formoso, enquanto outras pessoas circulam normalmente. Esta não é uma política de prevenção ou combate à pandemia, é simplesmente um uníssono com a política genocida do governo federal, que a pouco vetou inúmeras medidas de garantia de saúde e tratamento a povos indígenas e quilombolas, como fornecimento de água potável e oferta de leitos em hospitais.
Os indígenas, desde o início da pandemia, vêm sofrendo com um aumento brutal de invasões grileiras às suas terras, que levaram com eles também a covid-19. Isso fez com que o número de casos de coronavírus aumentasse muito entre a população indígena.
A cruzada do governo bolsonaro contra os povos indígenas não é novidade, sua ligação estreita com o agronegócio, principalmente através de seu ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, também não é. O que fica mais evidente neste decreto racista da prefeitura de Formoso, é que de maneira alguma se pode confiar nos prefeitos e governadores, como tentam fazer alguns setores. A política genocida se estende de Brasília até as cidades mais interioranas, pois esta é uma política que corre nas veias do sistema capitalista. Não é possível barrar o genocídio dos povos oprimidos apenas confrontando Bolsonaro, enquanto se passeia de mãos dadas com os golpistas do congresso e do judiciário, e com governadores e prefeitos racistas.
A saída para barrar os ataques e a violência contra os povos indígenas e quilombolas, negros, mulheres e LGBTs, é a força da classe trabalhadora, é mudar as regras do jogo, e não apenas movimentar algumas peças, como querem os que reivindicam o impeachment, tirando Bolsonaro e entregando o país nas mãos do racista e saudosista da ditadura, Gen. Mourão. Por isso reivindicamos uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, para que os trabalhadores e os setores oprimidos possam decidir os rumos do país e por uma saída anticapitalista para que seja os empresários que paguem pela crise.
Convidamos todos para o ato internacional simultâneo antirracista e pela abolição da polícia no pŕoximo dia 11, para dizer “chega de morrer pela Covid, de fome, ou pelas balas da polícia racista”!
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