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10% dos gastos militares globais seriam suficientes para erradicar a pobreza no mundo
Redação

Segundo dados do Instituto Internacional de Pesquisa sobre a Paz de Estocolmo, ou SIPRI, na sigla em inglês, 10% dos gastos militares globais seriam suficientes para erradicar a pobreza no mundo

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Desde 2014, os gastos militares globais só vêm aumentando. Em 2019 foi gasto 1,917 trilhão de dólares em gastos militares no mundo, maior gasto em décadas, sendo os EUA responsáveis pela maior parcela deste gasto, seguido da China, como mostra o gráfico abaixo.

(Gráfico com valor percentual dos 15 países que tiveram maiores gastos militares em 2019)

O instituto disse que os gastos militares equivaleram a aproximadamente 2,5% do PIB global e que 10% disso seria suficiente para financiar os objetivos globais das Nações Unidas para terminar com a pobreza e a fome até 2030. Porém, os enormes investimentos bélicos não são uma mera questão de escolha política por partes dos governantes capitalistas como a ONU e outras instituições fazem parecer, eles respondem a própria dinâmica de acumulação capitalista, que na Era Imperialista marcada por conflitos, crises e guerras, as grandes potências necessitam do poderio militar para fazer valer seus interesses comerciais.

Desde 2008, vivemos mundialmente uma crise econômica, tendo esta crise não sido resolvida nos últimos anos e tendo probabilidade bem real de atingir dimensões históricas nos próximos anos, comparando-se somente com a crise de 1929. Isto devido também à sobreposição de crises, social, econômica, política e sanitária, que a pandemia do coronavírus deflagrou. Vimos também recentemente as burguesias à nível mundial desembolsarem mais de 1 trilhão de dólares para salvar os bancos e grandes empresas, enquanto boa parte da população sofre os males da pandemia e da crise.

A conjuntura internacional do período pré-2008 era marcada por um tipo de relação simbiótica entre os EUA e a China, no qual o primeiro cumpria o papel de grande comprador do mundo, enquanto o segundo era o grande fabricante e vendedor de produtos baratos de baixo valor agregado. Esta relação, que era o motor da economia internacional, parou de funcionar pós crise financeira. Frente a este cenário é que se pode compreender o porquê do aumento recente nos investimentos militares, diante da impossibilidade de se seguir lucrando da maneira como se lucrava, as potências passam a se preparar para confrontos mais agudos à nível geopolítico. Fazem isto não porque têm um desejo visceral e incontornável pela barbárie, mas sim porque o sistema capitalista não os permite agir de outra forma.

(Gráfico de gastos militares mundiais por região)

Segundo dados do Banco Mundial de 2018, da ONU, 3,4 bilhões de pessoas, metade da população mundial, ainda luta para satisfazer as necessidades básicas. Na América Latina, em 2015, quase 11% da população tinha renda inferior a 3,20 dólares por dia e mais de 26% tinha a renda inferior a 5,50 dólares. Segundo o Banco Mundial Viver com menos de 3,20 dólares (cerca de 11,90 reais) por dia reflete a linha da pobreza em países de renda média-baixa, enquanto 5,50 dólares (cerca de 20,45 reais) por dia é a linha-padrão para países de renda média-alta.

Os dados trazidos acima, sendo de 2 anos atrás, com certeza já hoje, por conta da pandemia da Covid-19, estão desatualizados, e estarão ainda mais depois que a pandemia terminar. O capitalismo, que revela sua verdadeira face em tempos de crise, tem mostrado nos últimos anos que prefere gastar trilhões em exércitos e tecnologias de destruição, repressão e morte, do que gastar esse dinheiro erradicando a pobreza e dando condições dignas de vida para a população mundial.

Tanto para a crise do coronavírus quanto para a crise econômica que o mundo atravessa, o único setor capaz de dar uma resposta definitiva, resoluta e consequente para as massas é a classe trabalhadora. Somente esta classe, agindo organizada e levantando uma política independente, é capaz de levar à cabo a realização dos interesses da maioria da população.

 
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