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POLÍTICA
Guedes ameaça fazer "4 grandes privatizações" e diz que dólar alto é vantagem comparativa
Redação
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Em entrevista à CNN Brasil neste domingo, Paulo Guedes ameaçou o povo com sua agenda ultraliberal. Afirmou na emissora que haveriam, segundo ele, 4 grandes privatizações, mas não citou quais seriam. "Vocês vão saber já, já. Estamos há um ano mapeando isso". Na entrevista, o ministro ultraliberal anti-estatais disse que as privatizações não andaram no ritmo esperado - Paulo Guedes queria elas logo de uma vez. Ainda assim, este defensor do fim dos direitos trabalhistas e das estatais afirmou que está contente estando à frente da pauta econômica de Bolsonaro: "A prioridade no início era Previdência, mudança de mix entre regime fiscal e monetário, e mudar trajetória dos salários do funcionalismo, que cresciam muito acima da inflação", disse.

Guedes não quis dizer quais companhias seriam privatizadas ainda - pois este já sabe que que dá o ritmo destas privatizações é Bolsonaro e os militares, que controlam o andar da carruagem. Mas perguntando se os Correios estariam na lista, respondeu que sim. "Seguramente, não vou falar quando (será a privatização), mas seguramente", disse o ministro.

Guedes ainda reivindicou a "política" de câmbio, ou melhor dizendo, o desastre do dólar à R$ 5,00, chamando esta característica da economia de Bolsonaro de "vantagem comparativa. Perguntando sobre a indústria, Guedes informou que o governo terá, supostamente, uma política de menos subsídios e menos encargos. Ou seja, Guedes defende uma política de acabar com oberigações jurídicas, sejam elas de ordem trabalista, ambiental, quem sabe até criminal, das empresas, e, com isso, acabar tambémcom as isenções fiscais dadas a essas mesmas empresas. A teoria é um pouco ’confusa’ propositadamente, pois acabar com os encargos é uma forma de dar subsídios fiscais sem dizer que está dando - são subsídios na forma de desobrigar a que empresas paguem os direitos dos trabalhadores.

Foi aí que Guedes afirmou que o dólar à R$ 5,00 é uma vantagem comparativa da indústria brasileira:

"Vamos para impostos mais baixos, temos juros baixos e câmbio acima de R$ 5, isso empurra Brasil em direção a vantagem comparativa", afirmou. "Se conseguirmos exportar mais para a Ásia - não só a China -, o Brasil terá boom de crescimento extraordinário nos próximos anos. E nossa indústria vai resistir melhor do que hoje, porque hoje tem impostos excessivos e o clima de negócios não é próprio", continuou o Ministro.

Guedes nada menos do que tentou cortar os já insuficientes auxílios emergenciais dos mais pobres, dos trabalhadores e dos autônomos que estão enfrentando o ataque da patronal nesta pandemia, com demissões, precarização e cortes salariais. O ministro é o mesmo que afirmou em reunião gravada - e depois divulgada a quatro ventos - que os pequenos negócios não deveriam receber nenhum auxílio do estado, que as pequenas empresas não davam nenhum lucro e por isso não deveriam ser subsidiadas. Daí, Bolsonaro deu a linha e o Banco Central fortaleceu as instituições financeiras, os grandes bancos que tem na mão toda a economia.

Enquanto os pequenos vão à falência e uma massa de milhões de trabalhadores vão ao desemprego, Paulo Guedes vê oportunidade - oportunidades para aumentar o lucro do sistema financeiro, que é aonde estão hoje todas as grandes empresas que controlam a economia nacional. Essas daí não podem quebrar, quem quebra é o trabalhador, é o povo pobre, o pequeno comerciante, é o povo negro nas favelas reprimido pela polícia. A luta contra a privatização de estatais em plena pandemia, por isso, deve se aliar da luta pela estatização dos bancos sob controle dos trabalhadores e da população, única maneira de dar uma saída para que não sejam os trabalhadores, o povo pobre ou o pequeno proprietário que pague por esta crise.

 
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