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Mesmo após denúncias, Bolsonaro prorroga presença da Força Nacional em Cariacica-ES
Redação Espírito Santo

Na quarta-feira (24), o Ministério da Justiça e Segurança Pública prorrogou, por mais 180 dias, a atuação da Força Nacional de Segurança Pública nos estados do Pará, Paraná, Espírito Santo, de Goiás e Pernambuco, no âmbito do “Projeto Em Frente Brasil”. O prazo do apoio prestado pela Força Nacional vai de 25 de junho a 21 de dezembro deste ano e poderá ser prorrogado.

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O Projeto Em Frente Brasil foi lançado em agosto do ano passado com o discurso de combater crimes violentos, como homicídios, feminicídios, estupros, latrocínios e roubos, A ideia desse projeto, idealizado pelo Ministério da Justiça sob o comando de Sérgio Moro, era de fazer cidades “modelos” para que depois poder nacionalizar o programa. Uma das cidades escolhidas foi Cariacica, no Espírito Santo. No entanto, mesmo com a atuação dos militares da Força Nacional em Cariacica, ainda há um alto número de crimes.

Em uma de suas transmissões pelas redes sociais, no dia 3 de outubro de 2019, Bolsonaro ameaçou retirar a cidade de Cariacica (ES) do Projeto Em Frente Brasil porque a prefeitura local havia aberto um canal para denúncias de abuso por agentes da Força Nacional de Segurança que atuam por lá, chegando a dizer que: ““Não podemos expor nossos agentes de segurança a ser submetidos ao disque-denúncia, que na maioria das vezes é mentira o disque-denúncia. São os bons policiais que são denunciados, para exatamente a parte do crime organizado agir dessa maneira, para atrapalhar quem está fazendo o bem para aquela região”.

Ao contrário do que é defendido pelo presidente, temos relatos de movimentos sociais de que desde o início a presença da Força Nacional em Cariacica não acrescentou em nada além do uso indevido de sua força. Como diz Lula Rocha, coordenador do Círculo Palmarino: “foi apresentada como um programa, mas não passa de uma intervenção branca, uma intervenção federal na política de segurança pública local”. A população do município tampouco foi ouvida e procurada para avaliar a atuação da Forç. Moradores de Cariacica também relataram não sentir que a atuação da Força Nacional tenha reduzido a criminalidade na região. Além disso, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) não disponibilizou os dados a respeito da violência urbana no Espírito Santo.

Não podemos esquecer que a Força Nacional foi autorizada no final de março a participar de ações de prevenção ou proteção de locais para a realização de testes rápidos pelo governo. Porém, as militarizações das medidas do governo são apenas para “gerir” a pandemia e não combatê-la, preparando-se, pelo contrário, para combater as possíveis revoltas sociais que possam surgir. Não à toa que Bolsonaro ameaça freiar as manifestações democráticas utilizando a Força Nacional, expressando nada mais que um medo e uma covardia, com a possibilidade de que a fúria negra antirracista e antifascista dos EUA contagie os negros e a classe trabalhadora brasileira. Não à toa inúmeras vezes remete que quer evitar que aconteça aqui "como aconteceu no Chile", em referência à longa revolta que despertou naquele país contra o regime pinochetista.

Pretendem fazer passar sua repressão como um “auxílio” para o colapso do sistema de saúde e a ausência de testes massivos, ao mesmo tempo em que reabrem a economia, num país com 31 milhões de pessoas sem água potável. Não é o braço armado que auxiliará no combate da pandemia, já que é impossível matar seres microscópios com balas de fuzil, ao contrário das pessoas desesperadas por atendimento médico, passíveis de serem reprimidas e sofrerem, com a “força da lei” da era do golpe institucional.

Não podemos nos intimidar com esse tipo de ameaça, mas organizar uma força ainda maior através da unidade da luta antirracista e antifascista com maioria de trabalhadores efetivos, temporários, precários e terceirizados com os movimentos sociais, não com um punhado de políticos e burgueses que agora se dizem "democráticos" e "antifascistas". O levante negro questiona fortemente a violência policial, exigindo a abolição da polícia. Bolsonaro, os militares e toda a burguesia temem um levante que só os trabalhadores, os desempregados precarizados, uberizados, a juventude, os movimentos quilombolas e antirracistas podem levar à frente, tomando as ruas e as fábricas, as universidades, hospitais, escolas, bancos e tudo o mais para girar toda a produção e a economia para salvar vidas durante a pandemia. Nossas vidas valem mais que os lucros deles!

 
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