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CORONAVÍRUS | DORIA E COVAS
Após um mês da reabertura de Dória, São Paulo amarga aumento de 95% das mortes e de 155% dos casos de Covid-19
Redação
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João Dória (PSDB), promoveu uma reabertura que completa um mês hoje em meio a intensa subnotificação. Já denunciamos aqui que Boletim apontava26 mil óbitos por causas respiratórias "indeterminadas" e mais de 85 mil mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave. Relembramos que podemos dizer sem medo de errar que quase todas foram por coronavírus. Para termos um parâmetro de comparação, a média de mortes totais por SRAG (ou seja, de janeiro a dezembro) dos últimos 4 anos é por volta de 5 mil. O governador também protagonizou a fala de que São Paulo está perto de uma estabilização, para justificar sua reabertura em meio ao aumento de mortes.

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Especialistas em saúde afirmam que critérios da abertura favorecem uma leitura otimista dos dados. Propositalmente ignoram a subnotificação de casos e se pautam na oferta de leitos como principal critério de segurança à saúde. No entanto, a realidade é o extremo oposto do que dizem, um cenário de insegurança imensa. “É dizer assim, ‘a gente abre tudo, bota dez milhões de hospitais, deixa a vida correr e morre todo mundo que tiver que morrer’. Eu não vejo sentido. Por isso que a taxa de transmissão foi utilizada em todos os países e, para isso, precisa testar” afirma Arthur Chioro ao RedeBrasilAtual.

“É importante ter mais leitos de UTI, não só pela pandemia, mas pela demanda de saúde. Mas para voltar à normalidade, teríamos que ter medicação comprovada como tratamento da covid-19 e vacina para prevenção. O parâmetro utilizado pelo governo Doria é incompleto. Precisamos, sim, de mais testes, inquéritos e estratégias de isolamento enquanto não temos isso. Estão liberando sem considerar que não tem nenhuma das duas melhores estratégias para enfrentar a pandemia e empurrando as pessoas para morrer”, avaliou Juliana Salles, infectologista e diretora do Sindicato dos Médicos de São Paulo.

Demagogicamente o governador usa parâmetros menores que o básico para justificar a reabertura, ter atendimento em UTI não é uma garantia efetiva de sobrevivência à Covid-19. Um estudo da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) mostra que a taxa de mortalidade da doença em UTI de hospitais públicos chega a 38,5%. Na rede privada, a taxa chega a 19,5%. O governo paulista também desconsidera a população que pertence a grupos de risco por doenças pré-existentes como portadores de doença respiratória, diabéticos, problemas cardíacos e problemas renais.

Um estudo da Rede Nossa São Paulo, de abril deste ano, mostra que 38% da população da capital paulista faz parte de algum grupo de risco.

Tudo isso demonstra uma flexibilização também dos critérios da reabertura. A alta transmissão do vírus que está sendo permitida se dá muito em torno da mudança de parâmetros do Comitê de Contingência do Coronavírus de São Paulo. É uma tentativa de enganar a população para fazer a crise sanitária parecer menos grave do que é na verdade. Dória faz a vontade de donos de comércio, dos grandes empresários colocando o lucro acima da saúde e a vida.

O baixo nível de testagem aliado com a reabertura só pode culminar em mais desastres, como alertam especialistas. Os trabalhadores paulistas precisam neste momento é de testes para todos de acordo com a necessidade e garantia de não serem demitidos ou de renda decente no caso dos autônomos. Isso para uma racionalidade da quarentena. Também é necessário lutar pela ampliação da capacidade dos hospitais e disponibilização dos leitos públicos e particulares em uma lista única. Para que a população trabalhadora e pobre não engrosse mais as estatísticas dos mortos da Covid-19 pela falta de atendimento.

Veja mais: Em meio ao aumento de mortes e subnotificação Dória diz que São Paulo está perto de uma estabilização

 
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