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BREQUE DOS APPS
PM de Fatima Bezerra (PT) tenta impedir manifestação de entregadores em Natal (RN)
Redação

Em Natal, no Rio Grande do Norte, a polícia rodoviária federal e militar de Fátima Bezerra sitiaram a concentração dos entregadores de aplicativo, se utilizando do decreto de Aglomeração ameaçaram os trabalhadores.

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Nesta quarta-feira (1º de Julho), milhares de entregadores em todo país, mas também na Argentina, Chile, Uruguai, México, Equador e Guatemala paralisaram suas atividades exigindo melhores condições de trabalho. Em várias cidades do país os entregadores realizaram manifestações nas ruas, além de receberem enorme apoio nas redes sociais. Em Natal, no Rio Grande do Norte, a polícia rodoviária federal e militar de Fátima Bezerra sitiaram a concentração dos entregadores de aplicativo, se utilizando do decreto de Aglomeração ameaçaram os trabalhadores.

Mais de 7 viaturas da Polícia Rodoviária Federal e outras 5 da polícia militar à mando da governadora Fátima Bezerra (PT) tentaram impedir a concentração da manifestação dos entregadores de aplicativo em Natal, no Shopping Seaway. Estes trabalhadores rodam em média 100 km de moto ou 30 de bicicleta para tentar se sustentar, garatindo lucros exorbitantes para os donos das apps e batalham por melhores condições de trabalho, e foram abordados com truculência, o que não impediu que se reorganizassem e relizassem a concentração no Midway.

Esta postura de Fátima Bezerra acontece justamente no dia que começa a reabertura econômica do Estado, e um dia após a reabertura da cidade de Natal. Tudo isso quando se sabe que os entregadores de aplicativo são os setores mais expostos a pandemia, trabalhando exaustivamente com salários baixíssimos, além de falta de EPIs e a saúde do estado segue colapsando, com dezenas na fila para um leito de UTI.

Fátima quis reprimir os trabalhadores que lutam e desde a semana passada avançou na atuação para ajudar na estabilidade do governo Bolsonaro-Mourão, chegando ao ponto de declarar que o governo federal tem compromisso com a população. Os chamados que faz nas redes sociais para que a população fique em casa é denunciada nas redes sociais como pura hipocrisia.

É revoltante que Fátima Bezerra utilize da mesma polícia que assassinou Geovane Gabriel, sobre quem seguimos perguntando quem matou e exigindo justiça, assim como sabemos que assassina a juventude negra e pobre nas periferias do RN. Isso num momento onde milhares de pessoas vão as ruas nos EUA lutar contra o racismo, em defesa de que as vidas negras importam e pela dissolução da polícia, fica ainda mais claro como o PT assimilou os métodos da direita e nos lugares como no RN que dirigem importantes Estados administram o Estado capitalista contra os interesses dos trabalhadores. Assim como no Ceará, onde a PM de Camilo Santana vem reprimindo brutalmente qualquer tentativa de mobilização.

Esta atuação lamentável de Fátima Bezerra contra o direito de organização e manifestação dos entregadores é parte de uma divisão de tarefas fundamental dentro do PT que ao mesmo tempo que se dizem representar os trabalhadores, desde o governo ameaçam as manifestações e nos sindicatos que dirigem como a CUT não organizam uma única ação de solidariedade aos trabalhadores. Este partido que quando esteve a frente da presidência ampliou profundamente o trabalho précario no Brasil com a terceirização, e que dentro dos seus sindicatos continuam invisibilizando milhares de negros e mulheres que são o rosto do trabalho precário, não é nenhuma alternativa real para enfrentarmos a extrema direita. Pelo contrário, usam todos os mecanismos que dispõem para impedir as manifestações anti-fascistas e frear a luta dos trabalhadores para que não sejam eles a pagar por esta crise.

Os entregadores de aplicativo, no entanto, conseguiram se concentrar em outro ponto da cidade, e realizaram sua manifestação, à qual declaramos nosso total apoio. É somente a luta dos trabalhadores que pode abrir caminho para uma saída da crise sanitária, econômica e social que vivemos, por isso levantamos campanhas de apoio e convidamos a batalhar conosco por uma saída à serviço da classe trabalhadora, com a juventude, negras e negros, mulheres, LGBTs, indígenas, que não tenha rabo preso com patrão ou governo algum, mas se organize contra estes e o Estado.

 
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