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Biden critica a Trump por ser "muito mole" com a troca de regime na Venezuela
Oh Groth

Joe Biden criticou a disposição do presidente Trump para se reunir com o presidente venezuelano Maduro, atacando-o desde a direita e demonstrando que o imperialismo estadunidense é um assunto bipartidarista.

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O presente artigo é uma tribuna aberta. As publicações de convidados não refletem necessariamente as opiniões do comitê editorial do Left Voice.

Este artigo foi publicado originalmente no Left Voice dos Estados Unidos, que é parte da rede internacional Esquerda Diário, o qual oferecemos sua tradução.

Traduzido do La Izquierda Diario México para o esquerda Diário.

Na sexta-feira passada, o presidente Trump disse em uma entrevista com o portal Axios que estaria disposto a reunir-se com o presidente venezuelano Nicolás Maduro. "Nunca me oponho às reuniões", disse, e insinuou que não tinha muita confiança em Juan Guaidó, o chefe da Assembléia Nacional, que se declarou legítimo presidente da Venezuela.

Em resposta à abertura de Trump à discussão com Maduro, Joe Biden twitou: "Trump fala duro com a Venezuela, porém admira a bandidos e ditadores como Nicolás Maduro. Como presidente, estarei com o povo venezuelano e apoiarei a democracia.

Com esse twit Biden está se posicionando à direita de Trump em política exterior com a Venezuela, alinhado com seu apoio de longa data ao imperialismo e a mudança de regime. Biden orgulhosamente apoia a Juan Guaidó, reconhecendo-o como líder legítimo da Venezuela (ainda que Guaidó nunca foi eleito presidente) e elogia seus "esforços para restaurar a democracia". Biden em muitas ocasiões chamou a maduro de desordeiro e tirano, e pediu reiteradamente que se aumentem as sanções multilaterais contra a Venezuela.

Na sexta, o presidente Trump se afastou de seus comentários anteriores, twitando em seu lugar que só se reunia com Maduro para discutir sua saída do poder na Venezuela. Seu secretário de imprensa, Keyleigh McEnany, garantiu aos jornalistas que Trump tinha plena confiança em Guaidó, em contraste com informes anteriores de que Trump havia se referido a Guaidó como "o Beto O’Rourke da Venezuela".

Em outras palavras, Biden exerceu pressão de direita sobre Trump para que tivesse uma linha imperialista ainda mais dura contra a Venezuela em meio à pandemia. Isso se soma ao fato de que os embargos dos Estados Unidos se endureceram durante a pandemia, particularmente em respeito ao petróleo, o que está causando mais estragos na Venezuela.

Como explicou Ángel Arias, dirigente da Liga dos Trabalhadores pelo Socialismo (LTS) na Venezuela, em uma manifestação do primeiro de maio:

"A crise da COVID-19 aprofundou o sofrimento do povo, o autoritarismo do governo e o papel criminoso das sanções imperialistas. Na Venezuela, estamos experimentando uma das piores crises da nossa história, com fome e miséria intensas, um nível de crise que só se experimentou durante os conflitos armados do século XIX".

Porém, a linha política de Trump na Venezuela tem sido durante muito tempo de destruição imperialista. A tentativa de derrubar o presidente eleito Maduro com um Guaidó não eleito foi frustrada. Desde então, tem havido tentativas de movimentos lentos para desestabilizar a região e derrubar Maduro. Isto se deu principalmente na forma de sanções, porém, os Estados Unidos também respaldaram operações especiais para derrubar ao presidente venezuelano. O governo de Trump apresentou acusações de tráfico de drogas contra Maduro, e mais tarde, quando os mercenários estadunidenses empreenderam uma imberbe tentativa de golpe de Estado na Venezuela, Mike Pompeo prometeu usar de "todos os meios" para trazê-los de volta aos EUA.

Trump e Biden estão unidos na busca de um golpe de Estado na Venezuela, porém esta não é a primeira vez que Biden ataca Trump desde a direita em política exterior. Em maio, Biden publicou um anúncio racista e chauvinista acusando a Trump de ser "mole" com a China. No entanto, o imperialismo de Biden vai muito além da simples retórica: desempenhou um papel ativo na reconfiguração da política exterior dos Estados Unidos ao longo de sua carreira política. Votou pelas guerras do Iraque e Afeganistão, advogou pela participação militar dos EUA em todo o mundo, é um apoiador de Israel e do sionismo, e apoiou o uso extensivo de drones do presidente Obama.

Joe Biden não é um homem decente, é um imperialista, que está margeando a Trump pela direita. Longe de representar uma ruptura com Trump, Biden é simplesmente uma continuação do consenso bipartidarista que levou ao sofrimento tanto no país quanto no estrangeiro. Muito pouco distingue a estes dois homens, e em nenhuma parte isso é mais claro que em sua dedicação ao chauvinismo e imperialismo dos Estados Unidos. Como socialista, devemos ser antiimperialistas e exigir o fim das violentas políticas estadunidenses em países como Venezuela.

 
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