Carla Zambelli, bolsonarista de carteirinha, deputada do PSL, conseguiu matricular seu filho de 11 anos no Colégio Militar de Brasília, burlando o processo de seleção. Seu filho iniciou os estudos no Colégio em 2019, após ela ser empossada deputada.
O regulamento prevê que casos especiais possam ser avaliados pelo Comandante do Exército, mas o artigo é genérico, e não trata de forma específica sobre ingresso de alunos. O colégio tem processo seletivo disputado, e em 2017 foram 1.212 candidatos para 25 vagas.
Zambelli pediu o ingresso após tomar posse do cargo de deputada em Brasília. Há outro artigo no regimento dos colégios militares, o artigo 52, que diz que podem haver casos especiais, no caso de órfãos de militares, ou de filhos de militares que tenham sido transferidos de cidade, o que não é também o caso de Carla Zambelli e seu filho.
O caso é apenas mais uma amostra do privilégio dos políticos, e no caso do privilégio que gozam certos apoiadores de Bolsonaro com parte do Exército e dos militares.
Zambelli pediu o ingresso do filho por supostas ameaças recebidas por ela. E não bastasse conseguir a vaga burlando o processo seletivo, seu filho começou a frequentar aulas antes mesmo de a autorização acontecer.
A Comunicação Social do Exército divulgou nota na época:
“Atendendo à sua solicitação formulada por meio de mensagem eletrônica, de 01 de setembro de 2019, sobre vaga no Colégio Militar, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que o artigo 92 do Regulamento dos Colégios Militares (R-69) faculta ao Comandante do Exército apreciar casos considerados especiais, ouvido o Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), o que inclui matrículas em caráter excepcional, conforme justificativa apresentada por eventual interessado. O fato de a decisão ter sido publicada em Boletim de Acesso Restrito teve por finalidade preservar informações de cunho particular do solicitante.”
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