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DESMATAMENTO
Em meio à pandemia, 72% do desmatamento na Amazônia estão em Terras Indígenas e UCs federais
Redação

Segundo relatório do Greenpeace, baseado em alertas do Deter e imagens aéreas do mês de maio, o garimpo avança sobre territórios indígenas e unidades de conservação em meio à pandemia do coronavírus.

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Nos quatro primeiros meses deste ano, 72% do desmatamento provocado por garimpos ilegais na Amazônia estava concentrado em áreas protegidas, como Terras Indígenas (TIs) e Unidades de Conservação (UCs). O desmatamento gerado por esses garimpos ilegais aumentou 80,6% nas UCs e 13,4% nas Tis, se comparado com o mesmo período (janeiro-abril) do ano passado.

As quatro áreas protegidas mais desmatadas estão, segundo o Greenpeace, sob gestão federal e ficam todas no estado do Pará: Parque Nacional do Jamanxim, Floresta Nacional de Altamira e as Terras Indígenas Munduruku e Sai Cinza. As duas últimas juntas concentram 60% do desmatamento para garimpo em TIs, identificado entre janeiro e abril de 2020.

Nas imagens aéreas feitas em maio pelo Greenpeace, é possível ver as imensas clareiras abertas na floresta, retroescavadeiras e outras maquinarias pesadas, grande circulação de pessoas, estradas e pistas de pouso improvisadas.

Como se não bastasse a invasão e destruição de seus territórios, os povos originários ainda enfrentam a Covid-19. Em toda região pan amazônica, já são 5 mil indígenas diagnosticados com a doença, entre 93 povos dos diversos países componentes da região. A ameaça do novo coronavírus em relação às populações indígenas se potencializa pelas suas condições de vulnerabilidade. O isolamento dos territórios indígenas, longe de colocá-los a salvaguardo da doença devido à presença de ruralistas, garimpeiros e madeireiros, oferecem ainda outros agravantes como a falta de estrutura e a dificuldade de acesso aos territórios.

Leia mais: “Esse vírus pode dizimar as tribos”: um relato sobre Oiapoque

A política anti-indígena do governo Bolsonaro já ficou evidente em diferentes declarações e ataques, como a liberação de posse de arma no campo ou desejo de legalizar o garimpo em áreas indígenas. Agora em tempos de pandemia, se manifesta através da negligência pela vida dos povos originários. Dispondo de cerca de R$ 45 milhões em caixa, a pasta chefiada pela fanática religiosa Damares Alves direcionou um valor praticamente simbólico de R$1.059,00 para o combate às consequências da crise sanitária e econômica da pandemia entre as populações mais excluídas e vulneráveis como comunidades indígenas e quilombolas, entre outras. Além de historicamente excluídas e reprimidas, essas populações são atacadas por um governo que prioriza o lucro dos capitalistas.

É preciso um programa próprio da classe trabalhadora para o enfrentamento desta pandemia e para dar um fim ao desmatamento desenfreado. A vida dos povos mais oprimidos seguirá sendo atacada, enquanto o lucro dos capitalistas seguir sendo o norte para todas as políticas aplicadas. Bolsonaro, Mourão e os militares, já deixaram claro que não sobrará pedra sobre pedra da Amazônia com as medidas anti-ambientais encabeçadas pelo Ministro Ricardo Salles, que utiliza o momento da pandemia para avançar no desmatamento.

É preciso impor por meio da luta uma Nova Assembleia Constituinte Livre e Soberana que discuta como por fim aos conflitos de terra na Amazonia e em todo o país, implementando uma reforma agrária em benefício dos pequenos agricultores contra o apetite voraz e destruidor do agronegócio; terminando a tarefa da demarcação das terras indígenas.

 
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