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AUXÍLIO EMERGENCIAL
Bolsonaro faz chantagem com Auxílio Emergencial, propondo diminuir para R$ 250
Redação
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A pedido do presidente, a equipe econômica do governo federal está avaliando impor uma verdadeira chantagem aos trabalhadores desempregados. Em troca de prorrogar o Auxílio Emergencial, a ideia é reduzir os valores dos benefícios de forma escalonada nos próximos três meses em parcelas de R$ 500, R$ 400 e R$ 300 para, em seguida, implementar um programa chamado Renda Brasil, cujos pagamentos cairiam ainda mais para a quantia prevista de R$ 250.

O plano vai ao encontro das recentes declarações de Bolsonaro, que afirmou não ter mais recursos para continuar pagando os míseros 600 reais. Na verdade, falta dinheiro apenas para a classe trabalhadora, porque, para os banqueiros, Paulo Guedes já liberou cerca de R$ 260 bilhões com o objetivo de que os grandes capitalistas financeiros não percam um centavo durante a crise. Diante dessa verdadeira farra no andar de cima com o dinheiro do povo, restringir um valor que atualmente já é incapaz de prover o mínimo sustento para uma família significa empurrar ainda mais os desempregados para a fome e a morte.

Essa situação se agrava quando se leva em consideração que o preço da cesta básica vem aumentando desde o começo do ano. Conforme dados do DIEESE, o custo com alimentos básicos necessários para prover nutrientes suficientes a uma pessoa adulta estaria na faixa de R$ 550 nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Ou seja, enquanto a comida sobe e pesa mais no bolso dos trabalhadores, Bolsonaro toma o caminho contrário e planeja fazer com que, ao final, o valor do Auxílio Emergencial não seja suficiente para suprir nem metade das necessidades mais elementares de um único trabalhador durante o mês, quanto mais de seus filhos.

Por fim, caso se efetive, esse aprofundamento da miséria vai escancarar ainda mais o racismo do governo federal, na medida em que a precarização do trabalho no Brasil tem rosto negro, e esses empregos com menor garantia de direitos são os primeiros a serem eliminados para garantir o lucro capitalista. Dessa forma, se com um auxílio de R$ 600 já tínhamos a taxa de uma pessoa negra morta a cada 8 minutos no Brasil por causa da COVID-19, com a diminuição para menos da metade do benefício, a fragilização na saúde desses trabalhadores irá se amplificar, ainda mais em um cenário futuro que promete, por parte da burguesia, um número crescente de demissões.

Contra essa política racista de espalhar a fome com um auxílio insuficiente, defendemos, além da proibição imediata das demissões, uma ajuda de no mínimo R$ 2 mil reais para cada trabalhador, que deve ser acrescido de outras políticas como a suspensão do pagamento das contas de luz, água, internet e aluguel enquanto medidas emergenciais para preservar as condições de vida das pessoas. Para pagar esse valor, contra o discurso da crise orçamentária e da falta de recursos, defendemos o não pagamento da dívida pública, contrapondo os interesses dos trabalhadores com o dos capitalistas, e a taxação das grandes fortunas. Tudo isso deve ser conduzido em articulação com a saída de Bolsonaro, Mourão e os militares a partir da exigência de uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana para que o povo negro e o conjunto dos explorados e oprimidos possa tomar nas suas mãos as principais medidas políticas do país e decidir a saída para essa crise, que certamente não serão dadas pelo Congresso de Maia ou pelo Judiciário golpista.

 
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