No próximo dia 1° de julho, acontecerá a paralisação dos entregadores de aplicativos que ficou conhecida como Breque dos Apps. Contando com uma articulação internacional, essa luta, que começou a ser construída nas últimas semanas e passou a ter bastante notoriedade, é uma importante fonte de esperança para lutadoras e lutadores que viam as lutas nos EUA e as primeiras manifestações Antifascistas e Antirracistas no Brasil.

Por isso, queremos convidar os ativistas daqui de Brasília para participar conosco da reunião, nesse marco de luta nacional e internacional, que debateremos esses importantes temas junto com o Sorriso, presidente da Associação de Motoboys Autônomos e Entregadores do DF, na plenária do Comitê Virtual do Esquerda Diário do Cerrado deste sábado, 27, às 15 horas, pelo aplicativo Zoom. O Sorriso está firme na construção do Breque dos Apps, do 1° de Julho, e a partir do relato de sua experiência refletiremos o grande potencial que essa paralisação tem de balançar, de fato, as bases do mundo do trabalho capitalista.

A luta dos entregadores vem com reivindicações econômicas muito justas, como o aumento do valor por quilômetro rodado, o aumento do valor mínimo por entrega, por um valor que compense e que seja digno, o fim dos bloqueios indevidos, a reintegração de todos os bloqueados indevidamente, o fim da pontuação e restrição de local no Rappi, seguro para os casos de roubo, acidente ou seguro de vida, auxílio pandemia, EPIs, e licença para quem estiver doente.

Eles se organizam no momento em que o Brasil se tornou o epicentro da pandemia mundial do novo coronavírus, a cada dia que passa nos deparamos ainda mais com as contradições dessa profunda crise do capital, a desigualdade social se acentuou como nunca, juntamente, com o altíssimo nível de desemprego em escala mundial. As condições precárias que os trabalhadores estão sendo submetidos diariamente são desumanas, e mais uma vez são eles que tem de pagar pela crise.

O governo genocida de Bolsonaro, Mourão e militares têm descarregado a crise nas costas dos trabalhadores e trabalhadoras com inúmeros ataques, como as MPs e o não pagamento do auxílio emergencial para muitos. Enquanto isso, os patrões fazem quarentena em suas casas confortáveis. A classe trabalhadora, majoritariamente negra e pobre, sofre sem o mínimo de direitos e auxílio pandemia. É muito importante notar que esse descaso com a vida dos trabalhadores é um resquício da escravidão. Seja pelas balas da polícia, seja pela Covid, a vida do povo negro e trabalhador é tirada pelo governo e pelas elites empresariais, que aproveitam a crise para lucrar como nunca.

A precariedade nas condições materiais dos trabalhadores brasileiros fica muito bem evidenciada na condição dos entregadores de aplicativo e serviços “on demand”, que vivem em condições de extrema precariedade submetidos a exaustivas jornadas de trabalho, variando de 12 a 14 horas por dia, para receber um salário mísero. Ainda assim, é um setor que têm aumentado cada vez mais em função do desemprego. Essa categoria não possui representatividade nos sindicatos e, as grandes centrais como a CUT e a CTB não parecem fazer qualquer esforço para contribuir na organização deste setor. Poderiam jogar o seu peso na construção dessa mobilização que ocorrerá no 1° de julho, mas preferem ignorar, como os burocratas que são, essa importante organização.

Por tudo isso, nós do Esquerda Diário e do Quilombo Vermelho achamos que é o momento para se debater profundamente Uberização do trabalho, Covid e Racismo, com um dos companheiros que está na vanguarda desta mobilização. Entendemos esta atividade como parte da preparação para o Breque dos Apps, no primeiro de julho, para que a gente possa entender a realidade e buscar atuar com consciência sobre as contradições atuais forjando uma luta trabalhadora e uma vanguarda capaz de transformar a vida.

Quer participar? Basta mandar um e-mail para [email protected] e te mandamos o link! Aguardamos você no sábado!