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BRADESCO
Trabuco, presidente do Bradesco, fala em união do país: ele com os lucros e o povo na miséria
Redação

Lucros bilionários, dividendos gigantes para os grandes acionistas, salários surreais para a diretoria, e de miséria para os funcionários e péssimo atendimento à população. Frente a crise da Covid-19, presidente do Bradesco enaltece rentismo como função essencial do estado em entrevista ao Estadão.

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Mesmo com queda de 40%, por conta da Covid-19, o Bradesco teve lucro de quase 4 bilhões de reais, expressando a queda da economia em geral e quanto o banco está integrado com a economia de conjunto. No seu texto de hoje para o Estadão, “Em busca do consenso possível”, o Trabuco, que foi formado em Filosofia na UNESP, usa todo seu poder de argumentação demagógica para se equilibrar na polarização política do país, entre governadores, STF e Congresso, de um lado, e o governo Bolsonaro, particularmente seu projeto econômico, que apesar das “oscilações” causadas pela Covid-19, que pressionaram Guedes a abrir um poucos mais a torneira (para os bancos), manteve a linha de responsabilidade fiscal e estado mínimo para o povo pobre, que recebe com muita dificuldade o insuficiente auxílio de 600 reais.

Trabuco: “As diferenças e divergências políticas não podem ser maiores que o sentimento de urgência para a volta do crescimento econômico, dos investimentos e da criação de empregos.”

Mas quando o assunto é economia capitalista brasileira, não é tão difícil se equilibrar entre esses dois polos, já que, de fundo, ambos estão unidos para atacar os trabalhadores. Nesse sentido, reivindica o avanço da regulamentação no setor se saneamento que permitirá o avanço, ainda maior, da privatização dos serviços de água e esgoto por empresas como a Odebrecht, e seu braço no setor, a Foz do Brasil.

Trabuco: “Outra boa notícia vem do Congresso com o avanço do novo marco regulatório para o saneamento. Uma reforma tributária está amadurecendo, com sinalizações positivas do governo federal, de governadores, de líderes do Congresso e entidades do empresariado.”

E, de conjunto, está totalmente posicionado ao projeto econômico liberal, que garante juros e mais juros ao milionário Bradesco e seus milionários acionista do país e do estrangeiro, como um bom financista. Esse é o consenso que deseja, como demonstrado nas frases abaixo presente também no artigo:

“A reforma administrativa nada mais é que dotar o setor público de ferramentas para aumentar sua eficiência nesse momento de superação da crise. (...) Além de um estímulo ao consumo, tão necessário para a indústria e o comércio, esses juros permitirão que pessoas e empresas se apoiem em mais crédito para a realização de projetos e invistam em novos negócios. (...) “O que desejamos realmente é um Estado mais eficiente, moderno e que não perca de vista suas funções precípuas e compromissos com o bem-estar da sociedade. O maior deles, a responsabilidade fiscal, que é a base necessária para a reconstrução de uma economia melhor e mais justa.”

Com frases como essa, ditos da boca de milionários que vão para o “trabalho” de helicóptero, enquanto a população morre sem condições elementares de vida, não podemos defender outra coisa senão a estatização dos bancos e de todo sistema financeiro sob controle dos trabalhadores e da população para conhecemos todas as operações, em detalhes ocultados, nessa democracia dos ricos.

Breve Histórico do Presidente e do Banco

O Presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi – o “Trabuco”, é “cria” do Banco. Desde dos 17 anos trabalha e foi formado pelo na “cultura” da organização. Nasceu na cidade onde também nasceu, na década de 40, o maior banco privado de varejo (segmento que atende os trabalhadores e pequenos comerciantes) do Brasil e também um dos maiores bancos múltiplos (incluindo aqui segmento de médias e grandes empresas, seguros, megacorporações, mercado financeiro etc.), superado, recentemente, apenas pelo Itaú e, considerando os bancos estatais, também pelo do Banco do Brasil.

O banco tem centenas e milhares de contratos, somando muitos bilhões de reais em transações, com empresas estatais e privadas, nacionais e internacionais e também outros muitos milhares de clientes trabalhadores, que recebem seus salários pelo banco, fazem empréstimos, seguros, compram suas casas e carros por intermédio do banco, deixando, obviamente – seguindo o imperativo do capital financeiro – muito milhares de reais em juros. E outros milhões de funcionários, que recebem salários muito inferiores ao mercado, com recordes de casos de depressão e doenças, como tendinite pelo trabalho repetitivo e pela chefia que está sempre no cangote dos trabalhadores. O Bradesco, por anos, levou a frente política de marketing chamada “Presença”, que mantinha agências bancárias que tinham praticamente custos, sem receitas, em lugares remotos do país, com o intuito de aparecer como o banco que detinha hegemonia no setor bancário brasileiro, contraditoriamente, isso permitiu que muitos brasileiros tivessem seu primeiro acesso a serviços bancários.

Para enfrentar essa contradição, entre os milhões acumulados pelo banco, e descanso com os trabalhadores, sejam eles funcionários ou clientes, infelizmente, não se pode contar com o sindicato, que dirigido pela CUT, não faz mais que acordos com FENABAN (sindicato patronal dos banqueiros) que promove dias formais de luta – 1 ou 2 dias por ano (!).

Pra se ter uma ideia do poder e do grau de parasitismo desse banco, sua última grande operação foi a compra da operação brasileira do HSCB em 2016 que envolveu um capital de quase 18 bilhões de reais, formando um total de ativos (bens e patrimônios) de R$ 1,276 trilhão, auditados, ano a ano, pelas grandes empresas de auditoria mundiais, como PWC e Delloitte, envolvidas em vários escândalos de fraude como a ocorrida anos atrás com o Banco Pan Americano, do empresário Silvio Santos.

Além disso, o Banco recebe anualmente milhões em subsídios dos governos, sejam eles governo do PT, FHC na década de 90, Temer ou Bolsonaro. Na verdade, os bancos brasileiros engordam sob a sombra do estado a muitos anos, pelo menos, desde a década de 70.

Trabuco foi cogitado para ocupar um cargo no governo de Dilma, foi indiciado pelo STJ e pela MPF em 2016 e, finalmente, passou a ser um porta-voz da grande burguesia financeira, participando como colunista de um dos principais jornais da burguesia, o Estadão.

 
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