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PRISÃO QUEIROZ
Cínico, Flávio Bolsonaro se diz tranquilo com prisão de Queiroz, um protegido da família
Redação
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O senador Flávio Bolsonaro fez um tweet coberto de cinismo, como bem fazem os membros da família Bolsonaro em suas colocações, dizendo que ’encara com tranquilidade’ a operação que prendeu Fabrício Queiroz, seu ex-assessor, por esquemas de corrupção milionários. Flávio Bolsonaro ainda alega que a prisão de seu ex-assessor é uma mera tentativa de "atacar" seu pai, Jair Bolsonaro.

Longe de ser uma revelação tranquila, a prisão de Queiroz gera apreensão ao bolsonarismo, blindado até então pelo judiciário, de que possam aprofundar as investigações contra a sua família, capazes de revelar esquemas com milicianos e de desvio de dinheiro no Rio de Janeiro, e levar a um desgaste maior do seu governo.

Queiroz foi preso no início da manhã em São Paulo. No desdobramento da investigação que apura esquema de rachadinhas na ALERJ (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), o ex-PM foi denunciado como chefe operador dos esquemas. Queiroz operava como laranja para enriquecimento da família Bolsonaro a quem serviu como assessor tanto de Flávio como de Jair Bolsonaro.

No esquema, segundo a investigação, funcionários de Flávio Bolsonaro devolviam parte do salário, e o dinheiro era lavado por meio de investimento em imóveis e uma loja de chocolates, pertencente a Flávio. No RJ, a Polícia Civil também fez buscas na casa de Alessandra Esteves Marins, que faz parte da equipe de apoio do senador Flávio Bolsonaro no Rio de Janeiro. Segundo o resultado das investigações, Alessandra repassou cerca de R$ 19 mil a Queiroz. De acordo com o Ministério Público, Fabrício Queiroz continuava cometendo crimes, estava fugindo e interferindo diretamente em provas das investigações.

Fabrício Queiroz estava fugindo desde o ano passado e não aparecia desde que seu nome veio a público com envolvimento direto nos esquemas criminosos.

Veja histórico criminoso de Queiroz, o fiel amigo da família Bolsonaro, preso ontem em SP

O ex-PM foi encontrado escondido em um imóvel pertencente a outra figura muito próxima do Clã-Bolsonaro: estava na casa de luxo do advogado da família Bolsonaro, frequentador assíduo do Palácio do Planalto, Frederick Wassef. O caseiro do imóvel afirmou que Queiroz já estava lá há um ano.

É fato que a prisão de Fabrício Queiroz não é uma "perseguição" à família Bolsonaro, que apesar de todo o envolvimento em esquemas criminosos, continua sendo preservada incessantemente pelo judiciário e todo o seu golpismo. O mesmo judiciário que não ousou avançar na investigação para descobrir os mandantes do assassinato de Marielle Franco, vereadora do Psol no RJ, por exemplo. Assim como também não avançou nas investigações sobre o uso de uso de laranjas para cumprir a cota feminina na Câmara.

Todo esse tempo, Queiroz e o Clã-Bolsonaro contaram com a ajuda do STF que barrou as investigações das provas levantadas pelo COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) de movimentações milionárias envolvendo o ex-assessor de Flávio. O juiz Sérgio Moro também teve um papel fundamental fazendo vista grossa sobre o sumiço de Queiroz para blindar a família bolsonaro das investigações.

Jair Bolsonaro e seus filhos se enfrentam hoje com uma disputa sobre os rumos do regime com o STF, em que cada lado avança com seu autoritarismo, disputando com os militares que cada vez mais assumem o comando do seu governo, buscando estabilizá-lo com negociações espúrias com o Centrão. O aprofundamento das investigações contra bolsonaristas aumenta a pressão sobre os militares, que temem por vincular a imagem do alto comando dos militares com Bolsonaro, frente ao desgaste dessas investigações. Nesta disputa, casos como o de Queiroz, acusado de ser laranja, voltam à tona como uma moeda de troca entre frações de regime que tem um objetivo em comum: esmagar a classe trabalhadora em meio a crise, para que paguem com suas vidas.

 
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