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CORONAVÍRUS
Governo usa apenas 28% dos recursos disponíveis para saúde em meio a pandemia
Matheus Correia
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O governo Bolsonaro gastou apenas 28% do total autorizado para as despesas emergenciais para a saúde pública, totalizando cerca de R$ 135 bilhões. Enquanto isso, os bancos receberam, até agora e apenas pela via de injeção de liquidez, R$ 260 bilhões do Banco Central brasileiro para manterem seus lucros. O que essas prioridades dizem do governo Bolsonaro e dos grandes capitalistas?

Segundo matéria veiculada pelo jornal Valor Econômico, dentro do orçamento de R$ 403,87 bilhões que o governo tinha como orçamento da saúde apenas 28% foi usado efetivamente. Só para acréscimo no Bolsa Família a proposta era que se gastasse R$ 3,04 bilhões e se gastou até agora, apenas R$ 0,26 bilhão, cerca de 9%. O mesmo acontece com financiamento da folha de salários, e isso inclui aqueles que estão na linha de frente de combate ao coronavírus como os milhares de médicos, enfermeiras e técnicos, com os quais se gastou 50% do total do orçamento.

Do orçamento para o enfrentamento da emergência da saúde pública, 28,3% foi efetivamente pago. Do benefício emergencial a trabalhadores formais, apenas 19% e o auxílio emergencial a vulneráveis foi de 50,4%. Do auxílio financeiro aos demais entes relacionados ao Programa Federativo de Enfrentamento da Covid-19 nada do previsto foi pago até agora.

Enquanto isso, as medidas do governo para os grandes bancos mostram os reais interesses do governo Bolsonaro e Paulo Guedes, uma vez que estão sendo socorridos como nunca em meio a crise para manterem seus lucros. Segundo relatório disponibilizado pelo Banco Central brasileiro a investidores estrangeiros como Goldman Sachs, o orçamento autorizado somente para a injeção de liquidez nos mercados para salvar o setor financeiro pode chegar a até, paspém, R$ 1,218 trilhão. Até o momento foram usados R$ 260,2 bilhões dos recursos disponíveis.
O orçamento emergencial para saúde, o mesmo orçamento que deveria ser usado para enfrentar os efeitos da pandemia para os trabalhadores e a população mais pobre, não chega nem a metade do que é destinado para os bancos e instituições financeiras. Vale dizer, como já denunciamos no Esquerda Diário (http://www.esquerdadiario.com.br/E-possivel-construir-1-3-milhao-de-leitos-de-UTI-com-o-que-a-divida-publica-drena-da-saude), que do orçamento regular previsto para saúde e seguridade social, bilhões são desviados anualmente pela via da Desvinculação de Receitas da União para o pagamento da dívida pública, sendo que este dinheiro poderia ter sido utilizado para investimentos na saúde, por exemplo.

Enquanto os grandes capitalistas que incentivam tanto o trabalho precário mesmo em meio a pandemia, apoiando todas as MP’s do governo como a 936, e dizendo que "é no momento da crise que se separa os homens dos meninos e as mulheres das meninas" como disse o dono da Empiricus ao se referir às oportunidades de se ganhar na crise, vemos que a situação da massa da população não é de melhora. Em recente relatório da CEPAL, avalia-se que se aumentará em 30% o número de pessoas abaixo da linha da pobreza na América Latina. Quem são então os homens e mulheres que lucraram com a crise?

Bolsonaro e Paulo Guedes estão preocupados em governar para os banqueiros e outros capitalistas, reduzem ao máximo o quanto destinam para a saúde, deixam milhares morrerem por conta da pandemia, enquanto favorecem bancos com os incentivos financeiros e garantem planos de salvamentos para empresas e ataque aos trabalhadores. Contra o governo dos grandes banqueiros e capitalistas defendemos a centralização do sistema bancário sob gestão dos trabalhadores. Um banco centralizado poderia de fato destinar parcelas significativas para atacar os problemas causados pelo covid-19 na população, regulando que toda a economia se voltasse para o interesse dos trabalhadores e não dos grandes empresários. Oferecendo também crédito barato às famílias, bem como o perdão de dívidas de setores da classe trabalhadora e um auxílio emergencial de R$ 2 mil reais que é a média salarial nacional.

Mais do que nunca é necessário levantar o não pagamento da dívida pública, que em recentes projeções pode chegar a superar 100% do PIB nacional. O pagamento da dívida pública condiciona toda a economia, por meio da Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de Teto dos Gastos para o pagamento de uma dívida que é ilegal, ilegítima e fraudulenta, que não tem nada a ver com os reais interesses dos trabalhadores e da maioria da população.

Para enfrentar qualquer fuga de capital que isso pudesse causar, roubando ainda mais nossas riquezas, defendemos o monopólio estatal do comércio exterior que hoje se encontra na mãos de poucos empresários. Bem como a estatização do sistema financeiro, fazendo com que o é de fato produzido no Brasil ficasse aqui, não nas mãos dos empresários.

 
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