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QUARENTENA SP
Decisão de Dória afrouxa quarentena e aumentará em 71% o número de mortos, diz estudo
Redação

De acordo com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o relaxamento da quarentena, determinado pelo governador João Dória (PSDB), pode elevar os números de mortos no estado de São Paulo. Já são mais de 10.500 mortos só no estado

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Desde o dia 1º de junho o governo Doria iniciou a abertura gradual de lojas e shoppings. Isso ocorreu em meio ao aumento do número de mortos em todo o Brasil e no estado de São Paulo. Já são mais de 43 mil mortos no país e 10.500 só no estado e os números estão longe de começarem a decair. Porém, os governos e empresários se mostram muito mais preocupados com os lucros do que com a vida dos trabalhadores. A reabertura do comércio, pressionada pela proximidade do dia dos namorados, deve elevar nos próximos dias o número de contaminados e de mortos.

De acordo com um grupo formado por pesquisadores da USP e da FGV a previsão de mortes, caso as medidas de isolamento social fossem mantidas era de cerca de 14.600 até 1º de julho. No entanto, com a flexibilização as mortes podem ultrapassar 24 mil, um aumento de 71% em relação a previsão inicial. Ou seja, são 10 mil mortes a mais só no estado de São Paulo por causa da decisão irresponsável e criminosa do governo Doria.

É quase unânime entre os pesquisadores do país que flexibilizar a quarentena agora é uma medida irresponsável. Isso sem falar das ausências de testes em massa para determinar a velocidade do contágio e traçar as medidas sanitárias urgentes para conter a pandemia. Mesmo a meta de 8 mil testagens diárias, irrisória para um estado com uma população superior a 44 milhões de pessoas, não foi nem de perto atingida. O governo é incapaz de bater suas próprias metas, que já são insuficientes, e ainda decide reabrir o comércio expondo a população ao um contágio acelerado e aumento do número de mortos.

São Paulo segue sendo o estado com maior número de mortos, seguido pelo Rio de Janeiro, outro estado que adotou medidas de flexibilização da quarentena. É gritante como para esses governadores e para Bolsonaro a vida dos trabalhadores vale menos que os lucros dos empresários.

Além da flexibilização da quarentena no momento onde os números de mortes crescem e o governo tenta esconder os dados, não foram tomadas medidas mínimas para garantir a segurança da população em meio à uma crise sanitária que também é fruto de décadas de sucateamento da saúde e precarização das condições de vida. Não à toa, são os mais pobres as maiores vítimas da pandemia. Pesquisas recentes demostraram que no Brasil os negros morrem mais pela covid-19 e que tem menos acesso à alimentos frescos e à saúde. São mais de 31 milhões de pessoas que vivem sem saneamento básico, 13 milhões de pessoas vivendo em favelas e mais de 6 milhões não tem banheiro em casa. É essa a situação de milhões de brasileiros que sofrem com o desemprego, que atingiu números recordes durante a pandemia ou com o trabalho precário e subemprego.

Por isso, é necessário exigir dos governos a liberação imediata de todos os trabalhadores não-essenciais com remuneração integral, proibição das demissões e a revogação das MPs da morte de Bolsonaro, para que os trabalhadores não tenham que escolher entre proteger sua saúde e de seus familiares e não morrer de fome. O auxílio emergencial deve atender a todos que necessitem e precisa ser de no mínimo 2 mil reais para garantir o sustente adequado de uma família. Testes massivos para toda a população, para organizar racionalmente o isolamento social, além de EPIs adequados para todos os trabalhadores essenciais.

É preciso reconverter a indústria para que ela passe a produzir os itens necessários para o combate à pandemia, como álcool gel, máscaras e respiradores para os hospitais. Para garantir que a saúde não seja mercadoria valiosa na mão dos empresários da saúde é necessário um Sistema Único de Saúde 100% estatal gerido pelos trabalhadores.

São medidas básicas necessárias para que não sejam os trabalhadores a pagarem com suas vidas essa crise criada pelos governos e empresários capitalistas.

Nossa saúde vale mais que o lucro deles!

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