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Fome, a outra pandemia que se estende pela América Latina
Flora Ramirez

No ano passado foram registradas 42,5 milhões de pessoas em insegurança alimentar na América Latina, com a atual crise econômica e sanitária são anunciadas mais 14 milhões de pessoas nesta condição.

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A pandemia do Covid 19 em conjunto com a crise econômica impacta nas condições de vida das e dos trabalhadores e setores populares em todo o mundo, aumentando as desigualdades sociais e multiplicando a violação de direitos humanos e sociais.

O aumento da pobreza e da fome se anuncia como um dos efeitos que já ocorrem e é esperado que se ampliem.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sua sigla em inglês) em seu estudo “Situação da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo em 2019”, no ano passado era reconhecido que 820 milhões de pessoas no mundo seguem passando fome, uma quantidade que supera a população total da Europa.

O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas já advertiu que são prognosticadas ao redor de 14 milhões de novas pessoas vulneráveis a fome em regiões da América Latina e do Caribe como produto da crise atual. Ainda que estas estimativas não incluam países como Brasil, Venezuela e México, onde o Programa não tem presença atualmente, pelo qual as cifras reais na região devem ser muito mais elevadas.

Esta previsão considera a contração econômica calculada para a região neste ano, com uma média de - 5,3%, de acordo com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). O impacto desta contração em um marco de desigualmente gera a maior vulnerabilidade das condições de vida nos setores já vulneráveis, por isso se considera que as pessoas mais afetadas sejam migrantes, pessoas sem emprego formal, pessoas que dependem das remessas ou que foram ou serão demitidas.

A insegurança alimentar se classifica como moderada e grave, de acordo com a FAO, “as pessoas que vivem uma insegurança alimentar moderada se enfrentam com incertezas quanto a sua capacidade de obter alimentos e tem se visto obrigadas a aceitar menos qualidade ou quantidade nos alimentos que consomem”, enquanto que a insegurança alimentar grave aponta aqueles que não tem nenhum alimento ou passam dias sem comer.

Riscos principais

Um dos países nos quais são anunciados efeitos mais devastadores é o Hairi, onde a insegurança alimentar poderia subir de 700 mil para 1,6 milhões de pessoas.

Ao mesmo tempo são alertados fenômenos atuais em uma situação crítica, entre eles os migrantes venezuelanos, deslocados pelos efeitos dos bloqueios que o imperialismo estadounidense mantém e agudizou nesta pandemia, se calculam 540 mil pessoas presas na Colômbia, Equador e Peru, e se calcula que se duplicará.
Entre os outros países que demonstram que podem ser os mais afetados, está o Corredor Seco da América Central, que vai da Guatemala até o Panamá, onde a cifra de 1,6 milhões de pessoas em rico alimentar pode se duplicar.

Ao mesmo tempo, o Programa Mundial de Alimentos da ONU alerta sobre outras considerações que podem agudizar os impactos da crise atual como a temporada de ciclones tropicais no Oceano Atlântico, estimada para junho.

Enquanto empresas enormes como a Amazon ou o Walmart estão aumentando suas fortunas, a pobreza e a fome aumentam aos milhões. Esta é a forma na qual uma crise que não foi gerada pela classe trabalhadora e pelos setores populares é descarregada nas suas costas.

Por isso é indispensável lutar para que se imponham impostos extraordinários sobre as grandes fortunas para financiar planos sociais. Assim como a divisão das horas de trabalho entre empregados e desempregados, garantindo salários equivalentes ao curso da cesta básica (equivalente ao salário mínimo do DIEESE no Brasil) e ajustada aos valores da inflação.

Nossas vidas valem mais que os lucros capitalistas!

Publicado originalmente no La Izquierda Diario México.

 
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