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MANIFESTAÇÕES EM TODO O PAÍS
Manifestação Antirracista e Antifascista em Uberlândia-MG
Daniel William, do Comitê Esquerda Diário da Ciências Sociais USP

Neste domingo, 7, seguindo o chamado de diversos movimentos e entidades por todo o Brasil, que convocaram atos antirracistas e antifascistas, a "Ação Antifascista de Uberlândia-MG" organizou uma manifestação com encontro na Praça Ismene Mendes às 15h, de onde então cerca de quatrocentos manifestantes partiram pacificamente em direção ao Centro Municipal de Cultura.

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Foto: @acaoantifaudi

Durante a duração do ato, gritos de ordem contra a violência policial, contra Bolsonaro, Mourão e os militares foram entoados. O protesto seguiu pacificamente, sem ocorrências de violência ou vandalismo, com os manifestantes participando, desde seus carros por meio de buzinaços, até os pedestres que caminhavam pela rua e carregavam bandeiras, cartazes e entoavam os gritos de ordem.

Quando a caminhada se encaminhava para o trajeto final, logo após passar pelo Terminal Central de Uberlândia, a tropa de choque da Polícia Militar organizou um bloqueio com cerca de dez viaturas e aproximadamente vinte agentes portando escudos e cassetetes de madeira a fim de impedir que o protesto continuasse, tentando dispersar o ato ali, sem permitir a sua conclusão. Com isso, a manifestação foi parada por um tempo, para que a organização do ato negociasse com a Polícia Militar, e por meio do diálogo a tropa de choque aceitou se afastar e permitir a passagem dos manifestantes para se dirigirem ao seu local de destino, o Centro Municipal de Cultura. Antes de chegar ao seu encerramento, a manifestação ainda foi interrompida novamente por um carro que transitava em outra via e ameaçou acelerar na direção dos manifestantes, e somente não o fez por ter sido repreendido por eles e percebido que poderia ter seu carro prejudicado caso atentasse contra a vida de tantas pessoas.

Por fim, após chegar ao Centro Municipal de Cultura, as entidades presentes discursaram no encerramento e os manifestantes se dispersaram, sendo orientados a não saírem sozinhos, uma vez que a Polícia Militar ainda estava presente e com isso havia a possibilidade de repressão. Alguns minutos depois da conclusão do ato, a tropa de choque se dirigiu novamente em direção aos manifestantes, realizando abordagens e revistas autoritárias e arbitrárias, principalmente contra pessoas negras presentes, o que resultou na detenção de três manifestantes pouco tempo após a dispersão do ato, foram assim conduzidos a um batalhão da Polícia Militar.

De acordo com as informações divulgadas até o momento, os três manifestantes foram detidos pela PM sob as acusações de depredação do patrimônio público e porte de maconha. A organização do ato rapidamente enviou uma comissão jurídica para ajudá-los em sua defesa e para se opor à criminalização explícita da luta antirracista e antifascista praticada pela PM, que os prenderam sob as acusações mais comumente usadas contra manifestantes.

Algumas horas depois, por meio da página da organização - foi divulgado um vídeo da liberação dos manifestantes que haviam sido detidos pela PM. De acordo com os líderes das entidades presentes, os três precisaram assinar um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) pelas acusações arbitrárias citadas, somente assim sendo liberados.

A criminalização da luta não é novidade no Brasil, e mais uma vez se fez presente em diversas cidades do país, onde o povo que tenta se levantar contra o racismo e o fascismo presentes da sociedade encontra sempre forte repressão da polícia militar, que atua invariavelmente de forma autoritária, se mostrando explicitamente contrária às lutas da nossa classe. Em momentos assim, é primordial que não recuemos e que lutemos com cada vez mais determinação.

Toda solidariedade e força aos companheiros vítimas de tamanhos problemas estruturais, seguimos fortes na luta. Um combate que não deve ser travado almejando apenas "Fora Bolsonaro", mas também com o "Fora Mourão e todos os militares", mas sem nenhuma confiança no STF ou no congresso, uma vez que todos representam as características marcantes e opressoras do sistema capitalista, que por si só é racista e serve perfeitamente os ideais fascistas, oprimindo a classe trabalhadora por meio de sua forma de funcionar economicamente, principalmente sob o neoliberalismo, e também politicamente, contando com a repressão do braço armado do Estado, a polícia, sempre utilizada para garantir, mesmo que na força, os interesses capitalistas dos poucos poderosos em detrimento das vidas facilmente dispensáveis da classe trabalhadora.

 
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