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INDÚSTRIA
Unilever Vinhedo chantageia e ataca trabalhadores durante a pandemia
Redação

A Unilever de Vinhedo, que produz produtos de higiene, acaba de aplicar um pacote de ataque aos seus trabalhadores aproveitando-se do medo do desemprego causado pela pandemia. Banco de horas, trabalho intermitente e até mesmo redução de salário.

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A Unilever, mega empresa multinacional de inúmeros ramos, vem se esforçando durante a pandemia para criar uma imagem de “responsável” e “solidária”, com algumas doações simbólicas de seus produtos para os pequenos municípios próximos. Porém sua máscara cai e sua verdadeira face aparece quando retira direitos e ameaça os trabalhadores com o desemprego enquanto a pandemia no Brasil supera seu pico dia após dia e bate recordes de mortes.

Nesta semana os trabalhadores foram surpreendidos com a implementação do banco de horas, redução do adicional noturno de 60% para 40%, diminuindo diretamente os salários, e a recontratação de trabalhadores que havia demitido com novo contrato intermitente, para trabalharem em turnos de 12h aos domingos. Enquanto isso os trabalhadores dos turnos convencionais seguem sofrendo com a sobrecarga de trabalho após os afastamentos e demissões de sua última reestruturação.

Estas medidas impostas contra a vontade dos trabalhadores, apenas torna evidente que a única coisa que move a empresa é sua ganância inesgotável pelo lucro. O banco de horas já era um desejo antigo da empresa, que agora com o receio do desemprego, que praticamente duplicou nos últimos meses, encontrou a oportunidade para aplicá-lo. Porém, longe de estar sendo afetada pela pandemia, a Unilever se prepara para aumentar sua produção, pois afinal produz produtos de higiene que são itens essenciais para a prevenção do coronavírus. Não à toa os contratos intermitentes são justamente para criar um novo turno aos domingos. As próprias medidas de marketing com as doações é também uma forma de tentar criar uma imagem “amistosa”, criando um discurso “de todos temos que ajudar um pouco” e assim diminuir o descontentamento dos trabalhadores e driblar os olhos para a montanha de lucro que vem ganhando nos últimos meses, enquanto reduz o adicional noturno daqueles que justamente produzem seus produtos. Inclusive, vale mencionar que é ilegal a redução do salário, e por isso irá pagar, por via de um acordo, indenização para aqueles que recebem o adicional, e ainda assim a economia retirada do bolso dos trabalhadores é inegavelmente muito vantajosa para a empresa no acumular dos meses.

Ainda mais cínica foi a recontratação dos demitidos com contrato precarizado, com jornada intermitente. Após demissões em massa em uma sequência de “reestruturações” , o que vinha sobrecarregando seu quadro de funcionários, busca os mesmos trabalhadores demitidos, agora que veem uma projeção de aumento de produção, para recontratá-los com salários reduzidos e de forma precarizada, para fazer as mesmas coisas que já faziam antes. Além de um verdadeiro oportunismo, mais uma vez se aproveita do desemprego massivo que deixa os trabalhadores sem opção.

E para passar tais ataques a empresa ameaçou demitir os trabalhadores afastados por serem grupos de risco e aplicar as medidas coagindo os trabalhadores através de acordos individuais sob condições ainda piores. Ainda assim as medidas foram amplamente rechaçadas na assembleia, e provavelmente só foi aceita devido ao papel nefasto cumprido pelo sindicato, que não levou a para votação em todos os turnos pois já havia acordado com a empresa os termos e as medidas a serem aplicadas, mesmo que em sua retórica dissesse ser contra elas.

A Unilever segue a linha das patronais que estão aproveitando da crise sanitária, que tem levado milhares a óbito diariamente, para retirar direitos dos trabalhadores, aplicar medidas da reforma trabalhista que ainda não havia conseguido aplicar, protegendo e aumentando seus lucros.

O Sindicato dos Químicos de Vinhedo, filiado à Intersindical - Instrumento de Luta da Classe Trabalhadora, que se reivindica uma central sindical de esquerda, deveria ter alertado e organizado os trabalhadores para que pudessem se contrapor mostrando sua força. Porém nada anunciado de antemão e os trabalhadores foram surpreendidos durante a assembleia com as propostas já acordadas pelo seu sindicato resignado e cético com o potencial de luta de sua própria categoria.

Nós do Esquerda Diário repudiamos a patronal da Unilever por esses ataques, e qualquer outra redução de direitos contra os trabalhadores, e por isso aqui denunciamos, colocando nossa página e nossos meios de comunicação a disposição de fortalecer a voz dos trabalhadores. Para impedir que as patronais sigam nos atacando desta forma viemos impulsionando campanhas para criação de uma lei que proíba as demissões, assim como pelo direito de afastamento com salário integral e estabilidade em casos de contaminação e grupos de risco e pela revogação das MPs 927 e 936, que dentre outras coisas, autoriza os acordos individuais.

 
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