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ARGENTINA
Juventude em Rosário avança: centenas de jovens marcharam contra a precarização
Redação

Em uma marcha massiva, a Rede de Trabalhadores Precarizades e Informais encheu as ruas de Rosário, em uma nova jornada nacional. Denunciam que são tratados como lixo pelos patrões. Exigem direitos trabalhistas e o fim de demissões, das suspensões e dos cortes salariais.

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Com centenas de pessoas e muita força, jovens se mobilizaram na Avenida Pellegrini, terminando em frente aos Tribunais Provinciais. Depois de um dia em que os motoristas da UTA saíram às ruas de Rosário para mostrar a força dos trabalhadores, hoje foi a vez dos jovens precarizados, organizados em La Red.

Em sua maioria jovens, muitas mulheres, muitas mães, muitos estudantes, de bairros distantes do centro da cidade, muitos deles de comunidades de povos originários, estrangeiros, todos e todas organizados em La Red porque se cansaram de serem tratados como lixo, como descartáveis, fartos dos abusos dos empresários que os fazem trabalhar exaustivamente e saíram às ruas para exigir seus direitos trabalhistas, no marco de uma pandemia que não faz nada além de agudizar a precarização do trabalho.

Cuyén Peretta, jovem precarizada do município e entregadora da Rappi, disse: “Pela segunda vez, estamos nos manifestando em uma marcha com distanciamento social, porque a quarentena piorou nossas condições e muitos de nós estamos sem emprego. Essa mobilização é uma chamada nacional de paralisação e de mobilização da Assembléia Nacional dos Trabalhadores da Distribuição. Os que trabalham em aplicativos, não estão apenas expostos à disseminação de coronavírus sem medidas de segurança, mas nossos salários são uma ninharia, não temos ART, direitos trabalhistas, ninguém nos representa e nossa vida é permanentemente exposta, como vimos nas mortes em acidentes de entregadores, como Emma ou Franco Almada. Para os empresários, nossas vidas não valem nada, por isso saímos às ruas para dizer que a precarização mata e exigimos nossos direitos trabalhistas.”

Durante a marcha, os manifestantes “escracharam” com cartazes os estabelecimentos de fast food, como o McDonalds, que diminuíram os salários de seus trabalhadores ou demitiram diretamente vários deles, como aconteceu com o El Club de la Milanesa.

Fausto Bonansea, trabalhador do call center Otece, foi demitido impunemente durante a quarentena. Dois dias atrás, eles conseguiram sua reincorporação. Fausto nos disse: “Apesar do DNU (Decreto de Necessidade e Urgência da Argentina, em virtude da pandemia do coronavírus - N.T.), os empregadores demitem da mesma forma. Isso aconteceu comigo e com centenas de trabalhadores durante a quarentena. Conquistamos minha reincorporação como parte da luta que estamos dando em La Red. Nesta mobilização, existem muitos operadores de telemarketing e operadores de outros call centers na cidade, como Hey Latam, Konecta, Easy Call, que lutam contra as suspensões e os cortes de seus salários. Muitas são mães que sustentam seus filhos sozinhas e dependem desses salários. Queremos que eles nos escutem, porque o Ministério do Trabalho ainda não deu nenhuma resposta.”

Por fim, Tamara Cañizález, professora substituta, disse: “Os professores e as professoras substitutas estamos nos mobilizando porque não recebemos salário e muitos de nossos colegas estão passando fome. Nossa luta é por um salário de emergência e pela manutenção do benefício social. O governo Perotti não nos deu uma resposta. Por esse motivo, além de nossa reivindicação, faremos uma petição no Ministério do Trabalho para o pagamento do IFE (Ingresso Familiar de Emergência, benefício do governo argentino às famílias durante a pandemia - N.T.) a todos os trabalhadores que tiveram suas solicitações recusadas, é urgente que o valor não seja limitado por família. Nossa luta é por um salário de emergência de 30 mil pesos (aproximadamente 2.400 reais - N.T.) e que o dinheiro seja retirado de um imposto cobrado dos grandes empresários e dos bancos. Eles não podem continuar ganhando fortunas enquanto passamos fome.”

As exigências imediatas foram: que todos recebam o IFE, que haja um salário de quarentena de 30 mil pesos e pelo fim das demissões, das suspensões e das reduções salariais. Afirmaram que o governo de Omar Perotti e o Ministério do Trabalho permanecem calados, sem intervir. Também argumentaram que os sindicatos deveriam estar na vanguarda dessas demandas e não alheios à situação, como tem sido até agora.

 
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