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JUSTIÇA PARA GEORGE FLOYD
Motoristas de ônibus de Minneapolis se recusam a cooperar com a polícia
Nina DeMeo

Enquanto manifestações tomam toda Minneapolis pelo assassinato de George Floyd, alguns motoristas de ônibus de Minneapolis estão se recusando a colaborar com a polícia. Eles não usarão seus ônibus para levar manifestantes para a cadeia. Outros setores de trabalhadores devem seguir o exemplo e precisam enfrentar o terror e a violência policiais.

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Minneapolis vive um terceiro dia de revoltas, em protesto contra o assassinato de George Floyd pelo policial Derek Chauvin. Enquanto as manifestações continuam a ocorrer pela cidade, os policiais estão tentando prender os manifestantes em massa. A polícia pretendia transportar esses manifestantes nos ônibus da cidade, como fizeram no passado. No entanto, já estamos vendo solidariedade de classe no meio do movimento operário, já que alguns motoristas de ônibus de Minneapolis se recusam a ajudar policiais a transportar em seus ônibus manifestantes para a delegacia.

Adam Bruch, motorista de ônibus da Metro Transit em Minneapolis e membro do ATU Local 1005 – unidade em Minneapolis sindicato de transporte -, escreveu em um comunicado no Facebook:

“Como trabalhador de trânsito e membro do sindicato, recuso-me a transportar minha classe e juventude radical para a cadeia. Um ferimento a um é um prejuízo para todos. A polícia assassinou George Floyd e o protesto contra ela é completamente justificado e deve continuar até que suas demandas sejam atendidas. Vou encorajar e tentar convencer todos os meus colegas de trabalho e colegas sindicalistas a também se recusarem a ajudar o MPD (Departamento de Polícia de Minneapolis) a enviar manifestantes para a cadeia”.

Ele e outros membros do sindicato começaram a organizar, nos protestos, delegações de solidariedade dos trabalhadores para ajudar a garantir que os pedidos de justiça não sejam suprimidos, além mostrar o apoio dos membros do sindicato a luta por justiça à George Floyd.

Eles também iniciaram uma petição pedindo a acusação de todos os quatro policiais envolvidos no assassinato de George Floyd, massivos protestos coordenados e dias de ação planejados e mobilizados pela juventude e a classe trabalhadora, especialmente pessoas negras (NdT: no original, é utilizado o termo people of color, utilizado para designar pessoas negras e não-brancas). Na petição, eles asseguram: “[estamos] dispostos a fazer o que pudermos para garantir que nosso trabalho não seja usado para ajudar o Departamento de Polícia de Minneapolis a encerrar os pedidos de justiça”.

O ATU Local 1005, do qual Bruch é membro, também divulgou uma declaração sobre o assassinato de Floyd pedindo "Nenhuma mais execução de uma vida negra pelas mãos da polícia".

Embora estejam na direção certa, os sindicatos devem fazer mais para garantir justiça a Floyd e outras vítimas de violência policial. O sindicato da ATU, por exemplo, pode decidir entrar em greve até que sejam apresentadas acusações contra os quatro policiais envolvidos no assassinato de Floyd. Trabalhadores de todos os setores da força de trabalho devem atacar a violência policial e o terror.

Já vimos que os promotores estão hesitando em apresentar acusações contra o policial assassino, Derek Chauvin, e seus cúmplices, apesar de um vídeo explícito e perturbadoramente claro mostrando o assassinato de Floyd, enquanto seus colegas policiais aguardavam. O promotor de Minnesota, Mike Freeman, diz que é uma "violação" de sua ética falar sobre o caso antes que as acusações sejam apresentadas. E a violação flagrante do direito à vida de Floyd?

Todos os sindicatos em todos os lugares devem se unir às massas na rua e se mobilizar para exigir justiça para Floyd e todas as outras vítimas de violência racista.

Publicado originalmente no Left Voice.

 
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