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COLAPSO NA SAÚDE EM CAMPINAS
“Estamos sem leitos SUS de UTI em Campinas!”
Natalia Mantovan

Médico plantonista do Hospital Ouro Verde, em Campinas, denuncia situação dramática com aumento do número de casos graves e falta de leitos.

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Um médico plantonista do Hospital Ouro Verde, em Campinas, fez um relato em seu perfil pessoal no Facebook onde denuncia a situação dramática dos pacientes com COVID-19. O último balanço da prefeitura afirma que já são 54 óbitos e 1.193 casos confirmados na cidade.

A postagem já começa com uma afirmação tenebrosa: “Estamos sem leitos SUS de UTI em Campinas! Nenhum! E os casos de COVID não param de chegar, cada dia pior!” Em seguida o médico conta que vivenciou 5 óbitos em seu último plantão, de 12 horas. “Nós da linha de frente estamos sem ter o que fazer e a sensação é de enxugar gelo!”, desabafa.

O Hospital Ouro Verde atende a região mais populosa de Campinas, onde vive a maior parte das famílias trabalhadoras e precarizadas da região. Já havia sido detectado um perigoso avanço do contágio nessa região, informação revelada pela Secretaria da Saúde no início de maio. Embora a princípio os casos se concentrassem na região central e leste, o avanço para a periferia era inevitável e mais preocupante, pois é onde se concentram grande parte dos trabalhadores que não podem fazer quarentena, onde há mais casos de família sem acesso a condições mínimas de alimentação e higiene e onde o sistema de saúde pública é historicamente sucateado.

Segundo a reportagem do "A Cidade On", a Prefeitura não teria negado as afirmações do médico, porém, teria afirmado que novos leitos já estão sendo providenciados, sendo 30 para o Hospital Mário Gatti e 15 novos leitos de UTI para o Hospital Ouro Verde. Entretanto, uma publicação do próprio site da prefeitura anuncia que serão providenciados 30 leitos para o Mario Gatti e 6 para a Casa de Saúde. A única menção ao Hospital Ouro Verde trata de 15 leitos no passado, como algo que já teria sido instalado, e portanto, um recurso já superado pela realidade retratada pelo médico.

A mesma prefeitura de Jonas Donizette que não apresenta medidas efetivas para dar suporte aos trabalhadores da linha de frente na saúde, é a prefeitura que congelou salários e impôs uma reforma da previdência para os servidores do município, incluindo aí os da saúde. Enquanto o Prefeito faz discursos de “fada sensata” contra Bolsonaro, como muitos prefeitos e governadores têm feito, e ao mesmo tempo ataca trabalhadores e tenta organizar a reabertura do comércio para agradar os empresários, não toma medidas concretas para resolver os problemas – como testar a população massivamente, garantir EPIs e insumos para os profissionais dos serviços essenciais que não são grupo de risco, e licenças remuneradas para todos os trabalhadores não essenciais ou informais e desempregados para que possam praticar o isolamento social sem passar fome, reconversão da indústria (estrutura na região é o que não falta) para garantir leitos e respiradores, etc – deixando os trabalhadores da saúde em desespero e a população pagando o preço com suas vidas.

 
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