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CENSURA A MILITARES QUE CRITIQUEM GOVERNO
Escola Superior de Guerra quer censura e punição a militares que discordem de Bolsonaro
Fernando Pardal

Após a censura a opiniões sobre a COVID-19 emitidas pelo Centro de Estudos Estratégicos do Exército, o comando da Escola Superior de Guerra declarou que quer punir militares e docentes que emitam opiniões divergentes de Bolsonaro em qualquer âmbito.

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A adesão dos militares ao bolsonarismo deve se dar por bem ou por mal, essa é a política do governo e de altos escalões das Forças Armadas que estão ao seu lado. A primeira instituição militar a sofrer a censura do governo foi o Centro de Estudos Estratégicos do Exército, que teve seu site retirado do ar após publicar um artigo sobre a COVID-19 que foi lido por apoiadores do governo como uma discordância em relação às opiniões emitidas por Bolsonaro. Desde 6 de abril, quando o artigo foi publicado, o site se encontra fora do ar.

Agora, a censura vem de antemão e por parte do Almirante Waldmilson Borges de Aguiar, comandante da Escola Superior de Guerra (ESG), que enviou um ofício à Advocacia-Geral da União (AGU) para uma consultoria: a direção da ESG queria saber se poderia punir docentes ligados à instituição que emitissem críticas ao presidente dentro ou fora da escola. Mesmo em redes sociais, em férias ou licença, a direção da ESG queria garantir que nenhum servidor pudesse fazer críticas ao presidente. Isso porque, segundo a escola, mesmo em circunstâncias alheias ao exercício de sua função, os servidores não deveriam poder emitir opinião política contrária a Bolsonaro, já que este é o chefe das Forças Armadas. Assim, consultam à AGU quais seriam as medidas cabíveis para punir servidores indisciplinados que ousassem dizer o que pensam sobre o presidente ou o governo.

Segundo Vera Magalhães, autora de artigo em que denuncia a consulta da ESG à AGU, a resposta foi proferida pela advogada da União Juliana Falleiros Carvalheiro, que disse ser improcedente qualquer tipo de punição: “A princípio, não há irregularidade na conduta de servidor que, no âmbito de sua vida privada, tece críticas a atos do presidente da República”.

De toda a forma, fica evidente como os tentáculos bolsonaristas e dos generais que o apoiam e ocupam cargos políticos em seu governo estão ávidos por impedir qualquer tipo de crítica ao executivo, censurando qualquer medida que possa questionar ou enfraquecer de alguma forma o governo. Não se trata, como já analisamos em outros textos e lives do Esquerda Diário, de nenhum tipo de “apoio incondicional” dessa ala do Exército a Bolsonaro. Antes, é uma forma dos próprios militares, ao prestarem seu prestígio como apoio ao Executivo, se colocarem como árbitros da situação política. Para isso, calar as vozes dissonantes dentro das próprias Forças Armadas é fundamental, e nesse sentido age a censura dos militares em instituições chave como a ESG.

 
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