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VIOLÊNCIA RACISTA
Mais um futuro interrompido: policial civil assassina Juan Oliveira, de 16 anos, enquanto jantava em sua casa
Redação

Depois da morte de João Pedro de apenas 14 anos pelas mãos da polícia racista e assassina no Rio de Janeiro no início dessa semana, ontem o jovem de 16 anos Juan Oliveira Ferreira foi assassinado em casa por um policial civil na frente de sua mãe e irmãos em Santo André, região metropolitana de São Paulo. O assassinato de Juan acontece horas depois de uma manifestação contra a violência policial na região. Basta de mortes a juventude negra das periferias pelas mãos da polícia racista e assassina!

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“O policial deixou meu filho morrer na cozinha da minha casa.”. O relato da mãe de Juan, Alessandra Ramos, de 32 anos, diarista que denuncia o assassinato do filho mostra que a polícia, esse braço armado do estado capitalista brasileiro, especialmente no meio da pandemia, não existe para “proteger os cidadãos”, mas, sim, para assassinar sistematicamente os trabalhadores, jovens, negros e negras moradores da periferias, especialmente as mais e pobres e em condições de fragilidade socioeconômica.

Os assassinatos e a violência pela polícia, infelizmente, não é novidade no país, tampouco para os moradores da região, que, inclusive, haviam feito, horas antes, uma manifestação contra a violência policial, exigindo justiça por seus mortos, conforme noticia o jornal online Ponte. A manifestação terminou com violenta repressão da Polícia Militar, comanda pelo governador João Dória, como podemos ver nesses vídeos gravados por moradores do Jardim Elba:

Os relatos da mãe de Juan Oliveira sobre sua morte revelam um grau extremo de frieza, crueldade e mecanicidade do assassino, policial civil. “Estava em casa, ele tinha acabado de tomar banho, estava jantando. O policial entrou em casa e deu um monte de tiro, ele estava em pé. Mataram ele na frente dos irmãos. Não me deixaram socorrer. Ficaram dentro de casa, mexeram nele. Ficaram mais de uma hora com ele lá dentro, não chamaram o Samu para resgatar.”

A informação de que o assassino era policial civil veio quando policiais militares chegaram ao local. “O cara estava de camiseta preta normal, calça, máscara preta, cabelo liso. Ele falou que era policial, da Civil, quando os outros policiais chegaram para cumprimentar”, afirma, acrescentando que ele seria de uma delegacia de Santo André.

A professora do ABC, Maíra Machado, expressou pelas redes sociais sua indignação com a morte de Juan:

A perspectiva de futuro da juventude negra está, nesse momento, obstruída por várias forças sociais do capitalismo. Seja as mortes pelo Covid-19; e precarização do sistema de saúde e das condições de vida e moradia das favelas, cujo os culpados diretos são os governantes Bolsonaro com seu negacionismo atroz, mas também Witzel, Dória, Maia e companhia, que fazem demagogia com a questão do isolamento, mas que mantém a população sem EPIs, testes e saúde, fazendo com que a pandemia, comprovadamente, seja mais letal entre negros, revelando o racismo estrutural o qual sustenta a sociedade capitalista.

Seja para repressão sistemática e “ostensiva” nas periferias que mata todos os dias, tornando as policiais estaduais brasileiras as mais assassinas do mundo, com as mortes de Amarildo, Douglas, Cláudia, Edson, João Vitor, Luana, Yan, Inácio, Waldik e Gabriel, para citar os casos que ganharam mais repercussão na mídia e nas redes sociais. Isso para não citar o caso da Marielle Franco, que se não foi assinada diretamente pela polícia até onde se sabe, sua morte segue sem justiça, sem saber os verdadeiros mandantes de seu assassinato, por conta de uma investigação inconclusa e que não será levada até o fim por nenhuma polícia.

Essa nefasta “obra” capitalista, orquestrada pelos governantes do país, deve ser enfrentada palmo a palmo, por isso é fundamental que os sindicatos, associações de direitos humanos e de bairros, favelas e comunidades se organizem conjuntamente e de forma independente para enfrentar a violência que tem aumentado exponencialmente com o isolamento social. E também para dar uma resposta concreta a pandemia, por que o isolamento, sem testes massivos e garantia de EPIs para os que seguem trabalhando, é totalmente insuficiente.

Nós do Esquerda Diário nos solidarizamos com a família de Juan Oliveira Ferreira e exigimos uma investigação independente, uma vez que sabemos que não virá desta instituição assassina e racista nenhuma resposta para garantir justiça e punição dos responsáveis.

 
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