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GOVERNADORES
Governadores de PT e PCdoB apoiam ajuste fiscal em troca dos auxílios para seus estados
Simón J. Neves

Em reunião online nesta quinta-feira (21/05) entre governadores do país todo e o presidente Bolsonaro, o tom foi de união, até mesmo entre os governadores da oposição.

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Como já noticiamos aqui, na reunião desta quinta-feira, onde participaram os 27 governadores, o presidente Jair Bolsonaro, os presidentes ds Camâra e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, e ministros do Governo Federal, o tom foi de unidade nacional para enfrentar o coronavírus.

Inclusive os governadores de PT e PCdoB, que por serem de oposição ao governo de Bolsonaro seria de se esperar um tom mais áspero em relação a sua política, pouco falaram sobre o encontro nas redes sociais. Wellington Dias (PT), do Piauí, Camilo Santana (PT), do Ceará, e Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão, fizeram postagens protocolares em suas redes sociais. Dino disse que foi uma iniciativa positiva e Santana ressaltou a importância de deixar de lado as divergências ideológicas neste momento. Rui Costa (PT), da Bahia, nem sequer se pronunciou nas redes sobre a reunião.

A única a desenvolver um pouco mais sobre o tema foi Fátima Bezerra (PT), governadora do Rio Grande do Norte. Também ressaltando o tom respeitoso do encontro e como “as divergências foram deixadas de lado para que pudéssemos focar na união de todos em defesa da saúde do povo brasileiro e na superação da crise.” Se opôs ao congelamento dos salários de servidores estaduais, mas por considerar que isto representa uma interferência da União nos estados e municípios.

Mesmo que o repasse aos estados e municípios, cujo valor chega a 60 bilhões de reais ao longo de 4 meses, seja fundamental neste momento de pandemia e crise econômica, as contrapartidas exigidas são absurdas. A proibição de reajustes salariais para servidores, bem como a não contagem do período 2020-2021 para progressão salarial, a proibição do aumento de gastos públicos obrigatórios acima da inflação e a proibição de contratações, abertura de concursos e criação de novos cargos são ataques inaceitáveis ao funcionalismo público.

A própria reunião de hoje teve como objetivo principal para Bolsonaro angariar apoio para seu veto às emendas feitas ao projeto que previam a exclusão de certas categorias do congelamento salarial, através de uma oferta de liberação mais rápida dos recursos.

O papel de PT e PCdoB

PT e PCdoB apoiaram os projetos tanto na Câmara quanto no Senado, ainda que na Câmara dos Deputados a bancada do PT tenha sofrido uma divisão (30 votos a favor e 20 contra). O fato de não se pronunciarem de maneira frontal contra as medidas de ajuste fiscal impostas pelo “pacote de ajuda” aos estados mostra qual é a política destes partidos em suas gestões.

Desde o ano passado, diversos estados governados pela oposição aprovaram suas próprias Reformas da Previdência, muitas vezes sob dura repressão contra servidores públicos por parte da Polícia Militar. Junto a isso, a política da CUT e CTB, centrais sindicais dirigidas por PT e PCdoB, respectivamente, é de conciliação de classes, como ficou demonstrado no ato de 1º de Maio deste ano com o convite a figuras como Rodrigo Maia, FHC e outros.

Essas centrais, que poderiam levar a frente uma enorme luta contra Bolsonaro e o Congresso, atuam como freio das lutas dos trabalhadores, como por exemplo em 2019 quando separaram a luta da educação que levou milhões de jovens às ruas, da luta contra a Reforma da Previdência. Dessa forma garantem estabilidade a Bolsonaro e fazem com que o protagonismo da oposição a ele seja assumido por setores da “burguesia responsável”, que hoje se apresenta em Dória, Maia e o STF, enquanto a luta de classes é tirada de cena.

Isto tudo está à serviço da estratégia eleitoral petista, que busca “sangrar” o governo visando a vitória na eleição de 2022. A postura dos governadores petistas e de Flávio Dino, do PCdoB, é de uma atuação completamente por dentro “das regras do jogo”, aceitando as imposições absurdas do governo federal e clamando pela unidade nacional, em um momento onde os danos econômicos e sanitários atingem aos mais pobres e as periferias de maneira muito mais devastadora.

 
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