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GENOCÍDIO DA JUVENTUDE NEGRA
João Vitor presente! Novo assassinato de jovem negro expõe o genocídio ininterrupto de Witzel contra os negros
Quilombo Vermelho

João Vitor, em menos de 48h após o assassinato de João Pedro, foi outro jovem negro executado pela polícia genocida de Witzel. Em tempos onde diariamente contamos os mortos, essas mortes mostram como mesmo em meio a pandemia do coronavírus outro genocídio segue ininterrupto e brutal.

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João Vitor da Rocha saía para comprar pipas quando foi surpreendido por uma operação da PM carioca na comunidade da Cidade de Deus na noite de ontem (20/05). O desfecho, a morte do jovem de 18 anos.

João Pedro, 14 anos, brincava no quintal de casa de um tio, quando policiais invadiram o imóvel e o atingiram na barriga.

Duas imagens que contrastam a inocência dos jovens, em meio a suas brincadeiras, com a violência sanguinária da polícia carioca sob o comando do genocida governador Wilson Witzel.

Outra imagem, concomitante à brutal ação da polícia que culminou na morte de João Vitor, mostra a ligação dessas mortes com o atual contexto de pandemia. Voluntários da Frente Cidade de Deus distribuíam cestas básicas para os moradores da comunidade quando foram surpreendidos pelos disparos da operação policial.

Essas imagens revelam toda a vulnerabilidade das vidas negras e periféricas no contexto da pandemia, principalmente no Rio de Janeiro. À letalidade do vírus, que se mostra muito superior para os negros -mesmo sem nenhum fator biológico, apenas pelo racismo estrutural e suas precárias condições de vida -, se soma a letalidade proveniente de um outro genocídio, mais duradouro e naturalizado.

Assistimos nos jornais diariamente a contabilidade das mortes pelo COVID-19. Contra o relativismo genocida de Bolsonaro, a mídia tenta mostrar que os números representam vidas. Mas contra as brutais mortes de jovens negros e periféricos, que seguem ocorrendo, a mesma mídia burguesa se cala, apenas "mais um".

As mortes pelo coronavírus são combatidas, desnaturalizadas, mas e as ininterruptas mortes do genocídio negro? Essas já estão naturalizadas. Tão naturalizadas que um genocida como Witzel - com o sangue nas mãos de João Vitor, de João Pedro, de Agatha Felix, de Kauan Peixoto, de Jenifer Gomes... - pode impunemente se dizer em "defesa das vidas".

A hipocrisia desse discurso de Witzel se mostra desde a insuficiência de seu combate ao coronavírus, que não garante testes massivos, e leitos de UTI, como assistimos ao colapso do sistema de saúde carioca. Mas mais impressionante ainda, na realização de brutais operações policiais mesmo em meio a pandemia, como a chacina no Complexo do Alemão que assassinou 13 pessoas.

Os negros das comunidades e morros cariocas estão encurralados pela letalidade do vírus nas favelas, fruto das condições precárias de vida, e pela letalidade da polícia carioca, que não dá trégua mesmo nesse contexto. Contra essa nefasta realidade, defendemos a auto-organização dos moradores, como vemos em diversas ações de solidariedade que se organizam, desde a distribuição de cestas a conscientização, mas também para exigir a justiça contra esses casos brutais de assassinato da juventude negra pela polícia.

Nós do Esquerda Diário expressamos toda a solidariedade aos familiares de João Vitor e nos somamos aos gritos por justiça, tendo a certeza que os negros e negras ainda vão vingar cada uma dessas mortes cometidas a mando desses políticos racistas.

João Vitor Presente!

 
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