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CENSURA
Flavio Bolsonaro acusa covardemente professora de doutrinação e divulga vídeo da aula
Comitê Esquerda Diário Unicamp

No dia 16 de maio, Flávio Bolsonaro, ex deputado estadual do Rio de Janeiro e atual senador pelo mesmo estado, atacou uma professora de português do interior de São Paulo ao expor um vídeo de parte de uma aula remota em seu Instagram.

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A não bastar o ataque vindo de Bolsonaro, os comentários do vídeo, feito por apoiadores do atual governo, agravam o tamanho insulto.

O vídeo, que tem como legenda "NEM TENTAM ESCONDER MAIS! "Não há doutrinação nas escolas, é coisa da sua cabeça". ASSISTA E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES…", mostra um fragmento de uma videochamada na qual a professora analisa uma charge que coloca em cheque a atuação de Jair Bolsonaro meio a pandemia do Coronavírus.

O compartilhamento de um vídeo privado, tornando-o público, pelo senador, é, para além de um crime digital, o reflexo de um governo que se coloca cada dia mais autoritário, que busca eliminar todo e qualquer pensamento crítico que se afaste de sua perspectiva política excludente e discriminatória.

Em tempos de Educação à Distância, agravados pelo "Escola Sem Partido", no qual existem falsas premissas de que as professoras podem ser neutras, faz com que as formas de censura se intensifiquem, vide que a vida privada e pública se diluem a partir dos espaços de sala de aula, que agora acontecem muitas vezes nas próprias casas das educadoras e por vídeos, e a divulgação ilegal de imagens são rapidamente executadas. Assim, com a exposição das professoras nas videochamadas, as quais são gravadas, há uma constante tensão sobre a forma e o conteúdo de suas aulas, situação que vem a tirar a autonomia docente.

É preciso retomar, especialmente em tempos como esses, que não existe nenhuma aula neutra, assim como nenhum pensamento, fala ou fazer. Somos tomados por ideologias. Como já dizia Paulo Freire: "Não existe imparcialidade. Todos são orientados por uma base ideológica. A questão é: sua base ideológica é inclusiva ou excludente?".

A concepção ideológica que Flávio Bolsonaro defende marca um pensamento reacionário de que a sala de aula deve ser moldada, com uma educação tecnicista, para que os estudantes não desenvolvam suas potencialidades e nem criticidade. É a ideologia machista, LGBTfóbica, preconceituosa que tem ódio às diferenças e repudia a ciência e o pensamento crítico.

Colocamos então aqui todo nosso repúdio ao brutal ataque feito de Flávio Bolsonaro à professora em questão; solidarizamos com ela e sua família e ressaltamos a coragem e importância que essa e tantas outras professoras têm, diariamente, ao se colocar à frente no compromisso de uma educação crítica e emancipadora.

 
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