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BOLSONARO | ABORTO
Bolsonaro usa crianças para falar contra legalização do aborto e "ideologia de gênero"
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

Mais uma vez, Bolsonaro usa crianças para prometer avançar sobre nossos direitos. Hoje falou contra a denominada “ideologia de gênero”, tão debatida pela direita conservadora do país.

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Não é novidade para ninguém que enquanto milhões adoecem e se deparam com hospitais sem leitos, sem EPIs e com médicos e enfermeiros adoecidos, Bolsonaro e sua turma insistem em avançar sobre nossas liberdades individuais e vociferam contra o direito das mulheres decidirem sobre seus corpos e incitam a violência.

Não bastasse isso, pela segunda vez em poucos dias, Bolsonaro com a ajuda de líderes religiosos, evangélicos e católicos, usa crianças que são expostas em meio à pandemia para dizer que vai proibir o aborto e impedir que a “ideologia de gênero” seja discutida nas escolas. Quando o presidente, apoiado por seus ministros genocidas e um punhado de militares diz que não permitirá que se discuta gênero e sexualidade nas escolas, ele o faz justamente para limitar e cercear a livre expressão de professores e alunos. Além disso, serve para combater a reivindicação de igualdade entre os gêneros e a livre manifestação da sexualidade.

Hoje pela manhã, o presidente carregou uma menina com cerca de 4 anos no colo e, na frente de outras crianças da mesma idade, vestidas com uma camiseta com os dizeres “Brasil Vivo! Sem aborto” disse que irá proibir a “ideologia de gênero” em todo o país. Essa declaração se deu porque o STF proibiu por 11 a 0 uma lei que previa a proibição da discussão de gênero no estado de Goiás. As crianças, que não escolheram sozinhas suas roupas e foram vestidas pelos pais e pelo padre que as levou até ali, cantaram “Jesus Cristo” de Roberto Carlos e disseram que não querem a lei de alienação parental, bom lembrar o já citado, as crianças tinham entre 4 e 5 anos de idade.

Desde que Bolsonaro era candidato à presidência, um bando de ultra direita vem tentado avançar em diversos municípios e estados na imposição do projeto Escola sem Partido, com a perseguição à professores e disciplinas. Damares Alves, ministra dos Direitos Humanos e da Mulher, disse logo que assumiu o cargo que uma nova era começava, a era em que “menino veste azul e menina veste rosa”, sua posição é ferrenha contra a “ideologia de gênero” e sua atuação se baseia em ataques à comunidade LGBT e às mulheres que diz representar.

Nesse governo, onde podemos ouvir da secretária de Cultura, Regina Duarte, em meio à milhares de mortes que podem chegar na casa de milhões, que “morte e tortura sempre existiram na humanidade”, a batalha constante que é travada vai no sentido de avançar em brutais ataques econômicos e no disciplinamento social, arrancando dos porões da ditadura as piores expressões contra a população e suas liberdades democráticas. Calar a voz daqueles que expressam sua sexualidade, oprimindo e reprimindo jovens e professores serve para impor um governo autoritário, que hoje mais de que nunca mostra sua cara.

Não permitiremos que a situação que atravessamos em nosso país seja a porta de entrada para que limem os direitos que tivemos que arrancar ao longo dos anos. Seguimos na batalha pela vida de milhares de mulheres que morrem todos os anos por aborto clandestino, defendendo o direito ao aborto legal, seguro e gratuito. Lutamos para que gênero e sexualidade seja uma discussão aberta em cada escola e pela separação da Igreja do Estado para as crianças não sejam usadas por padres, pastores e presidentes para defender ataques às mulheres e aos LGBTs.

 
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