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WITZEL
Witzel em 50 dias de pandemia: corrupção, jogo de empurra e colapso na saúde
Pedro Cheuiche

A estratégia de Witzel, com o criminoso jogo de empurra e a corrupção da secretária de saúde, contribuíram para o colapso da saúde do Rio de Janeiro.

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Imagem: InfoNews

No dia 10 de abril, Witzel afirmou que não haveria respiradores suficientes, caso a pandemia continuasse a avançar. Declarou na época, “mesmo se chegarem esses 1200 respiradores, será insuficiente”.

No entanto, ao invés de tomar medidas efetivas para garantir os equipamentos, Witzel se acomodou no jogo de empurra com o negacionista Bolsonaro e no discurso de isolamento social, que não é suficiente se não há condições materiais para as pessoas ficarem em casa e se tratarem, caso fiquem doentes. Não só os respiradores nunca vieram, como se abriu um escândalo na alta cúpula do governo em torno do sub-secretário de saúde, acusado de fraudar licitação para beneficiar empresários. Com dinheiro público, R$56,2 milhões foram para empresas privadas que não entregaram equipamento para rede de hospitais.

A previsão é que somente parte da carga chegue no dia 10 de maio, quando muitos cariocas e fluminenses já terão morrido por conta da super-lotação dos leitos de UTI. Os hospitais de campanha, praticamente prontos, não abrem. No dia 22, o sistema de saúde do Rio começou a colapsar, com relatos de filas e pacientes sem oxigênio na UPA de Campo Grande.

Até o dia 30, a promessa era entregar 8 hospitais, mas o que foi entregue no prazo foi apenas 1 hospital com 2,2% do total de leitos prometidos. O 1º hospital de campanha foi inaugurado no dia 25 de abril e somente a unidade do Riocentro abriu desde então com 400 leitos a menos de sua capacidade.

Desde o primeiro hospital inaugurado lá se vão mais 11 dias de espera por respiradores comprados da China em janeiro pelo município. Já o governador não declara qual é a sua estratégia, a não ser ampliar a dependência por esses mesmos materiais. São momentos valiosos jogados no ralo pela estratégia assassina da longa espera passiva adotada por Witzel, e também por Crivella.

Bolsonaro é responsável por não mandar os materiais obtidos nacionalmente, mas tanto no Estado quanto no Município do Rio de Janeiro existem centros de pesquisa de ponta, tecnologia e parque produtivo para impedir que qualquer trabalhador morra sem tratamento adequado.

Há tecnologia e parque produtivo, mas governador prefere esperar da China

A situação do Rio é de colapso do sistema de saúde, com mais de 1,1 mil pessoas aguardam leitos de Covid-19. Pelo menos 500 delas, estão em estado grave.

A UERJ está produzindo protetores faciais, os “face-shiels”, em falta nos hospitais do Rio de Janeiro, e a UFRJ está fazendo uma "vaquinha online" para conseguir produzir respiradores de baixo custo 10 vezes mais baratos que o mercado. São iniciativas pioneiras feitas sem qualquer tipo de apoio. Isso sem falar da excelência da Fio-Cruz, que estaria ainda mais a frente caso contassem com investimentos.

No sentido oposto, Witzel está atacando a ciência com um brutal projeto que abre espaço para privatizar tudo o que é público. Ameaça as universidades (UERJ, UEZO e UENF), fundações de incentivo a pesquisa (FAPERJ e Fundação Carlos Chagas) e a cultura (Theatro Municipal e o Museu da Arte e do Som), entre outras empresas.

O Rio de Janeiro é um estado com peso industrial, segundo a CNI, gerando R$ 104 Bilhões por ano ao PIB nacional com 22.580 indústrias no estado, no ano de 2018. Ao invés de buscar reconverter todo esse potencial para conter a pandemia, o governador impõe que esperemos por materiais de fora do país, mesmo com consciência de que poderíamos produzir tudo que é necessário aqui mesmo.

Witzel e Crivella não dão atenção para as iniciativas nas universidades, não reestruturam o parque produtivo disponível, não estatizam os leitos privados, ao mesmo tempo em que não garantem EPI´s nos hospitais. As medidas que demonstram que não se tratam de alternativas ao terrível negacionismo de Bolsonaro. Não dão condições de tratamento, além do isolamento social só ter se efetivado nos setores que puderam parar de trabalhar.

Nessa urgência, para combater essa realidade, seria essencial a estatização dos hospitais privados e centralização do sistema de saúde de forma 100% estatal, sob controle dos trabalhadores, e testes massivos para a população. Além da reestruturação das fábricas disponíveis com comando dos próprios operários envolvidos na produção.

 
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