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CORONAVÍRUS
Sem testar a população e com SUS em colapso Pará é o segundo estado a entrar em confinamento
Redação

Enquanto equipes médicas continuam pedindo socorro com o sistema de saúde já em colapso e sem equipamento básicos para atender nas UTIs, para a polícia do Pará não faltarão EPIs para multar e reprimir quem descumprir o lockdown. Sem testar massivamente a população o estado do Pará segue com a lógica nacional do país que mais subnotifica os casos de COVID-19. Embora o governador Helder Barbalho (MDB) junto com outros governadores se diferenciem da política negacionista de Bolsonaro, trata-se de uma decisão política do Estado que escolhe investir muito mais na vigilância policial do que em saúde.

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8 cidades do Pará, incluindo a capital Belém, serão afetadas com a medida sendo o segundo Estado a efetuar o chamado lockdown, nessa terça-feira (5) o governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) tomou a mesma medida. As cidades afetadas por essa medida, no Pará, tiveram aumento expressivo de casos confirmados do novo coronavírus nos últimos dias passando de 75 notificações por cada 100 mil habitantes. A média estadual do Pará é 51 casos a cada 100 mil habitantes.

As pessoas terão que portar documento de identidade e carteira de trabalho ao saírem de casa, à fim de comprovarem que estão saindo porque trabalham em serviço essencial. Ficam proibidas reuniões e visitas a parentes, e todas as pessoas serão obrigadas a usar máscaras ao saírem de casa por qualquer motivo, podendo ser multadas em R$150,00 a pessoa física e 50 mil reais a pessoa jurídica. Bom isso é o que consta no papel, na prática todos conhecem a violência com que os trabalhadores, em especial os negros são abordados pela polícia. A medida passa a valer a partir dessa quarta-feira (7).

Nada disso seria necessário se ao invés de investir em policiamento, com equipamentos de repressão caríssimos diga-se de passagem, se investisse massivamente em testes para racionalmente localizar por onde anda o vírus, isolar essas áreas e encaminhar os infectados para quarentenas adequadas. Para isso, hotéis, resorts e pousadas poderiam ser requisitados. Todos os leitos privados deveriam também estar a serviço do combate da pandemia. Essa quarentena policialesca e irracional só mostra a hipocrisia dos governadores que com demagogia querem se diferenciar politicamente de Bolsonaro, mas que na verdade estão do lado dos mesmos empresários capitalistas permitindo demissões em massa e preparando um estado autoritário para a luta de classes que possa vir em um futuro próximo com a crise que criaram e jogaram nas costas dos trabalhadores e pobres.

Antes de mais nada é urgente romper com a Lei do teto dos gastos em saúde e educação que congelou os recursos para os próximos 20 anos. Romper com o pagamento da fraudulenta dívida pública, taxar grandes fortunas, centralizar todos os recursos nacionais em um único banco estatal de onde os recursos necessários possam chegar rapidamente onde os sistemas colapsaram. É preciso converter a produção industrial para a produção de equipamentos de saúde como EPIs e respiradores, bem como estatizar todo o sistema de saúde centralizado no SUS. Mas essas medidas nunca sairão das das mãos e canetadas da burguesia e de seus representantes, seja no executivo, legislativo ou judiciário. Pois mais do que nunca está evidente o quanto nossas vidas valem diante da ânsia por manter os seus lucros. Somente os próprios trabalhadores, criando comitês em cada local de trabalho, podem organizar tudo o que é necessário para o combate do novo coronavírus, tomando o controle dos hospitais, fábricas e bancos nas próprias mãos para fazer nossas vidas valerem mais do que os lucros deles.

Por isso, reforçamos o chamado de Babi Delatorre, trabalhadora do Hospital Universitário da USP, de coordenar nacionalmente a luta da saúde, utilizando o próximo dia 12 de Maio, dia nacional das enfermagem, para ser uma primeira ação unificada das trabalhadores e dos trabalhadores que estão na linha de frente do combate a Pandemia em todo o país.

 
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