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Bairros pobres do RJ tem maior letalidade por coronavírus. Culpados: Witzel e Crivella
Redação

A alta taxa de letalidade na Zona Oeste do RJ não é justificada apenas porque as pessoas não respeitam a quarentena, como a grande mídia tenta nos convencer. Ela é causada pelo descaso do governo federal, estadual e municipal que permitem que serviços não essenciais continuem operando, que não disponibiliza EPIs aos trabalhadores e não garante que haja atendimento de saúde adequado a essas pessoas.

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A Zona Oeste do Rio de Janeiro tem sido a mais afetada com mortes por conta do coronavírus. Os dados são assustadores: o bairro Campo Grande está registrando uma taxa de letalidade pela COVID-19 de 14,5% enquanto a média de toda cidade é de 9%. Nos bairros Bangu, Realengo e Santa Cruz, para cada 5 pessoas contaminadas há uma morte.

Por sua vez, esses números são contraditórios com a quantidade de casos confirmados na Zona Oeste, já que Campo Grande chega a contabilizar 30% menos casos que Copacabana. Como é possível morrer tantas pessoas que nem mesmo estavam registradas como contaminadas?

A subnotificação é uma das causas. Não há testes disponibilizados para a população mais pobre. Se os moradores de Campo Grande fossem testados em massa, Copacabana ainda continuaria sendo o bairro com maior número de infectados? Se a letalidade do vírus é maior na região mais pobre do RJ é porque a população mais marginalizada, sem acesso aos testes, precisa continuar trabalhando precariamente sem o mínimo para se proteger, como EPIs. E quando ficam doentes, não há leitos com respiradores que possam atender os pacientes.

A alta taxa de letalidade na Zona Oeste do RJ não é justificada apenas porque as pessoas não respeitam a quarentena, como a grande mídia tenta nos convencer. Ela é causada pelo descaso do governo federal, estadual e municipal que permitem que serviços não essenciais continuem operando, que não disponibiliza EPIs aos trabalhadores e não garante que haja atendimento de saúde adequado a essas pessoas.

Esse descaso de Bolsonaro, Witzel e Crivella com a saúde pública está cobrando seu preço. A Secretaria Estadual de Saúde do estado já admitiu e aceitou que não haverá respiradores para toda a população que ficar doente. A política de Witzel, diante do caos que a saúde pública se encontra, não é resolver a situação, girando a produção das fábricas e indústrias para construir respiradores, mas sim decidir quem vive e quem morre. É diretamente uma política de morte. Enquanto isso o governo destina R$ 56,2 milhões, em uma venda sem licitação, para a compra de 300 respiradores que ainda não foram entregues pela empresa MHS Produtos e Serviços.

Diante disso, é urgente que os trabalhadores se organizem para tomar as rédeas da situação. Não podemos confiar em Bolsonaro, Mourão e em nenhum dos militares assim como não podemos confiar em Witzel, que mesmo que tente aparecer como alternativa ao negacionismo de Bolsonaro, na prática sua política é a mesma: permitir que o povo pobre e negro morra. A falta de respiradores pode ser resolvida se os trabalhadores das indústrias se organizarem para girar toda produção para a construção de respiradores, que é a demanda direta e urgente da população e que não virá se depender de Witzel. Assim como o colapso do SUS ser contido pela estatização e incorporação da rede privada, sob controle dos profissionais da saúde.

Precisamos levantar uma campanha forte por testes massivos e direito ao tratamento da doença, porque se dependermos de Bolsonaro, Mourão, do congresso ou de qualquer um dos governadores, iremos morrer sem nem mesmo sermos diagnosticados ou tratados. Os trabalhadores são os únicos que conseguirão dar uma resposta à altura para essa crise pois são os únicos que se preocupam com a vida e não com o lucro.

 
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