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INTERNACIONAL
Chile: “comemorar o 1º de maio na delegacia"
Roberto Acuña (Zonyko)

Neste primeiro de maio dezenas de trabalhadores, jovens e militantes de esquerda foram detidos na Praça da Dignidade em plena comemoração do dia dos trabalhadores. Contamos a história a partir do relato de um dos detidos.

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Cheguei pela manhã na praça dignidade, estava lotada de policiais, algo totalmente por fora da realidade. Eu ia caminhando pela avenida Vicuña Mackenna, já perto da Praça da Dignidade, e daí vi as fileiras de vans, essas máquinas novas que chegaram em plena pandemia enquanto deixam a trabalhadores sem salário e suas famílias com fome.

Era totalmente delirante, estavam preparados para outubro, não havia um só monumento que estivesse sem policiais, além de, obviamente, os carros, furgões e os piquetes parando todo mundo, controlando as pessoas.

Eles me agarraram, eu estava em uma rua que dava com a rua Providência e com todos meus elementos de proteção pessoal como álcool gel e máscara. Me subiram na van e eu não sabia porque estavam me levando. Me subiram junto com vários e aí me perguntaram se eu tinha ou não salvo conduto, porém eu já estava detido e não era claro se era por desordem ou pela lei da quarentena.

Já chegando a delegacia, quando começaram a nos organizar nos lugares, só aí nos disseram que estávamos infringindo a quarentena quando nem sequer pediram a muitos de nós o salvo conduto.

Já dentro da delegacia nos separaram em grupos de 20, em três celas. E também havia uma fila grande de gente com cerca de 30-40 pessoas e, depois, em um espaço separado com grades de isolamento, havia outro recinto onde meteram mais 30 ou 40 pessoas . Passava muita, muita gente por aí. Bem, imagine tudo isso, imagine-se em um espaço ínfimo, que era como uma sala com 20 pessoas que estávamos sempre uma ao lado da outra, impossível de ter, não sei, meio metro de distância de alguém. É impossível que tenha havido somente 57 detidos como diz a polícia.

Bem, não havia muita clareza de quando nos iam soltar, então começaram a chegar advogados para tirar-nos, e a maioria éramos militantes de esquerda.

Não tínhamos nenhum recurso, ou seja, não tínhamos álcool gel ao alcance e os que tinham não podiam retirar da mochila, não havia para nós nenhum cuidado sanitário, ou seja, depois nos inteiramos que havia um doente de COVID, apareceu registrado e o levaram. Então era uma irresponsabilidade tremenda porque o espaço até dava para nos acomodar melhor, vejam vocês.

Não havia nenhuma, mas nenhuma norma de cuidado com a gente, em troca, os policiais tinham de tudo: álcool gel, máscaras, etc..

Enquanto o governo se reúne com empresários para planejar suas medidas, enquanto Mañalich (Ministro da Saúde) hoje assume que durante meses manipularam as cifras fazendo menos testes do que se poderia e agora os casos disparam e nos oprimem como em uma ditadura. Tudo para que sigamos trabalhando, expondo a nós mesmos e nossas famílias; neste primeiro de maio reprimem sem perguntar qualquer tentativa de protesto ou de comemoração da nossa classe, que á a que faz funcionar o mundo e que hoje está na primeira linha enfrentando o vírus. Os empresários desde suas casas ordenando demissões e suspensões. Vamos acumulando raiva e mais raiva, E saibam que não deixaremos que nos pisoteiem.

 
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