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INTERNACIONAL
Uma curva que não para de crescer: o desemprego nos Estados Unidos atingiu 30 milhões de pessoas
Gloria Grinberg
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Mais de 3,8 milhões de pessoas, nos EUA, solicitaram o seguro desemprego, alcançando já 30 milhões de pessoas em seis semanas. Isso no marco da crise pandêmica do coronavírus, segundo o Departamento de Trabalho nesta quinta-feira, 30 de abril.

Essa cifra é em grande parte produto da paralisação das atividades econômicas nos Estados Unidos, devido às medidas para conter o COVID-19. Mas também é efeito da falta de direitos trabalhistas e, em muitos casos, extremas precarizações na atividade laboral que ocorre nos Estados Unidos.

Segundo o Departamento do Trabalho, o número semanal de novos pedidos vem diminuindo nas últimas três semanas; ao mesmo tempo, ocorreram mobilizações de setores da extrema direita no país, muitos deles mostrando suas armas, exigindo o fim da quarentena para reabrir os comércios locais; essas manifestações tiveram o apoio de Trump. O altíssimo nível de contágio e as terríveis condições de trabalho que os que mantém seus empregos têm de se expor, são uma amostra do desastre que implicaria algo como o fim do isolamento.

A Reserva Federal alertou que a economia será atingida por uma queda sem precedentes no segundo trimestre e precisará de mais ajuda, para além dos 3 trilhões de dólares já recebidos. Os Estados Unidos vinham acumulando um crescimento econômico que retrocedeu 4,8% neste primeiro trimestre com o fechamento de empresas, fábricas, hotéis, restaurantes e pequenas empresas.

Ainda não se sabe quantas pessoas perderão o emprego nas próximas semanas. Embora empresas como varejistas, hotéis e restaurantes tenham sido os primeiros a demitir trabalhadores no início da pandemia, os economistas preveem que as demissões também começarão a afetar os empregos de colarinho branco. Por sua vez, várias mídias afirmam que a queda no mercado de petróleo pode levar o desemprego a uma situação ainda pior, visto às demissões que irão surgir na indústria de energia.

Na quarta-feira, o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, disse que levará um tempo até que a taxa de desemprego historicamente baixa de fevereiro (de 3,5%) fosse atingida novamente. O quão alta será a taxa de desemprego e quanto tempo levará para cair novamente dependerá da forma e do ritmo da recuperação econômica. A situação do mercado de trabalho nos EUA é comparável à depressão pós-1929.

Milhares de pedidos enfrentam atrasos no recebimento do seguro-desemprego; houve reclamações sobre falha nos sistemas desatualizados para carregar os dados. A isso devemos somar as milhões de pessoas que não se encaixam nesse seguro porque estão em situações irregulares, e os imigrantes sem documentos.

Até agora Havaí, Kentucky e Georgia têm visto altas porcentagens de pedidos de benefícios pela primeira vez. Cerca de 29% dos trabalhadores no Havaí têm feito reclamações sobre o desemprego pela primeira vez desde 14 de março, já que o setor de turismo está paralisado.

Por outro lado, existem centenas de milhares que continuam trabalhando de forma insegura. Os estabelecimentos e locais que suspenderam suas atividades não hesitaram em demitir e suspender seus trabalhadores. No entanto, esses empreendedores se beneficiarão de um pacote de resgate de US $ 2,2 trilhões, votado por democratas e republicanos. 75% são destinados a salvar empresas e o sistema financeiro.

Nos EUA têm acontecido manifestações e greves contra as demissões e também exigindo medidas elementares de proteção e que licenças pagas sejam garantidas para aqueles que adoecem. Este é o caso das lutas e protestos que os trabalhadores da Amazon, Mc Donald’s, Burger King, Dominos, Instacart, Walmart, Whole Foods, entre outros, estão realizando. Sem contar a luta das e dos trabalhadores da saúde em todo o país.

Atualmente, os funcionários da Amazon, Whole Foods, Instacart, Walmart, FedEx, Target e Shipt estão em uma greve histórica para exigir proteções básicas para os trabalhadores da linha de frente que arriscam e perdem suas vidas no trabalho. Ao mesmo tempo essas empresas seguem obtendo lucros recordes.

Os organizadores da chamada “greve geral do Primeiro de Maio” pedem aos clientes que boicotem a Whole Foods, Amazon, Target e INstacart neste dia.

"Somos mais poderosos quando nos unimos", disse Chris Smalls, principal organizador da greve do 1º de maio. Ele foi demitido da Amazon depois de organizar uma greve em 31 de março. “Formamos uma aliança entre um grupo de empresas diferentes, porque todos temos um objetivo comum, que é salvar as vidas dos trabalhadores e das comunidades. Este não é o momento de abrir a economia. A Amazon é um terreno fértil (para a covid-19) que atualmente está se espalhando por diversos depósitos”.

Desde o início da pandemia, os trabalhadores se reuniram em torno das mesmas demandas: equipamentos de proteção individual, benefícios de assistência médica, férias remuneradas e remuneração de riscos.

O 1º de maio, um dia historicamente celebrado a nível mundial pela esquerda como o Dia Internacional dos Trabalhadores ou o May Day. Os pequenos empresários e grupos da direita organizarão manifestações com o lema "Reabrir a América" nas cidades de todo o país, incluindo Washington DC e Chicago. Ao mesmo que os trabalhadores vão à greve em massa para rechaçar os "grupos de direita que querem arriscar nossas vidas reabrindo a economia", como disseram os trabalhadores para o site Vice.

 
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