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ATO INTERNACIONALISTA DA FRAÇÃO TROTSKISTA
México: "Em meio à demissões e a pandemia, a consigna é Queremos Viver”!
Zuca Falcão
Professora da rede pública de MG

Desde o México, Flora Aco, do MTS (Movimento de Trabalhadores Socialista) saúda internacionalmente aos trabalhadores e propõe saídas para enfrentar a crise no país e no mundo.

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No ato internacional que está sendo construído pela FT - Fração Trotskista pela Quarta Internacional - que está presente em 14 países e que impulsiona a rede internacional do Esquerda Diário em 8 idiomas - e sendo transmitido simultaneamente com traduções, Flora Aco, trabalhadora precarizada e militante da agrupação de mulheres Pão e Rosas no México explica a situação no país.

Flora que é trabalhadora precária estatal em Cidade do México, e que foi recentemente reincorporada ao trabalho junto a duas outras companheiras, graças a uma grande mobilização contra suas demissões políticas, que ocorreram por impulsionarem lutas contra a retirada de direitos trabalhistas e as demissões massivas, abre sua fala no ato internacionalista do 1M denunciando o governo de Lopes Obrador.

Obrador, apesar de se apresentar como um presidente progressista usando seus limitados programas sociais para isso, na verdade é mais um governante que revela estar a serviço da burguesia nacional e ao imperialismo. Para enfrentar a crise sociosanitária, o presidente do México escolheu implementar medidas de austeridade que levaram a centenas milhares de demissões no país que já conta com mais de 30 milhões de trabalhadores informais e sem renda garantida. Também demonstrou sua submissão aos Estados Unidos colocando a Polícia Nacional como cão de guarda para proteger as fronteiras do maior imperialismo do mundo.

E a situação das mulheres causa muita indignação por constituirem a maior parcela de trabalhadores precarizados, no país que mais mata mulheres em todo o continente. Porém, estas mesmas mulheres, se colocam na linha de frente combatendo a tentativa do governo de descarregar a crise sobre suas costas e a retirada de direitos trabalhistas, conforme nos conta Flora em sua intervenção:

“No país com mais feminicídios do continente, são enfermeiras, médicas, trabalhadoras da limpeza, quem encabeçam as mobilizações que crescem no setor da saúde. Exigem, junto a seus companheiros, insumos, equipamentos de segurança, máscaras e luvas, e enfrentam as consequências da política desastrosa deste governo.”

E são também elas que encabeçam as mobilizações nas “maquilas”, empresas manufatureiras de capital estrangeiro, sobretudo estadunidense, que se instalam no México, produzem componentes pra empresas maiores, como as automotivas e de aviação, e que contratam na grande maioria mulheres. As trabalhadoras das maquilas impulsionaram um grande movimento pela paralisação destas fábricas, já que a atividade que realizam não é considerada essencial e pela organização das empresas em setores que agrupam centenas de trabalhadoras, se converteram em um enorme foco de contaminação por coronavírus.

“Em um movimento histórico de greves brutais e motins contra as terríveis condições de exploração, as demissões e a negligência das autoridades diante de um foco de infecção no qual se estão convertendo as indústrias maquiladoras, a consigna é ’queremos viver’"

O Esquerda Diário México vem cumprindo um papel fundamental na denúncia dos ataques aos trabalhadores e à população mexicana, como diz Flora:

“Com muito orgulho quero dizer que o Esquerda Diário México, parte da rede internacional de diários impulsionada pela Fração Trotskista, se transformou em uma voz das e dos trabalhadores que lutam em todo o país, desde as maquilas, até os imigrantes, e os povos originários em defesa do território.”

Também é colocada a importância da construção de organizações socialistas em cada país, e que estas organizações pensem e elaborem conjuntamente estratégias para combater ao imperialismo e derrotar o capitalismo. O MTS se colocou nesse sentido aderindo ao chamado da Frente de Esquerda dos Trabalhadores da Argentina convocando para uma Conferência Latinoamericana, que busca levantar um programa para combater a ofensiva imperialista e os ataques capitalistas nesta parte do continente.

E Flora encerra sua fala com esta importante conclusão:

“Ainda que agora esteja adiada pela pandemia, a declaração de uma convocatória dessas é um passo muito importante que mostra o acordo entre partidos que nos reivindicamos socialistas e da classe trabalhadora, que lutamos pela independência política das e dos trabalhadores, e que levantamos a bandeira do antiimperialismo, buscando a unidade da nossa classe com a classe trabalhadora estadunidense, que cada vez mais tem componentes latinos. Estas bandeiras são para nós um importante ponto para construir, no México, como buscamos fazer desde o MTS, uma grande organização internacionalista, socialista e revolucionária. Viva a classe trabalhadora internacional!”

 
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