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EDUCAÇÃO
Estudantes da USP fazem campanha contra o EAD #FimdoEADJá
Faísca Letras USP
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"Não existe normalidade. Estudantes da USP contra o EAD"
#FimdoEADJá
#EADNãoéaSolução
#NenhumEstudantePrejudicado

Com a quarentena proposta pelos governos, e toda a situação de crise aprofundada pela pandemia, a falta de estrutura dos hospitais e falta de testes, em uma estrutura social que possibilitou as bases para a crise chegar no estado atual, a reitoria da Universidade de São Paulo aderiu a quarentena e, assim como diretores de várias faculdades, busca implementar o ensino a distância como forma de seguir as atividades acadêmicas. E quais as problemáticas disso?

Um dos elementos principais que se destaca é a precarização do ensino que medidas como o EAD proporcionam. Antes mesmo da pandemia via-se em processo um projeto de precarização da educação nas universidades públicas, que se expressou tanto no aumento do investimento na educação privada nos governos petistas, que privilegiava o lucro dos grandes empresários em vez da qualidade de ensino; assim como projetos levados a frente por governos PSDbistas, que por anos esteve a frente do governo de São Paulo, e escolhia a dedo o reitor da Universidade de São Paulo; e hoje vemos uma política do governo negacionista de Bolsonaro, que ataca as ciências, o movimento estudantil e autonomia universitária. Esse projeto se expressa há anos em medidas como os parâmetros de sustentabilidade, que propiciou o congelamento de verbas impedindo a contratação de novos professores e funcionários; o corte de bolsas de pesquisa; e ataques a permanência estudantil, dentre outros.

Com a pandemia do COVID-19, vemos a reitoria da USP ignorar todo o prejuízo a qualidade de ensino e implementar o EAD na universidade de forma antidemocrática - já que não teve participação da comunidade universidade, composta por estudantes, professores e trabalhadores, nas decisões - e fazer experiência com algo que já vinha sendo discutido há tempos pela burocracia universitária, mas sempre rechaçado por estudantes e docentes: o ensino a distância.

Para além do prejuízo a qualidade do ensino, muitos estudantes não têm disponibilidade de recursos materiais (internet, computador) para conseguir acompanhar as aulas EAD. Na prática, quem não tem recursos financeiros para ter uma estrutura que permita minimamente acompanhar as aulas (computador, internet de boa qualidade, lugar calmo para estudar) não consegue dar prosseguimento ao semestre.

No momento que estamos de avanço da pandemia de COVID-19, no qual muitos especialistas destacam que o número de casos seguirão aumentando no Brasil, muitos estudantes não têm condições psicológicas de arcar com um ano letivo "dentro da normalidade", muitas vezes, inclusive, por ter familiares e pessoas próximas infectados pelo vírus.

Uma outra questão que é escancarada pela crise são os problemas familiares que muitos estudantes enfrentam. Vários alunos tiveram que voltar para suas casas, por vezes fora de São Paulo, nesse período de quarentena, e em suas residências tem expressos, por vezes, cenários de homofobia e machismo. Variadas pesquisas já demonstraram o aumento da violência doméstica nesse período, assim como sabemos que, muitas vezes, o cuidado com as crianças e doentes recai sobre as mulheres. Sob estas condições os estudantes poderiam continuar o semestre normalmente?

Nós estudantes achamos que não, e por conta de todos esses elementos, nos colocamos contrários ao EAD.

O reitor da universidade, Vahan Agopyan, diz que as atividades na USP seguem normalmente. A diretoria da FFLCH diz que não haverá reposição de aulas, e que se deve implementar o ensino a distância. Diante de toda a situação, os centros acadêmicos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, que representam os estudantes dessas faculdades, já solicitaram algumas vezes uma reunião com a diretoria, para que pudessem levar a situação de muitos estudantes, e para que fossem pensadas as melhores medidas, dentro do que é possível para o momento, para lidarmos da melhor forma com essa situação. Porém, a diretoria não respondeu a esses pedidos.

O Centro Acadêmico do curso de Letras, por meio da gestão Pulso Latino - composta por militantes da Faísca e independentes - iniciou uma campanha contra o EAD, conjuntamente com o Ceupes (Centro Acadêmico do curso de Ciências Sociais) e CAF (Centro Acadêmico da Filosofia).

Nos colocamos contrários a forma antidemocrática que a reitoria da USP e a diretoria da FFLCH está implementando o EAD, pois achamos que a comunidade universitária - estudantes, trabalhadores e professores - deveria ser parte de decidir sobre os rumos da universidade, pois é algo que afeta a todos diretamente. Continuamos na defesa de uma reunião entre os Centros Acadêmicos e a Diretoria da FFLCH, pois achamos uma medida fundamental, assim como a diretoria se posicionar contrária as aulas a distância.

Com a Consigna:

Não existe normalidade. Estudantes da USP contra o EAD

E as hashtags:

#FimdoEADJá;
#EADNãoéasolução; #NenhumEstudantePrejudicado;

a campanha vai ganhando corpo com estudantes divulgando a campanha nas suas redes sociais, fazendo campanha de fotos, se colocando contrários ao EAD e buscando ser parte da escolha sobre os rumos da universidade.

A união dos três setores da universidade é fundamental ainda mais nesse momento de crise, pois conjuntamente poderíamos decidir de forma democrática os rumos da universidade, e também seguimos na defesa dessa unidade.

 
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