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LEITOS HOSPITALARES
Com hospitais colapsando, Ministério da Saúde entrega apenas 17,5% dos leitos prometidos
Redação

Promessas do Ministério da Economia (que liberou sem demora R$ 1,2 trilhão aos bancos) de transferir recursos para o Ministério da Saúde no combate à Covid-19 não foram cumpridas. O Ministério da Saúde entregou apenas 17,5% dos parcos 2 mil leitos anunciados em 12 de março.

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O Ministério da Saúde anunciou, em 12 de março, o compromisso de entregar 2 mil leitos de UTI para o combate à Covid-19, conforme a necessidade de cada estado. Mais de 40 dias se passaram e apenas 350 desses 2 mil leitos foram entregues e distribuídos entre apenas 12 estados. Estados como Amazonas e Ceará, por exemplo, que enfrentam o colapso do sistema de saúde diante da explosão de casos de Covid-19, por exemplo, não receberam um leito sequer.

Faltam profissionais da saúde e EPIs...

Não basta anunciar a abertura de novos leitos se isso não estiver acompanhado de mais contratações de trabalhadores da saúde, e se não estiver garantido a todos eles a provisão necessária de equipamentos de proteção individual. Sem essas garantias mínimas, os afastamentos e óbitos de trabalhadoras e trabalhadores da saúde só vão continuar aumentando, prejudicando ainda mais o atendimento à população.

Recentemente, as trabalhadoras e trabalhadores do Hospital Universitário da USP organizaram uma manifestação para denunciar suas as precárias condições de trabalho e exigir o mínimo, como equipamentos de proteção individual, situação que se repete em muitos outros hospitais públicos no estado e no país. No estado onde Dória faz demagogia com a saúde da população, faltam diariamente os EPIs para garantir a saúde de quem está de fato na linha de frente do combate à Covid-19.

Faltam respiradores…

A entrega de apenas 1 em cada 5 dos leitos prometidos, passados mais de 40 dias do anúncio e em meio ao rápido avanço da Covid-19 por todo o país, é apresentado pelo Ministério da Saúde como resultado da falta de respiradores no país e no mundo. Na verdade, resultado da verdadeira pirataria de Trump interceptando lotes de equipamentos vindos da China.

O Ministério da Saúde afirma que, em sua mais recente licitação de fornecedores de equipamentos para leitos de UTI, não apareceram empresas interessadas.

R$ 1,2 trilhão para socorrer os bancos. Mas quem de fato precisa de socorro?

O governo Bolsonaro correu para liberar R$ 1,2 trilhão (tirado da riqueza produzida por milhões de trabalhadores do país) para socorrer meia dúzia de banqueiros, mas anda a passos de tartaruga para disponibilizar recursos muito menores, seja para a população com o auxílio emergencial, seja para a saúde pública no combate à Covid-19.

Não são os governantes, mas sim as trabalhadoras da saúde (trabalhadoras porque a maioria são mulheres) que estão na linha de frente do combate à Covid-19, lutando para garantir atendimento à população tendo que usar saco de lixo como uniforme, tendo que trabalhar sem máscaras e condições de higiene adequadas, tendo que atender paciente no chão porque não tem leito, entre outros relatos que são ainda mais insultantes quando vemos a abundância de recursos que vão sem pestanejar para o bolso dos capitalistas.

Trabalhadores na linha de frente

Diante disso, não seria nada mais justo do que os trabalhadores da linha de frente junto com a maioria da população, poderem decidir sobre os rumos não apenas do combate à pandemia como também os rumos do país, que afunda na crise econômica e política.

No combate à pandemia, é urgente exigir a garantia de EPIs e condições de higiene adequados, bem como exigir também contratação de mais trabalhadores da saúde com os mesmos salários e direitos, de forma a reduzir as jornadas extenuantes de quem está na linha de frente, sem redução salarial, diminuindo assim a exposição aos riscos de contaminação desses profissionais. É fundamental exigir também que as plantas industriais ociosas sejam reconvertidas para a produção de EPIs, respiradores e outros itens essenciais para equipar leitos de UTI.

Por exemplo, uma planta como a da Ford, em São Bernardo do Campo, que foi fechada no ano passado demitindo mais de 4 mil trabalhadores, reuniria as condições e ferramentas necessárias para ser reconvertida para a produção de respiradores. Nas mãos do governo Dória, no entanto, esse potencial de produção essencial no combate à pandemia segue ocioso para não afetar os lucros dos capitalistas. Porque um sindicato como dos metalúrgicos do ABC (CUT), com o peso social que tem, sequer cogita levantar isso como demanda essencial de combate à pandemia?

No entanto, a CUT e a CTB, que dirigem os sindicatos das categorias mais estratégicas que poderiam cumprir um papel crucial a favor da maioria da população nos rumos políticos do país frente a crise e a pandemia, estão mais preocupados com as alianças com aqueles que encabeçaram ataques históricos como as reformas trabalhista e da previdência.

Em nosso editorial, denunciamos que “cada um deles, de Mandetta a Dória, de Rodrigo Maia a Toffoli articularam e vibraram com a destruição dos nossos direitos. Não virá deles a resposta para essa crise. Por isso seria uma tarefa fundamental da esquerda lutar não somente pelo Fora Bolsonaro, Mourão e também os militares, mas defender uma saída realmente democrática como seria uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que pudesse terminar com o pagamento da dívida pública, impor impostos progressivos às grandes fortunas e apoiar todas as medidas de controle operário da produção.”

 
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