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Uber e aplicativos de entrega: Os trabalhadores do transporte pedem socorro
Redação

Há alguns anos, com a crescente crise econômica que afeta o Brasil desde 2015, o número de pessoas que trabalham para serviços de aplicativo subiu muito. Até abril de 2019 já eram 4 milhões de trabalhadores que transportam pessoas dentro das cidades e entregam produtos em domicílio. Em nome do livre mercado, essas empresas extraem lucros bilionários, cuja única fonte é o trabalho desse exército de motoristas e entregadores e suas jornadas extenuantes, sem ter que pagar direitos trabalhistas.

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Nessa segunda feira (20/04), trabalhadores de serviços de entrega em São Paulo, fizeram protestos pela cidade pedindo mínimas condições de trabalho, como EPIs adequados para conseguirem prestar seus serviços de forma segura em meio a pandemia, como podemos observar no link gravado essa tarde na cidade.

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ATO EM SP | Trabalhadores de aplicativos de entregas fazem ato em diversas cidades do país exigindo melhores condições de trabalho. Recentemente, a iFood derrubou liminar que garantia o pagamento de um salário mínimo aos motoboys que precisassem ser afastados por conta da COVID-19, mantendo nas ruas milhares de trabalhadores de entrega sem segurança colocando suas vidas em risco em nome do lucro. Nesta segunda-feira, diversos entregadores se uniram para relizar um ato denunciando as precárias condições de trabalho impostas por empresas com iFood, Uber e Rappi, que em meio a pandemia seguem trabalhando e sem nenhuma condição de segurança, com salários ainda mais baixos. Imagens de @tretanotrampo #motoboys #entrega #ifood #rappi #uber #trabalhoprecario #trabalho #sp #ato #manifestação #direitos #pandemia #covid19 #crise #economia #politica #app #coronavirusbrasil

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O descaso dessas grandes plataformas digitais com seus empregados é muito grande, nenhuma seguridade é garantida para eles, enquanto as empresas lucram fortunas em cima do trabalho precário. Essa ideia de que menos direitos gera mais empregos, foi vendida de forma muito forte nos últimos anos, uma ideia que passa a impressão para a sociedade, que basta desonerar as empresas para o número de empregos aumentar. A fragilidade desse argumento se contrasta com o crescente desemprego no Brasil desde a crise econômica e política de 2015, pois ao mesmo tempo que esse tipo de emprego precário crescia de forma avassaladora, o desemprego aumentava em ritmo acelerado. Sem acesso a direitos trabalhistas, uma massa de pessoas passou a tirar seu sustento a partir desses aplicativos, enfrentam longas jornadas de trabalho, sem previsibilidade de renda mensal e nenhuma cobertura caso não possa trabalhar por doença, acidente, roubo (já que ainda têm que comprar ou alugar o veículo e assumir os riscos).

Cumprindo um papel vital nos transportes das cidades, não podemos aceitar que esses trabalhadores tenham menos direitos que um Metroviário de SP por exemplo. Precisamos entender que os funcionários de aplicativos são trabalhadores do transporte e precisam ter os mesmos direitos que esses. Para começar as empresas multi milionárias teriam que garantir todos os direitos que a CLT prevê no país.

Como vemos, a lógica do lucro é colocada em primeiro lugar. O trabalho digno e a necessidade de um transporte de qualidade para a população, não fazem parte do horizonte de governos e empresários. Os trabalhadores de aplicativos, assim como rodoviários, ferroviários e metroviários, precisam se compreender como trabalhadores do transporte. Juntos podemos organizar a locomoção das cidades e garantir que nenhum trabalhador ganhe menos que o salário mínimo do Dieese. Não podemos mais conviver com essa divisão que as centrais sindicais e os sindicatos aceitam passivamente sem unificar os setores do transporte para lutar pelos mínimos direitos a todos.

A perspectiva de um transporte público estatal, sob controle dos trabalhadores que não esteja subordinado ao lucro de alguns empresários, deve ser o horizonte de luta para nós que transportamos a população diariamente. Nos reconhecer como classe e superar a divisão sindical e a inércia das centrais sindicais que aceitam esse tipo de diferenciação entre os trabalhadores é uma tarefa importantíssima que temos. Chega de exploração e divisão, somos todos trabalhadores do transporte e queremos ter condições dignas de trabalho para atender a população.

 
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