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EDUCAÇÃO
Estudantes de teatro da UFRGS levantam campanha pelo adiamento do ENEM
Centro Acadêmico Dionísio – CADi

Reproduzimos abaixo a campanha pelo adiamento do ENEM lançada pelos Centros Acadêmicos dirigidos pela Juventude Faísca e independentes nos cursos de teatro, artes visuais e história da arte da UFRGS. Veja:

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"Na sexta (17) Weintraub discorreu mais um discurso demagógico nas suas redes, afirmando que adiar o enem desse ano devido a pandemia seria “matar uma geração” de médicos. Como se inúmeras gerações já não ficassem de fora todos os anos justamente pela existência de provas como o ENEM e o vestibular. Já imaginaram quantos mais médicos, enfermeiros e pesquisadores teríamos hoje no combate ao coronavírus se o vestibular não existisse? A existência desses processos eliminatórios para o acesso à universidade já é absurda, imagine mantê-los em meio a uma pandemia! São milhões de brasileiros que vivem sem nem mesmo saneamento básico, que dirá terem acesso a internet e aparelhos tecnológicos adequados para acompanhar aulas à distância. Se já há diferença gritante de qualidade entre a educação pública e a privada, nessa crise essa diferença se aprofunda brutalmente, já que essa modalidade oferece um ensino pedagógico completamente insuficiente para o aprendizado, que ignora a realidade material que vivem os jovens das escolas públicas.

O desmonte da estrutura da educação, ciência e pesquisa são quase invisíveis para a população em curto prazo, mas em momentos de crise é que enxergamos a importância de investimento na área, de uma pesquisa universitária que seja voltada para atender as necessidades da população e não de empresas privadas. São as universidades públicas, que têm dado exemplos no combate contra a COVID-19. Produzindo insumos hospitalares, investigando e construindo diversas alternativas acessíveis no cenário da pandemia. Quanto mais não poderia ser feito se houvesse investimento massivo e acesso amplo ao ensino? E se as universidades, ao invés de fingir uma normalidade através das aulas EAD, estivessem voltadas para pensar formas de atuar nesse combate juntamente com os trabalhadores? Essa é uma realidade possível, mas para isso os estudantes precisam se organizar para superar a direção burocrática da reitoria que decide nosso futuro de portas fechadas.

O não adiamento do ENEM, o filtro do vestibular, os cortes, a mercantilização da educação, o descaso com a vida dos trabalhadores, as demissões e a falta de testes são apenas alguns exemplos de como a burguesia historicamente não é capaz de resolver os problemas que eles mesmos criaram. Não podemos confiar em Bolsonaro e Weintraub assim como não podemos confiar em Mourão ou qualquer um dos militares, tampouco nos governadores e na justiça golpista que jamais hesita quando é para retirar direitos dos trabalhadores. Estão nos deixando morrer antes mesmo de sermos testados. Enquanto isso, eles nos oferecem o valor insuficiente de R$ 600 como auxílio, que ainda nem foi pago para toda população, se diferenciando em muito da rapidez com que o governo direciona bilhões aos bancos. Se eles não querem que tenhamos direito à educação nem à vida digna, é preciso que a gente ataque esse sistema em sua raiz para inverter essa lógica.

Por isso exigimos o adiamento imediato do ENEM e que seu calendário, ajustado com o calendário acadêmico, seja decidido pelo conjunto dos estudantes, funcionários e professores do ensino básico ao ensino superior. Todas essas decisões devem ser tomadas pós crise do coronavírus, pois agora nossas forças precisam estar voltadas a esse combate, enxergando o papel que nossas universidades podem cumprir aí, inclusive na produção de testes massivos. E é preciso ir ainda mais além: lutamos pelo fim do vestibular e do ENEM, esses filtros sociais e raciais que impedem a juventude pobre e negra de acessar o ensino superior. Para isso é necessário que lutemos também pela estatização das universidades privadas, para que todos tenham vaga e direito de estudar sem pagar. A educação não pode ser um comércio da burguesia. O presente e o futuro precisa ser decidido por nós, juventude e trabalhadores, os únicos que conseguem dar uma resposta à altura dessa crise, já que os capitalistas são incapazes de resolver e deixam isso mais nítido a cada dia, com os números de mortos e infectados apenas aumentando.

Centro Acadêmico Dionísio - CADI UFRGS
Centro Acadêmico Tasso Corrêa - CATC UFRGS
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