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CORONAVÍRUS
16 milhões pedem seguro-desemprego no EUA por causa da "gripezinha" de Trump e Bolsonaro
Jean Barroso
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Nas últimas três semanas, 16 milhões de norte americanos deram entrada no seguro desemprego nos Estados Unidos, sendo 6 milhões na semana passada e outros 6 na anterior. OS EUA tornaram-se o epicentro da pandemia, batendo o recorde de mortos, superando China e Itália já, ultrapassando a marca de 20 mil mortos - 1.920 só nas últimas 24h.

O resultado é fruto da postura negacionista adotada por Trump no primeiro momento. O governo Trump foi obrigado a reconhecer a pandemia quando esta batia às portas do alto escalão do governo, mas aí já era tarde, centenas de milhares estavam expostos à infecção.

As cifras espantam por ser o país mais rico do mundo. Valas comuns são usadas em Nova York para depositar o resultado da política de Trump, uma pilha de cadáveres que só aumenta, no país em que, para a classe trabalhadora usar o sistema de saúde, é preciso se endividar para o resto da vida.

Os EUA estão correndo contra o tempo, recorrendo a medidas que relembram a época da pirataria: respiradores e máscaras são apreendidos, ou ainda, são desviados nos aeroportos. Agentes oferecem o triplo do valor por cargas que já haviam sido compradas por outros países.

Um auxílio começou a ser pago no dia de ontem, nos Estados Unidos. O valor é de parcos US$ 1.200 dólares mensais. Diz-se que é pouco pois a Federal Reserve (Fed - o Banco Central americano) liberou 2,3 trilhões de dólares para lidar com a crise, e a maior parte deste valor irá, é claro, para salvar as grandes empresas.

E no Brasil?

Em um país que, após o golpe institucional, os pensamentos anti-científicos de Olavistas e Terraplanistas são tratados como "pensamentos" de fato, defendidos pela presidência que segue em uma cruzada para minimizar os efeitos da pandemia, é de se esperar que a taxa de contágio seja muito maior. Bolsonaro passeia pelas ruas em campanha contra a quarentena, indo ao comércio beber um guaraná enquanto a taxa de mortos pela covid-19 atingiu 1.124 vidas.

Com um ministro da Saúde submisso à estas seitas, a grandes grupos capitalistas e e a monopólios privados de saúde, abriu-se espaço para a flexibilização das quarentenas enquanto não tem nenhuma medida de testes massivos e parcos investimentos em leitos - que faltam na maior parte dos estados da Federação - é racional esperar cifras superiores ao dos EUA. Tão racional que países como Alemanha e Itália orientam seus cidadão a sair do Brasil depressa.

Se estes são os especialistas em saúde, os médicos deste paciente chamado Brasil, quando olhamos para os doutores responsáveis por tratar a economia, a situação é igual ou ainda pior. Nas mãos da alcateia de hienas lideradas por Paulo Guedes, já se garantiu o salvamento dos grandes bancos com R$ 1,2 trilhão dado pelo Banco Central liderado por Roberto Campos Neto (ex Banco Santander).

Os bancos, que tiveram a cara de pau de dizer que paralisariam as dívidas por dois meses, estão na realidade fazendo refinanciamentos com juros mais altos. Um levantamento do Sebrae mostrou que 60% dos micro e pequeno empreendimentos que tentaram empréstimos junto aos bancos não conseguiram nenhum tipo de ajuda destas instituições que sugam o sangue do trabalhador brasileiro.

Como resultado, milhões estarão no desemprego em poucas semanas, com ajuda de leis que flexibilizam a suspensão do pagamento dos salários e abrem espaço a demissões em massa. E estes milhões não entrarão na lista dos beneficiários do reduzido auxílio emergencial, feito com critérios excludentes, pois este foi pensado por políticos oportunistas e não, como deveria ser, por gabinete formado pelas organizações operárias, populares e dos trabalhadores.

Não há porque pensar que o Brasil esteja em melhores condições de enfrentar o coronavírus em relação ao Estados Unidos. Exceto se se acredita nas besteiras de "povo escolhido" ditas por Edir Macedo e sua Igreja, de que "Deus vai ser a cura"- mentiras ditas com o objetivo de seguir lucrando através do dízimo, e com apoio de Bolsonaro. Não, só é possível mesmo ver a saída apostando na organização da classe trabalhadora para enfrentar a pandemia

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