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EDUCAÇÃO
Reacionária Ilona Becskeházy assume cargo no Ministério da Educação
Redação

No lugar de Janio Macedo, Ilona Becskeházy, conservadora bolsonarista que é contra o debate de gênero nas escolas e que foi diretora executiva por 10 anos da Fundação Lemann, assumirá a secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC)

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Em meio à pandemia, a educação Ilona Becskeházy, que assumirá a secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), é ex-comentarista da rádio CBN e convicta apoiadora de Bolsonaro, chegando a afirmar em entrevista que o presidente "hoje é a esperança da alfabetização no Brasil". Quem estava no cargo era Janio Macedo, que pediu demissão na quinta-feira, 9. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, ele estava descontente havia meses por discordar de posições adotadas pelo ministro Abraham Weintraub.

Ilona já vinha se posicionando fortemente a favor da atual gestão do MEC em redes sociais, onde defende políticas do governo Bolsonaro e de Weintraub - e faz críticas à imprensa. Ela é mestre e doutora em política educacional, com pesquisa sobre o modelo de ensino de Sobral, no Ceará.

Em entrevista para o documentário "Pátria Educadora", produzido pelo Brasil Paralelo, Ilona colocou fortemente sua posição contra o debate essencial de igualdade de gênero nas escolas: "Quando você olha em termos de prioridade do Brasil, uma pessoa pobre saber as quatro operações, ler e escrever aos dez anos, não há nada mais importante do que isso. Esse ser humano que está ali dentro de uma escola aos dez anos de idade e não sabe ler, escrever e as quatro operações, e você está falando que é mais importante qual o gênero que ele escolhe, qual a persona que ele escolhe. Não é esse o problema, o problema é que ele não aprendeu nada até os dez anos de idade. As pautas servem para você não falar do problema real."

Desde o início do governo Bolsonaro, Ilona se aproximou do MEC. Ela fez parte de uma comissão que ajudou a construir a política de alfabetização no ano passado. Há alguns anos, foi diretora da Fundação Lemann, criada por Jorge Paulo Lemann, que em 2019 foi considerado pela Forbes como o segundo homem mais rico do Brasil, com uma fortuna estimada em US$ 22,8 bilhões.

Recentemente passou a ser vista com desconfiança no meio educacional por defender publicamente ações polêmicas da atual gestão do Ministério e atacar pelas redes quem discordava delas. Um exemplo foi o programa de escolas cívico-militares, um verdadeiro absurdo criticado pela maioria dos educadores pois visa um ensino baseado no rigor, disciplina e imposição.

O secretário de ensino básico é um dos cargos mais importantes no órgão porque cuida justamente da interlocução com Estados e municípios, responsáveis pelas escolas públicas do País.

Em pouco mais de um ano de governo Bolsonaro, o MEC já passou por diversas mudanças em cargos importantes. Recentemente Weintraub trocou também seu secretário de Educação Superior. Todos eles em prol de uma política privatista que visa continuar enriquecendo os grandes empresários de educação, do ensino básico ao superior. Tubarões do ensino que inclusive são grandes defensores do ensino à distância que está mostrando sua falência frente à pandemia do coronavírus, pela falta de acesso aos aparelhos eletrônicos, internet e de insumos básicos para sobreviver que grande parte da população não tem, como água encanada, saneamento básico e comida.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 
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