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CORONAVÍRUS
Guedes quer congelar salário de servidores por 2 anos, incluindo os que combatem o covid-19
Redação
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Em videoconferência com congressistas do partido de Rodrigo Maia (DEM), Paulo Guedes defendeu o congelamento dos salários do setor público por 2 anos - tempo muito superior à previsão da volta da economia dada pelo ministro-banqueiro. Na lista dos servidores públicos, inclui-se pesquisadores das universidades públicas, médicos dos Hospitais Universitários e toda a equipe de servidores destes hospitais - enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes de saúde, assistentes sociais, técnicos de laboratório e toda a equipe de servidores que tem contrato direto com a União para prestar serviço na saúde.

O congelamento afetaria também diretamente os servidores das Universidades, que pesquisam diariamente o covid-19, em forças tarefa praticamente auto-organizadas, tendo em vista que o Ministério da Ciência e Tecnologia simplesmente abandonou a pesquisa pública, enquanto o Ministério da Educação segue em sua cruzada contra as universidades públicas. Outro setor que seria atingido diretamente por Paulo Guedes é a Fundação Oswaldo Cruz, que corre contra o tempo para entregar dezenas de milhares de testes e produzir outras centenas de milhares apesar da falta de financiamento público.

A medida é mais um dos ataques neoliberais que levaram o país a chegar na pandemia na situação em que se encontra: com um Sistema Único de Saúde precarizado por falta de verbas, com uma ciência e pesquisa atacados pelos sucessivos governos e ainda mais por Bolsonaro, e por uma produção voltada para o lucro e não para atender necessidades básicas que, em uma pandemia, são a diferença entre a vida e a morte.

O governo de Bolsonaro, o congresso, os militares e o judiciário são todos cúmplices desta situação, pois são estes que mantém os privilégios e nada produzem. Já com as medidas propostas por eles, o ataque se concentraria justamente nas equipes que hoje trabalham - quase sem nenhum auxílio - para conter a pandemia. Servidores e cientistas dos laboratórios das universidades, como o laboratório de virologia da UFRJ -> http://www.esquerdadiario.com.br/UFRJ-testa-280-pessoas-por-dia-e-tenta-alcancar-10-mil-por-mes-apesar-do-governo-Bolsonaro ] que tem testato 280 pessoas por dia e tenta aumentar para 10 mil por mês, ou como exemplo, ainda na UFRJ, dos cientistas que desenvolveram respiradores baratos para serem produzidos em massa.

O governo aproveita a pandemia para cortar gastos, mas não corta da própria carne, apenas dos trabalhadores, assim também foram com as medidas da MP da morte e com o reduzido auxílio emergencial. Enquanto isso não toma nenhuma medida para conter a crise - apenas medidas que salvam os bancos.

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Enquanto propõe isto, Paulo Guedes não abriu mão de seu auxílio alimentação e moradia de R$ 8,2 mil reais, da mesma maneira em que deputados seguem recebendo altíssimos salários e benesses. A verdade é que só com o gasto de saúde da Câmara de Deputados, seria possível pagar 6 milhões de testes do coronavírus ou a diária de 920 mil leitos no SUS.

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Paulo Guedes e todos os deputados, senadores, juízes e membros do executivo deveriam tentar viver com o auxílio emergencial que propuseram para os trabalhadores informais! O único corte defensável é o corte no salário da casta política e do judiciário, deveriam todos receber o mesmo salário de um professor, enquanto que, como mínimo, o governo deveria pagar R$ 2 mil reais a cada desempregado, trabalhador informal, autônomo etc. Ao mesmo tempo, seria necessário que as Centrais Sindicais exigissem a imediata revogação da MP da morte que suspende salários e permite uma nova espécie de demissão. É preciso, ao contrário disso, impôr uma lei que proíba demissões.

Para se ter uma saída que não envolva a morte de milhares, é preciso avançar contra os privilégios dos políticos e dos capitalistas, avançando para taxar as grandes fortunas e impondo o controle operário da produção, para com isso financiar a produção de materiais, insumos para os laboratórios, testes, respiradores, e, além disso, aquilo que é essencial para garantir a vida acima do lucro.

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