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CORONAVÍRUS
Desprezadas por Bolsonaro, Universidades públicas são essenciais no combate ao covid-19
Redação
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As Universidades públicas comprovam dia a dia como podem ser fundamentais neste momento, fundamentalmente com toda sua produção e desenvolvimento técnico científico a serviço de suprir as primeiras necessidades da população e para os profissionais de saúde, ainda que isso seja sob um imenso desprezo do governo em relação a ciência, e em meio a uma pandemia.

Exemplos não faltam. Na Escola Politécnica da USP, um projeto vai permitir que empresas credenciadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária montem respiradores mecânicos ao custo de R$ 1 mil, ao contrário de R$15 mil, estimativa de um equipamento padrão. Bem como nos laboratórios do Programa de Engenharia Biomédica do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisadores trabalham no projeto de respiradores que vai amenizar, de maneira emergencial, a crescente busca dos hospitais por esse equipamento que é a primeira demanda nos casos de imediata dificuldade de respiração dos pacientes.

Na quinta-feira passada, 26 de março, o Instituto de Ciências Básicas da Saúde da UFRGS (ICBS/UFRGS) anunciou que se prepara para realizar entre 400 e 500 testes de diagnóstico do novo coronavírus por dia, a partir das próximas semanas. Uma produção relativamente grande para apenas um instituto de saúde universitário e que pode atender as parcelas mais vulneráveis da população pobre. Junto a isso, estudantes, técnicos e docentes da UFRGS iniciaram a produção de máscaras do tipo faceshild, que são imprescindíveis como equipamentos de segurança para os milhares de profissionais da saúde que hoje estão na linha de frente contra o coronavírus. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está sendo realizada uma ação conjunta entre o Instituto de Química, Escola de Química e Coppe para produzir álcool 70% destinadas às suas unidades hospitalares e a residência estudantil.

As universidades mostram o caminho: produzir conhecimento científico a serviço do povo pobre e trabalhador, o setor que mais será assolado pela crise. Em contrapartida de Jair Bolsonaro, com sua estúpida irresponsabilidade para nem sequer admitir uma quarentena simples do “fique em casa”, classifica o vírus como uma “gripezinha” ao tom de seu ignorante gesticular de sílabas, que segue colocando a vida de trabalhadores em risco, não oferecendo teste massivos à população, de forma que fosse mais efetiva e científica a quarentena (podendo isolar contaminados de sadios com precisão), se aproveitando da frustração de setores pobres para que voltem a trabalhar e reforçando a ganância por lucros de empresários que desfilaram em seus USV em centros pelo Brasil, pedindo volta da normalidade, como os reacionários senhores Luciano Hang e Roberto Justus que abertamente não tem nenhum tipo de afetividade pela vida dos trabalhadores, que os ameaçam de demissão em um momento e ou desprezam o número de mortes que o vírus pode vir a causar.

Mas, que todos esses exemplos não tomaram uma grandiosa proporção não se justifica pela falta de capacidade de produção, nem pelo potencial de aumentar as forças produtivas, o que impede que nossas universidades e fábricas de materiais hospitalares produzam testes massivos e que uma gigantesca fabricação de respiradores para a construção de leitos por todo o país seja feita é o fato de que o capitalismo não permite este salto. Educação emancipadora nunca será a prioridade, não foi anos atrás e não será de forma nenhuma até o momento que a educação e ciência estejam pensados sob o olhar de uma camada minoritária da sociedade, aquela que os pobres nunca terão acesso; o conhecimento sob o capitalismo não pode senão atingir e ser necessário a seus imediatos interesses econômicos. O grande montante de conhecimento das faculdades e institutos públicos, as pesquisas e soluções servem à indústria da saúde, à venda, aos lucros de grandes redes do mercado farmacêutico, químico e hospitalar privado.

Não seria exagero dizer que a produção atual das universidades são um exemplo de sobrevivência, pois estes exemplos todos foram desenvolvidos junto de um ministro da Educação que fez enormes corte das universidades e institutos federais em maio de 2019. Junto de cortes imensos recentemente da Capes, devido a uma mudança no critério de concessões de bolsas, que significará um corte no número de bolsas cedidas a partir do dia 02 de abril, momento em que o próprio governo anuncia que o ciclo epidemiológico do vírus terá um pico do número de infectados. Programas como o departamento de Pneumologia Universidade Federal do Rio Grande do Sul recebeu corte de 80%.

Só um redirecionamento total e expansão da produção científica pode, e será, o verdadeiro combatente da pandemia, e isso sob a gerência dos profissionais da saúde, dos pesquisadores, aqueles que sabem das primeiras emergências a serem garantidas, que estão na linha de frente nos hospitais que, rotineiramente, não possuem EPIs, nem mesmo álcool em gel, que sofrem repreensões autoritárias dos superiores sob o pretexto de “não alarmar a população” com a denúncia da falta desses mínimos equipamentos, portanto, seguindo seus dias sob o risco de morte. Sem uma reorganização da produção e distribuição da produção e do conhecimento científico jamais será possível combater da maneira mais efetiva a pandemia e seguiremos como os exemplos vistos na Itália e Espanha, e mais recentemente no coração imperial, nos EUA, pilhas de mortos frutos de um velho capitalismo que prioriza o lucro, os bancos, os bilionários, não as vidas humanas que sustentam essa castas exploradoras, que com o agravar da crise, precisamente, mostram sua incapacidade de salvar as vidas.

 
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