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SÃO PAULO
Doria diz que vai combater coronavírus mas não dá equipamentos de proteção aos profissionais da saúde
Redação
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Com um cenário de guerra nas unidades hospitalares, servidores relatam estar sobrecarregados e falta de materiais básicos para o trabalho.

Durante uma coletiva de imprensa dia 17/03, o infectologista David Uip que era responsável pelo centro de contingência contra o coronavírus em São Paulo, expressou sua preocupação sobre contágio de funcionários da saúde por coronavírus. Pouco depois, ele recebe a confirmação que estava infectado pelo novo vírus. Logo teve que deixar seu posto para entrar em quarentena.

Funcionários do sistema de saúde da rede pública de São Paulo denunciam que baixas como essas se tornam cada vez mais comuns. Por consequência há um desfalque no combate à doença em hospitais e unidades de saúde, além de também aumentarem a estatísticas.

Os motivos para esse adoecimento dos profissionais estão na precarização e sobrecarga dos centros de saúde. Dentre as denúncias dos funcionários está a falta de materiais próprios de proteção como máscaras, aventais, luvas e até álcool em gel. Segundo eles, a tendência é aumentar o número de casos com a precarização.

Na europa com o crescimento da crise, um dos problemas para o combate ao vírus passou a ser o alto percentual de funcionários adoecidos e afastados. Na Espanha, estatísticas divulgadas na segunda registravam que 12% dos 28,5 mil infectados eram profissionais da saúde. Na Itália, o índice também é próximo de 10%.

De acordo com Lourdes Estevão, funcionária da saúde e membro do Sindsep (Sindicato dos Servidores Municipal de São Paulo) em entrevista, “Muitos trabalhadores estão nos procurando falando que estão sendo afastados por suspeita de infecção. Não fizemos um levantamento ainda, mas há um número alto”

Segundo a Sindsep, apenas no Hospital Municipal do Tatuapé, são dez casos do gênero. Os funcionários são proibidos de dar entrevistas. A reportagem da Folha de São Pauloafirma que conversou com servidores afastados e outros que continuam na ativa, sob condição manter seus nomes em sigilo.

Uma funcionária que atua dentro da área de isolamento do coronavírus no Hospital Tatuapé descreveu a situação como surreal e disse que não há mão de obra ou estrutura para atender tantos pacientes infectados.

“Muitos funcionários do PS já foram afastados e não estão colocando ninguém no lugar para cobrir esse desfalque. Os colegas que começaram a sentir os sintomas são afastados”, disse uma funcionária do hospital. “Estamos muito sobrecarregados. Está muito difícil trabalhar lá. Estamos jogados ao deus-dará, num cenário de guerra.”

Como uma trabalhadora descreveu anteriormente é “surreal” a condição de trabalho as quais são relegados, pelos governos, é menos que mínima. Sem testes, os trabalhadores com casos suspeitos afirmam que são afastados por 14 dias, conforme protocolo oficial.

“Eu estava com os sintomas do coronavírus e o médico recomendou que ficasse afastado. Estou fora até o dia 4”, diz um técnico de enfermagem da região de Perus. “Na unidade onde eu trabalho, já são quatro afastados agora por suspeita de coronavírus.” Ele afirma que, no local, há um racionamento de material e que parte dos equipamentos de proteção não é adequada.

“O avental que não é impermeável e só pode usar um a cada 12 horas. Máscara também é uma cada 12 horas. Um dia faltou, me deram uma N95, mas tem que usar por 30 dias”, diz.

O Esquerda Diário se põe como ferramenta para que os trabalhadores possam denunciar toda a precariedade que são submetidos em meio a crise sanitária.

O governo precisa urgentemente aplicar um plano de emergência para que todos os materiais em falta sejam repostos. Além disso, para enfrentar essa crise são necessários testes gratuitos e massivos para todos, não apenas para aqueles que apresentam casos graves, pois dessa maneira será possível detectar todas as pessoas infectadas, visto que muitos dos infectados que podem estar transmitindo não estão apresentando sintomas. E também exigir a expansão do sistema público de saúde através da estatização dos hospitais e laboratórios privados sobre controle dos trabalhadores e da população, assim ampliando os leitos com a incorporação dos leitos da rede privada sem custo.

Nossa vida vale mais que o lucro deles!

 
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