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VENEZUELA
EUA usa pandemia para atacar: classificam Maduro como narcoterrorista e oferecem recompensa
Redação

Um promotor de Nova York acusou Maduro de "liderar" uma organização de tráfico de drogas desde os EUA e oferece milhões de dólares por "informações" sobre ele. Ao mesmo tempo, um dos acusados, confrontado com Maduro e exilado na Colômbia, confirma que desde ali preparavam ataques militares na Venezuela, com o conhecimento de Guaidó e com contratistas americanos. Abaixo as sanções imperialistas contra Venezuela, Cuba e Irã!

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O governo Trump anunciou há algumas horas que fez uma acusação criminal contra Nicolás Maduro e outros altos funcionários e ex-funcionários do governo venezuelano. Ele fez isso através de Geoffrey Berman, fiscal do Distrito Sul de Nova York e da Flórida. A acusação indica que Maduro "ajudou a dirigir e, finalmente, liderou" o chamado "Cartel de los Soles" para "inundar os Estados Unidos com cocaína e infligir os efeitos nocivos e viciantes da droga nos usuários deste país”. Estranho é o momento político em que eles saem com essas acusações e diretamente através da procuradoria estadounidense.

Desse modo, além de Maduro, ele aponta as mesmas acusações para Diosdado Cabello, considerado número dois na etapa do Chavismo, Maikel Moreno, presidente da Suprema Corte, Tareck El Aissami, vice-presidente da Área Econômica e Hugo Carvajal Barrios (“el pollo Carvajal”), ex-diretor de inteligência militar e major-general Cliver Alcalá Cordones, os dois últimos enfrentaram duramente Maduro e localizados fora do país, em diferentes esquemas de "cooperação" com os Estados Unidos.

Segundo o promotor de Nova York, Maduro enfrenta uma sentença mínima de 50 anos de prisão e máxima de prisão perpétua. E no melhor estilo "velho oeste", eles oferecem uma recompensa de US $ 15 milhões por informações relacionadas a Nicolás Maduro e US $ 10 milhões para cada um dos outros nomeados, como se não soubessem onde moram ou fossem fugitivos. O Departamento de Justiça dos EUA diz que "esperamos levar os acusados sob custódia e exploraremos todas as opções para fazê-lo", acrescentando que "alguns deles viajam e podem oferecer uma oportunidade (para sua detenção)".

Oferecer milhões de dólares para "informações relacionadas" a figuras absolutamente públicas, como as do governo venezuelano, ou perfeitamente localizadas, como Clíver Alcalá, está totalmente alinhado com a arrogância ianque, em clara conformidade com a política do intervencionismo imperialista. Os Estados Unidos arrogam para si mesmos o "direito" de oferecer uma recompensa por informações sobre o presidente e outros altos funcionários de outro Estado soberano. Essa é a arrogância da "justiça" extraterritorial imperial.

Essa acusação ocorre, no entanto, dois dias depois que o governo venezuelano anunciou a captura de uma pessoa, de nacionalidade colombiana, com um carregamento de armas que vinha dessa nação desde a Venezuela, para serem entregues com a finalidade de ataques dentro do país, especificamente, ataques a figuras chaves em cargos do Estado. Planos que o governo dos EUA estaria ciente.

Da mesma forma, depois que alguns dirigentes da oposição indicaram a necessidade de algum atendimento com o governo para fazer frente a emergência da pandemia do coronavirus, e Maduro respondeu declarando que está disposto a esse entendimento. Propô que fosse a sede da Conferencia Episcopal como lugar de reunião, e apontou especificamente Capriles Radonski (ex-candidato à presidência em 2013), Henri Flacón (ex-candidato à presidência em 2018) e Henry Ramos Allup (vice e líder da Acción Democrática), sem mencionar Guaidó. “Se eles não me reconhecem como presidente, não importa, vou como Nicolás Maduro Moros” ressaltou.

Especula-se se essa escalada do governo Trump tem a ver com uma mudança com objetivos domésticos para consolidar seu eleitorado à direita, se é para "responder de cima" à acusação de que os EUA estaria envolvido no plano revelado de agressão militar contra oficiais do governo venezuelano desde a Colômbia, ou para "dinamitar" o possível cenário de um diálogo e acordos entre Maduro e grandes setores da oposição, o que deixaria o Guaidó enfraquecido como um zero à esquerda, o peão da política dos Estados Unidos em relação à Venezuela no último período.

Além dessas possibilidades, é um fato que faz parte da política intervencionista e agressiva contra a Venezuela, que deve ser categoricamente rejeitada. Como apontamos neste jornal, as contas que precisam ser ajustadas com o governo Maduro são assuntos que dizem respeito apenas aos trabalhadores e ao povo venezuelano, e não a qualquer potência imperial estrangeira.

O cenário se torna ainda mais complexo, pois Clíver Alcalá Cordones, um dos acusados, horas depois de saber da acusação, declarou a uma emissora colombiana confirmando o que foi denunciado pelo governo de Maduro. Segundo Alcalá, as armas apreendidas pela Venezuela faziam parte de um plano de ações militares dentro do país, e que seria um plano aprovado por Juan Guaidó e financiado com os "recursos do Estado venezuelano" disponibilizados pelos Estados Unidos.

O major-general aposentado lembrou que ele próprio era o chefe da operação, na qual contrataram "conselheiros norte-americanos", em um contrato ao qual o próprio Guaidó teria assinado, dos quais, segundo ele, possui provas em seu poder. Ele afirmou que depois de horas que o governo venezuelano tinha anunciado a apreensão das armas, ele próprio contatou o governo colombiano para atualizá-lo sobre a situação.

Também não está claro se essas declarações de Alcalá Cordones são uma resposta ao fato "estranho" de terem sido incluídas na lista de acusados. Ou então se a inclusão nesta lista obedece ao fato de que o governo venezuelano ter revelado o plano que envolveu o major-general e os contratistas norte-americanos. De qualquer forma, Alcalá destacou que ele está em sua casa em Barranquilla, o qual o governo colombiano conhece perfeitamente, e que está a disposição, de modo que "ninguém precisa cobrar 10 milhões de dólares por informações sobre mim".

A resposta do governo venezuelano foi imediata e procuradoria acaba de anunciar a abertura de uma investigação a Juan Guaidó e Clíver Alcalá Cordones "pelo condenado e confessado crime de tentativa de golpe de estado".

 
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