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CORONAVÍRUS
Bolsonaro, colocando o lucro acima das vidas, critica fechamento de shoppings e comércio
Redação

Em meio a pandemia do coronavírus, Bolsonaro continua ignorando os riscos de propagação da doença e está mais preocupado com os lucros dos capitalistas e com o baixo desenvolvimento econômico que vai minando sua popularidade, mesmo que isso signifique a morte de milhares de pessoas.

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Nesta sexta-feira (20), Bolsonaro declarou ser contra algumas medidas tomadas por governantes de estados para conter a epidemia do coronavírus. “Tem certos governadores que estão tomando medidas extremas que não competem a eles, como fechar aeroportos, rodovias, shoppings e feiras”, disse em coletiva no palácio da alvorada. Desde o início da pandemia, declarada pela OMS, Bolsonaro teve uma postura incrédula e de desdém com os acontecimentos internacionais e com os avisos da comunidade científica sobre o caso, chegando a fomentar e participar de atos contra o congresso e o judiciário, mesmo estando ele mesmo sob suspeita de estar com coronavírus, gerando aglomeração de pessoas e pondo a saúde dos mesmos em risco. Não é novidade a sua posição obscurantista com relação à ciência e aos conhecimentos científicos, bem como as universidades, mas em meio a crise de tamanhas proporções com números de infectados e mortos aumentando exponencialmente, as atitudes de Bolsonaro colocam o próprio povo brasileiro em risco extremo, vide a situação da doença na Itália que já soma, até a data, cerca de 4 mil mortos e quase 40 mil infectados confirmados. "Tem certos governadores que estão tomando medidas extremas" declarou.

Pensando mais no andamento da economia e de como isso se refletirá em sua popularidade do que na saúde da população geral, o presidente critica até o governador Witzel, seu antigo aliado político, que para aparecer como "responsável" e gerar capital politico contra Bolsonaro fechou as divisas e suspendeu o transporte aéreo e rodoviário do Rio de Janeiro, além de proibir visitas a praia e pontos turísticos. Bolsonaro diz ter ficado preocupado e afirma: "Lamentavelmente, tem um governo de Estado que só faltou decretar independência do mesmo", "...Tem alguns falando em liberar pedágio, energia e cria expectativas. O governo federal e estadual não têm condições de bancar isso. Essas falsas expectativas não podem vir no bojo de uma campanha política", "Vocês vão querer jogar a responsabilidade em cima de mim. A economia está parando. Estão tomando medidas, a meu ver, exageradas."

Bolsonaro fazendo demagogia com a questão, da a entender que o comércio não pode parar por que são locais que vendem comida. "Não compete a eles fechar aeroporto, fechar rodovias, shopping, feiras dos Nordestinos no Rio de Janeiro. O comércio para, o pessoal não tem o que comer." incluindo shoppings centers, que para Bolsonaro, não deveriam fechar as lojas porque existem lugares que vendem comida, ignorando as condições e as vidas de milhões de trabalhadores do comércio e o alastro do contágio da doença pelo país.

Não podemos no entanto deixar de mostrar como as medidas de Witzel apostam na repressão e na militarização do Rio de Janeiro como resposta a crise, ao pensar medidas "radicais" como o fechamento de todas as divisas do Estado Witzel cria condições ainda mais duras para a população que já conta com um sistema de saúde em falência, fruto dos ataques sistemáticos ao SUS, falta de saneamento, demissões em massa dos trabalhadores da saúde. São necessárias medidas de urgência, principalmente para os moradores das periferias e favelas que serão os mais afetados com o coronavírus.

A única preocupação de Bolsonaro não é nem mesmo com a fome da população, principalmente da população mais pobre que dependem do programa Bolsa família e não se alimentam em shoppings centers, que esta semana tiveram a notícia de 158.452 bolsas cortadas em plena crise, sendo a maior parte na região nordeste, afetando a região mais necessitada do auxílio, mas com o dinheiro da iniciativa privada, como visto com a liberação de 10 bi em “auxílio” de Luiz Henrique Mandetta, ministro da saúde de Bolsonaro, para os setores de saúde da iniciativa privada. Enquanto isso, o SUS que segue sendo, ainda, a principal tábua de salvação da contenção do vírus, principalmente para a população mais pobre, segue sendo cada vez mais sucateado, desde a PEC do teto de gastos e as reformas, não tendo condições de realizar o número requisitado de testagens e não tendo equipamentos suficientes para os profissionais da saúde, arriscando a vida dos mesmos.

É necessário que o Estado garanta uma distribuição massiva de testes e produtos de higiene básicos voltados para a prevenção do coronavírus, bem como o massivo aumento do contingente de profissionais da saúde, através da reincorporação dos demitidos e capacitação e contratação massiva de estudantes, para garantir toda a estrutura de atendimento possível para a população. Para estar à altura de enfrentar a crise, é necessário revogar a lei do Teto de Gastos e pararmos de pagar a dívida pública, essa verdadeira bolsa banqueiro, e a taxação progressiva das grandes fortunas, revertendo essas verbas para saúde e assistência social dos trabalhadores.

 
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