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NOVO CORONA VÍRUS
UFRJ, UFF e PUC-RIO liberam alunos, mas não funcionários por Corona Vírus
Pedro Cheuiche

Funcionários efetivos e terceirizados serão obrigados a pegarem transporte público e se exporem ao vírus, boa parte deles em locais insalubres. Já a UERJ chamará funcionários para os “serviços essenciais”.

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o total de casos relatados fora da China - onde a doença teve origem - aumentou quase 13 vezes e o número de países afetados quase triplicou. A OMS declarou que a classificação do vírus como pandemia se deve à rapidez de sua transmissão e também ao fato de que mesmo com alertas, alguns países não tratam o caso com o devido nível de compromisso político. Mesmo assim, algumas das reitorias das maiores universidades cariocas colocarão todo o quadro de seus funcionários para trabalhar.

Na PUC-RIO, a reitoria optou por manter as unidades administrativas em todas as suas unidades por 10 dias. Já para alunos e professores as aulas estão suspensas. Em resposta, os trabalhadores estão organizando uma paralisação na segunda feira, 16. Em especial os terceirizados estão expostos a condições insalubres pois parte de seu local de trabalho é em contêineres precários super-lotados. Com a medida, todos eles estão com risco de contaminação no deslocamento do transporte público.

Na UFRJ, a suspensão das aulas será por 15 dias, mas todos os técnicos terão que ir trabalhar.

Na UERJ, as atividades acadêmicas serão adiadas por 15 dias para reavaliação e se manterá somente os serviços essenciais na parte administrativa, sem especificar o que seria isso.

Na UFF, a reitoria suspendeu o inicio das aulas por uma semana, mas manteve o funcionamento regular das atividades de pré-matricula na universidade, com intensa troca de papeis entre técnicos administrativos e alunos ingressantes.

Quando as reitorias mandam os funcionários irem trabalhar nessas condições mostram de que lado estão. Do lado dos empresários que lucram com a universidade e não da classe que a faz funcionar todos os dias. Agora com o Corona Vírus se repete, sob outra ótica, o absurdo caso em que a UERJ, PUC, UFRJ e UFF cancelaram aulas, mas obrigaram terceirizados a trabalhar, muitos tendo que sair de casa com a água no joelho, após as fortes chuvas de abril de 2019 no Rio de Janeiro.

Quarentena Voluntária para quem?

Com o Corova Vírus essas reitorias que cancelam aulas dizem estar querendo coibir a contaminação do vírus, mas cobram que os funcionários se desloquem por longas distancias nos transportes públicos para irem trabalhar, em locais por vezes insalubres. São os trabalhadores que serão mais afetados pela propagação do vírus no Brasil.

Pela segurança dos funcionários, tanto efetivos quanto terceirizados, somente os serviços absolutamente essenciais deveriam ser mantidos nas universidades, a partir de discussões coletivas entre os próprios trabalhadores a partir de suas as unidades de trabalho. Os hospitais universitários, especialmente, devem seguir atendendo, mas não há nenhum motivo razoável para que todo o quadro de funcionários vá trabalhar como estão ordenando as reitorias da PUC-RIO, UFF e UFRJ.

Na UFF, o SINTUFF, que representa os trabalhadores da universidade denunciou que os funcionários do hospital universitário não estão obtendo orientações sobre o vírus, além do campus carecer de álcool e gel e mascaras. Na UERJ, o Hospital Universitário Pedro Ernesto seguirá funcionando, há denúncias de que poucas mascaras foram disponibilizadas para equipe de residentes com somente 2 horas de proteção garantida e que o álcool disponível não deve atender a demanda. Na UFRJ, o hospital seguirá suas funções normalmente. É essencial que se garanta materiais para esses profissionais exerçam sua profissão com segurança, sem isso, trabalham na insalubridade com altos riscos de contaminação. Informações adequadas para tratarem do Corona Vírus também precisam ser disponibilidade.

Leia Mais: Coronavírus: 5 propostas para colocar a estrutura de saúde da Unicamp à serviço dos trabalhadores e do povo pobre

Nós exigimos que os funcionários efetivos e terceirizados sejam liberados de seus postos de trabalho contando com seus direitos, refeição e salários garantidos pelas universidades e também com o mesmo apoio médico e hospitalar que as universidades oferecem aos estudantes, trabalhadores efetivos e professores. E que sejam os próprios trabalhadores que debatam entre si o plano de contingencia para esse período. As reitorias devem também garantir auxilio financeiro aos estudantes bolsistas que dependem do bandejão para se alimentar.

O que se escancara com essa medida é o caráter de classe dessas universidades que tem seu conhecimento pinçado para as grandes empresas. Abrem suas portas para o lucro, por um lado e por outro, mandam seus funcionários irem trabalhar podendo se contaminar com o Corona Vírus.

 
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