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GOVERNO BOLSONARO
Maia critica Bolsonaro mas implora rapidez para aplicar ataques aos trabalhadores
Redação

Em entrevista à GloboNews nesta segunda-feira, 9, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), falou sobre o "tsunami" na economia mundial e criticou o governo Bolsonaro em suas medidas econômicas, apontando que é necessário ter medidas mais duras do que as já realizadas contra a classe trabalhadora para que o país saia da crise, defendendo que os trabalhadores paguem por essa crise que não criaram para seguir favorecendo o capital financeiro e o pagamento religioso da ilegal e fraudulenta dívida pública.

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Na entrevista, Maia afirmou a crise internacional que soma a epidemia do novo coronavírus a uma guerra de preços no petróleo afetará a economia brasileira, mas para que o Brasil saia melhor deste momento, deve-se "entender por que nossa economia, depois da reforma da Previdência, não cresce", afirmando que a liberação de dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a redução da taxa de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) foram insuficientes para recuperar o país: "os números já são menores do que a expectativa que todos nós tínhamos".

Mesmo com teto de gasto e a reforma da Previdência, que Maia se orgulha de ter sido "linha de frente" na sua aprovação, afirmou que não se conseguiu reduzir o tamanho das despesas (leia-se: lucro dos ricos). Para tentar tranquilizar o capital financeiro, Maia disse, no entanto, que há condições de aprovar toda a reforma tributária em 2020. Ou seja, confessou que mesmo todo o plano de maldades já imposto contra os trabalhadores e a população pobre do país não foram suficientes para tirar o país da crise, e pede mais ataques.

Também na entrevista Maia disse que com a crise internacional, disse que cabe agora ao governo comandar com "diálogo" e "serenidade" a reação do Estado brasileiro, "que é comandado pelo presidente da República, com outros Poderes". Para ele, o governo deveria já ter encaminhado a PEC emergencial, que prevê reduzir ainda mais os gastos públicos com redução salarial de servidores e suspensão de concursos, e as reformas tributária e administrativa no início de 2019, dizendo que o país está "atrasado" nos ataques à serem implementados, que a culpa é de Bolsonaro, e não dele. "Se tinha a intenção de os líderes entregarem a PEC emergencial em 5 de dezembro e não aconteceu, foi por falta de organização da base de governo", disse.

Buscando isentar sua responsabilidade do baixo crescimento econômico, Maia mostra mais uma vez sua cara a favor da burguesia dizendo que "o problema da retomada lenta não está no Congresso (...) As duas Casas (Câmara e Senado) lideraram a reforma da Previdência (...) A Previdência caminhou porque resolvi comandar com líderes na Câmara, e o Davi (Alcolumbre) no Senado", orgulhoso de que graças a ele e Alcolumbre que a reforma que fará os trabalhadores trabalhar até morrer sem direito a se aposentar.

Não é novidade para quem acompanha a carreira deste político que seu maior interesse é continuar garantindo os lucros dos ricos no país em detrimento das condições de vida da esmagadora população brasileira. Bolsonaro veio para coroar a obra do golpe de 2016 e impor ataques históricos contra as condições de trabalho e de vida das massas, brutal precarização e ataques aos direitos democráticos. Maia se mostra, ao lado do Senado, por mais uma vez, totalmente a disposição dos planos golpistas, para manter seu regime de exploração e opressão que atravessa uma crise de proporções históricas.

Diferente do que alguns que se dizem de esquerda defendem, os trabalhadores e a juventude não podem depositar nenhuma ilusão na "frente ampla" para derrotar Bolsonaro, se juntando com alas do próprio regime como Rodrigo Maia para enfrentar toda escalada reacionária em curso. Apesar de mostrarem diferenças em como tirar o país da crise econômica e aplicar as reformas, confluem Maia e Bolsonaro no sentido de que estão certos da necessidade de atacar os trabalhadores para garantir o lucro dos capitalistas. Os trabalhadores e juventude não devem fazer coro com estes setores do regime que buscam defender uma já degradada democracia dos ricos e suas instituições para seguir aplicando ajustes e reformas contra os trabalhadores e o povo pobre, e sim devem acreditar em suas próprias forças, de forma independente destes setores. Para enfrentar o projeto autoritário de Bolsonaro para derrotar o plano de ajustes dos capitalistas somente a luta de classes, com a classe trabalhadora encabeçando os milhões de oprimidos por esse sistema, pode oferecer uma perspectiva distinta do aprofundamento dessa barbárie capitalista.

No mundo inteiro as mulheres neste 8 de março saíram aos milhões nas ruas se colocando contra o machismo e o capitalismo. Temos que, aqui no Brasil, nos apoiar na força desse potente movimento de mulheres internacional para lutar por justiça para Marielle, preparando grandes manifestações contra Bolsonaro e as reformas, unificando a classe trabalhadora e a juventude na paralisação nacional no próximo dia 18.

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