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ESCOLA CÍVICO-MILITAR
Suspensa implantação de escola cívico-militar em Campinas após tentativa de imposição
Guilherme Zanni
Professor da rede municipal de Campinas.

Conselho Municipal de Educação de Campinas suspende implantação de escola cívico-militar na cidade por pelo menos três meses. Outros dois conselhos municipais já haviam dado parecer contrário ao projeto na última semana.

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Foto: Arthur Menicucci/G1

O Conselho Municipal de Educação de Campinas, em reunião na manhã da última quinta, 5, suspendeu o cronograma de votação organizado pela prefeitura e pediu mais tempo para análise do modelo cívico-militar a ser implantado na escola municipal Odila Maia Rocha Brito.

A reunião do conselho foi interrompida logo no início pois os conselheiros não receberam o projeto com antecedência de 72 horas, como prevê seu regimento. Foi instaurada uma comissão que tem até um ano para analisar o projeto.

O plano inicial do prefeito Jonas Donizette (PSB), era que os militares entrassem nas escolas entre março e abril de 2020. Porém, a votação com a comunidade escolar em dezembro do ano passado foi suspensa pela justiça. A ação da justiça baseou-se nas irregularidades do processo de implantação apuradas pelo Ministério Público e na necessidade de ampliar o debate para toda comunidade escolar acerca das implicações desse modelo reacionário de educação proposto como programa pelo governo Bolsonaro.

Foi determinado que a prefeitura consultasse três conselhos municipais. Dois deles, o Conselho Escolar da unidade escolhida e o Conselho das Escolas de Campinas, já haviam se posicionado na última semana contra a implantação do projeto. Agora, o último conselho determinou a suspensão do projeto.

Após o impedimento da votação em dezembro, um novo cronograma foi elaborado às pressas por Jonas e a nova votação seria já no último sábado (7), o que nem mesmo havia sido autorizado pela justiça, mostrando como o prefeito e seu partido (PSB) querem impor a todo custo o reacionário projeto de Bolsonaro em Campinas.

Primeira escola cívico-militar do estado de São Paulo

A Escola de Ensino Fundamental Odila Maia Rocha Brito foi a única do estado de São Paulo indicada para receber o modelo cívico-militar, que pretende que os militares atuem no setor administrativo da escola, como monitores de disciplina, resolução de conflitos e em projetos extra-curriculares.

Em manual de regras para estas escolas, o Ministério da Educação (MEC) definiu até mesmo que controlará roupas e cabelos dos estudantes, além de criar medidor de “disciplina” onde o jovem classificado com comportamento "mau" será "transferido compulsoriamente". A meta, segundo o MEC, é criar 216 escolas deste modelo até 2023.

Leia mais: MEC irá controlar roupas e cabelo de estudantes de escolas-militares e criará "disciplinômetro"

Cortes na educação, ataques à ciência e escolas militares

É evidente que o discurso de que os militares não vão interferir na parte pedagógica da escola não passa de demagogia. Bolsonaro quer colocar os militares dentro das escolas para controlar e reprimir os estudantes, cercear o espaço de debates nas salas de aulas e aumentar a influência da extrema direita na juventude.

E enquanto usa o projeto de escolas cívico-militares para dizer que está preocupado com a educação, a política do governo para as universidades é de corte de verbas e bolsas de pesquisa. Bolsonaro segue com seu obscurantismo e constantes ataques à ciência.

Como já dissemos aquii “a situação da Educação no país não se resolverá a partir da perseguição de alunos e estudantes, ou do aumento das forças repressivas no espaço escolar. Ao contrário disso, é necessário batalhar por uma educação que seja capaz de garantir o direito ao livre pensamento, ao debate amplo e necessário com os estudantes e com a realidade que vivem. É preciso investir nas escolas, nos professores e estudantes, garantindo condições viáveis para combater a evasão escolar e avançar para um ensino público de qualidade.”

 
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