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RACISMO
Trabalhador negro é preso injustamente duas vezes pela PM do Rio
Redação

O vidraceiro Jamerson Gonçalves de Andrade, de 33 anos, morador do complexo do Lins no Rio de Janeiro foi preso injustamente duas vezes e diz ter medo de acontecer de novo.

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Jamerson é mais uma pessoa entre tantas outras, que sofre com o racismo da polícia que segue perseguindo-o mesmo depois de ele ter provado sua inocência. O vidraceiro foi preso em 2017, acusado de ter assassinado um PM no Méier, Zona Norte do Rio. Porém, na mesma hora do crime Jamerson estava trabalhando a 10 km do local na Barra da Tijuca. Mesmo com as câmeras de segurança de seu local de trabalho provando sua inocência, a Delegacia de Homicídios pediu sua prisão somente com base no depoimento de outros PMs.

O vidraceiro ficou 13 dias preso e sua foto segue em um livro de suspeitos que entregam para as vitimas nas delegacias da Zona Norte. Em janeiro desse ano a polícia racista abordou Jamerson novamente enquanto trabalhava como motorista de aplicativo. Dois anos depois de ser injustamente preso, Jamerson fechou sua vidraçaria e estava em uma corrida como motorista quando foi abordado com um pedido de prisão em seu nome. A Delegacia de Homicídios usou aquele mesmo depoimento de dois anos atrás para indiciar Jamerson por tráfico no Lins. A prisão de Jamerson foi decretada no Plantão Judiciário pelo juiz Ricardo Coimbra da Silva Starling Barcellos.

Enquanto tenta limpar seu nome, documentando cada passo do seu dia, com recibos, registros e fotos na intenção de gerar álibis caso seja abordado novamente, Jamerson também está em busca de um emprego com carteira assinada.

“O que eu quero é sair do Lins. Só porque moro na favela, sou acusado pelo que acontece ali. Vou juntar dinheiro para isso, mas estou desempregado e fui bloqueado pelo aplicativo em que estava trabalhando quando fui preso” disse Jamerson ao O Globo quando saiu da Delegacia de Homicídios O inquérito contra Jamerson ainda não foi arquivado e ele segue vivendo em um medo constante — A cadeia é um pesadelo. Você não imagina o que é estar lá dentro. Mesmo agora que saí, ainda acordo às vezes, às 6h, achando que vai ter "confere" na cela. Dormia no chão, com ratos passando. Não davam nem sabonete para tomar banho. É tão aterrorizante que você não consegue nem pensar na sua família aqui fora — contou o pai de duas meninas, de 1 e 10 anos, em reportagem do O Globo.

 
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