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ARGENTINA
Argentina: Com enormes mobilizações e paralisações em diversas províncias, os docentes reivindicam aumentos
Redação

O governo e as grandes mídias oficias e opositoras tentam mostrar a imagem de um início de aulas “normal”. Porém a situação é outra. Há importantes marchas em Tucumán, Santa Fé, Salta e Neuquén.

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Nesta segunda, longe da “normalidade” que tentam passar o governo nacional e as grandes mídias oficiais e opositoras sobre o início das aulas, o que existe são importantes e massivas reivindicações do ensino.

Como informa apenas o La Izquierda Diario, são onze províncias onde tem conflitos nesta segunda. Se tratam de paralisações totais e parciais. Em várias outras províncias se desenvolvem importantes mobilizações também.

Estas reivindicações chegam um dia depois do discurso presidencial ante o Congresso da Nação. Na abertura das Sessões Ordinárias, Alberto Fernández celebrou o que considerou um “início normal” de aulas em todo o país. As mobilizações dessa segunda mostram algo muito distinto.

Um discurso onde esteve ausente a educação

No pré-início do discurso, a foto do questionado governador de Chubut Mariano Arcioni, junto a Menem e Kicillof, deu um sinal. Somado a voluntária omissão sobre 11 conflitos provinciais, em sua maioria províncias governadas pela Frente de Todos, Alberto Fernández não realizou nenhum anúncio importante a respeito da educação, que em sua campanha eleitoral disse que iria priorizar.

Não falou de reverter a crise na educação que os quatro anos de macrismo se aprofundou. Não falou de aumentar o orçamento educacional, cujas porcentagens seguem as mesmas desde o orçamento de Macri que conseguiu um grande ajuste nas escolas. Não teve menção a construção de escolas e jardins de infância ou aumento de refeitórios.

Na semana passada os grêmios docentes nacionais aceitaram a primeira oferta do governo sobre piso nacional dos professores no país; sem nenhuma consulta às trabalhadoras e trabalhadores.

O aumento sobre o salário inicial foi de 13,5% passando de um salário de 20.250 pesos a 23.000 em março e 25.000 em junho; e uma soma fixa de março a junho, uma única vez de 1.250. Enquanto a Ctera e demais grêmios nacionais aceitaram um piso salarial de miséria, em distintas províncias milhares de trabalhadores da educação farão paralisações e se mobilizarão.

É assim porque a paridade nacional só define uma quantidade, e é então discutido província por província. Uma grande herança das leis educativas de Carlos Menem que nenhum governo alterou. Para começar a reverter o atraso e a dependência, na educação deve se dirigir a um sistema educativo nacional e que o Estado nacional não seja um “ministérios sem escolas”, e sim que financie todo o país, com um salário único para as e os docentes de Ushuia e a Quiaca e um orçamento conformes as necessidades, de 10% do PBI.

É impossível reverter a decadência, o atraso e os altos níveis de pobreza, investir em educação, saúde e trabalho, pagando uma dívida ilegal e ilegítima.

São indispensáveis medidas tais quais nacionalização dos bancos, do comércio exterior ou a expropriação dos grandes latifundiários e serviços estratégicos, para colocar os recursos em função de um plano favorável às grandes maiorias e não para a ganância de poucos.

A Ctera tem que colocar-se a frente destas demandas e não deixar cada província lutando sozinha, tem que chamar uma paralisação nacional e um plano de luta até que se resolvam as demandas dos e das docentes.

A situação província por província

Em Santa Cruz, Alicia Kirchner “oferece somas negativas” e as aulas não começam na segunda. O desinvestimento na educação e saúde pública, o esvaziamento dos serviços prestados da Caixa de Serviços Sociais, é gerado por um ajuste atroz. O governo retira as retenções às petroleiras, enquanto que quem não chega ao fim do mês são as trabalhadoras e trabalhadores.

Em Chubut votaram 72h para a próxima semana. Nesta província o ajuste de Arcioni que conta com o aval de Alberto Fernández, mantém o pagamento parcelado de salários há dois anos, acordos que não foram cumpridos, problemas de infraestrutura nas escolas e falta de insumos nos hospitais. Os docentes vêm enfrentando ameaças de declaração das paralisações como ilegais e de retirar a personalidade gremial da Atech.

Em Neuquén, foi rechaçada a proposta salarial do governo e se votou paralisação para os dias 2, 3, 9 e 10 de março. Em várias assembleias se replicou a demanda das docentes de nível inicial que entregaram uma declaração de demandas, construído durante estas semanas de luta contra o avanço por parte do governo da MPN, da ocupação de espaços de arte, música e educação física para criar as salas de 4 anos que substituam os 30 jardins que nunca construiu.

“A proposta da Agrupação Negra (PTS e independentes) se votou por unanimidade na Assembleia de Aten Capital – com mais de mil assembleistas – o não pagamento da dívida e investigação dos que formam parte desta dívida ilegal e fraudulenta” afirmou Yasmín Sad, referente a esta agrupação.

Em Santa Fé o governador Perotti ofereceu 3% e a eliminação da cláusula do gatilho. “Uma provocação imensa que mais de 37 mil docentes da escola pública rechaçamos. Também os docentes privados disseram não a oferta e vão aderir as paralisações. Definiram 48h de paralisação na primeira semana, e mais 48h na segunda semana. Desde Marrón estamos lutando por um grande encontro dos setores de oposição que representamos os 40% a nível provincial para implantar um plano de luta que nos permita derrotar o ajuste de Perotti, afirmou Franco Casasola, docente do Rosario.

Em Salta se realizou uma assembleia provincial de docente auto-convocados que rechaçaram o acordo de 8% das direções sindicais com o governo de Gustavo Sáenz, exigindo um aumento de 30% a partir de março e que respeite a cláusula do gatilho. Votaram por paralisação por tempo indeterminado e uma mobilização para esta segunda na Capital.

Daniela Planes, docente de educação especial e referência da Marrón, expressava: “Por que o governo nacional e o provincial não ajustam os bancos, petroleiras, grandes empresários do campo? Além de defender nosso salário e condições de vida, o que está em discussão é a vida dos nossos alunos. Morreram nove meninas e meninos por desnutrição na província! Por isso temos que dizer que a dívida é com a educação e com as comunidades”.

Em Tucuman, as ofertas miseráveis de Manzur foram rechaçadas por todo o corpo docente. A Frente Gremial se viu obrigada a não aceitar, mas acatou a conciliação de Manzur para desmobilizar. As e os docentes não acataram a conciliação e não iniciaram o ciclo letivo, com paralisação nesta segunda e terça. Desde a Agrupação Marrón Docente, Juan Luis Vélis, disse “Manzur tenta nos chantagear com a conciliação obrigatória, mas não teve efeito, a paralisação e mobilizações são massivas. A briga é pelo salário, que não se retire a cláusula do gatilho, o passe para a planta dos docentes do plano FINES e refeitórios de apenas $16 por estudante."

Em Jujuy os principais grêmios, Adep e Cedems, convocam 24h de paralisação em mobilização. Andrés García, referente da Marrón denuincia: "O desfinanciamento nós vivemos dia a dia, na própria carne e na realidade que sofrem nossos meminos e meninas e suas familias. Por exemplo, na demora de conceder o boleto para transporte ou a ilegal não inscrição dos estudantes por não poder pagar a empresa. O aumento de mais 60% da cesta escolar. Sem falar dos problemas de infraestrutura ou o magro orçamento de refeitórios ou o não pagamento dos salários dos docentes do programa infanto juvenil”.

Na província de Buenos Aires, Baradel chamou a aceitar a proposta do governo (15,9% em duas cotas, 8,9% em março e 7% em junho. O salário inicial de uma professora passaria de $26.623 a $29.000 em março e iria para $31.058 em junho) e terminou-se aceitando no anti-democrático plenário de Secretários Gerais. A FEB e UdocBa rechaçaram a proposta salarial, mas não anunciaram nenhuma medida

Nas secionais da Matanza, Madariaga, Ensenada, Escobar, Berazategui, Marcos Paz e Bahia Blanca foram rechaçadas por insuficiência e se exigiu a uma condução da paralisação e plano de luta para enfrentar a política do governo. Na segunda em La Matanza, Tigre, Escobar e Enseada se chama uma jornada de luta para expressar o rechaço e colocar na agenda demandas das e dos trabalhadores.

Também haverá paralisações em Misiones, Formosa e Entre Rios, onde o congresso de AGMER votou para parar 72 horas.

 
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