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“Unir nossa classe por uma grande paralisação nacional dia 18”, diz Marcello Pablito
Marcello Pablito
Trabalhador da USP e membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo do Sintusp.

Confira a declaração de Marcello Pablito, trabalhador da USP e dirigente do MRT, sobre a revelação do vídeo convocando a manifestação do dia 15 de Março contra o Congresso que Bolsonaro compartilhou numa rede social e fez escalar em novos patamares a crise entre o governo, o Congresso, o Supremo e os governadores.

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A revelação após Bolsonaro compartilhar numa rede social um vídeo convocando a manifestação do dia 15 de março contra o Congresso fez escalar em novos patamares a crise entre o governo, o Congresso, o Supremo e os governadores. Enquanto persistem as dificuldades de recuperação econômica - cuja epidemia do coronavirus deve impactar ainda mais -, o trabalho informal e precário avançam como nunca. Ao mesmo tempo, um setor estratégico da classe trabalhadora, os petroleiros, pela primeira vez mostrou resistência aos planos de Guedes e ao projeto privatista de todos os golpistas, alinhados ou não com Bolsonaro. Diante desse cenário, Marcello Pablito, trabalhador da USP e dirigente do MRT, declarou que:

“A greve dos Petroleiros teve uma importância fundamental, pois comprovou como apesar dos enormes ataques que sofremos nos últimos anos, a classe trabalhadora brasileira não está derrotada e quando se levanta é capaz de fazer a burguesia estremecer. Estamos diante de um processo que vai reconfigurando as formas autoritárias que vieram ganhando força em nosso país, com o avanço do projeto do golpe institucional. Quando o General Heleno e o bolsonarismo (direta ou indiretamente) convocou a reacionária manifestação do dia 15 de março, contra o congresso que veio implementando duríssimos ataques contra os trabalhadores, foi se apoiando na correlação de forças e no sentimento de desordem que as reivindicações salariais nas tropas das PMs e a ação das milícias veio provocando no país, para ir contra o Congresso e a tentativa do semi-parlamentarismo. Uma resposta que de fato pode apontar uma saída para essa situação, passa longe das apostas de uma frente ampla que o PT defende, conforme sintetizou Aloísio Mercadante, ao falar da estratégia de seu partido. Uma aliança desse tipo levaria a que nós trabalhadores ficássemos presos a uma “unidade” com aqueles que estiveram na linha de frente do golpe institucional e da aprovação da reforma da previdência de Guedes e Bolsonaro. Ao invés de unificar nossa classe, nos dividiria ainda mais, pois subordinaria todo potencial da gigantesca classe operária brasileira para fortalecer uma ala da burguesia na disputa com Bolsonaro, para usarem nossos direitos, nossos empregos e as riquezas nacionais como moeda de troca dessa negociação entre o governo e os “democratas” do Congresso e do STF.”

Sobre como a classe trabalhadora brasileira deve responder a tudo isso, Pablito declarou que:

“A nossa resposta precisa ser unir nossa classe por uma grande paralisação nacional no dia 18 de março. Fortalecendo nossa organização desde as bases, com nossos métodos que internacionalmente vem mostrando sua força, como vimos na luta dos trabalhadores ferroviários franceses. Defendemos que nossos sindicatos, as grandes centrais, como a CUT e CTB, as entidades estudantis, CAs, DCEs e a UNE, construam centenas de assembleias e reuniões em cada local de trabalho e estudo, para nos organizarmos debatendo como a classe trabalhadora vai entrar em cena, a partir de uma política que defenda os nossos interesses. Discutindo planos concretos para unificar as diferentes categorias em luta, como os professores que estão em greve em diversos estados do país, os trabalhadores dos Correios que entrarão em greve no próximo dia 3, os petroleiros que protagonizaram essa importante luta recente e as demais categorias do nosso país. Com uma organização desde a base dos trabalhadores, em aliança com o movimento de mulheres, estudantes, negros, LGBTs, indígenas e ativistas sociais, para efetivar grandes jornadas de protesto e manifestações convocadas para esse mês, como o dia internacional das mulheres e os atos em memória de Marielle Franco, e para transformar o dia 18 numa grande paralisação nacional, organizada desde a base contra o golpismo, as reformas neoliberais e em defesa do emprego e da Petrobras. Essa é a batalha que nós do Movimento Nossa Classe e da juventude Faísca estamos dando em cada local de estudo e trabalho que atuamos."

 
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